Os 5 “Pentecostes”
OS 5 “PENTECOSTES” | 1º APOSTÓLICO At 2.1-13 | 2º ECLESIÁSTICO At 4.31 | 3º SAMARITANO At 8.14-17 | 4º GENTÍLICO At 10.44-47 | 5º EFÉSIO At_19.1-7 |
OBJETIVO: UNIR A IGREJA | Cumprimento da Promessa | Encorajamento | Quebra de preconceitos e barreiras sociais | Quebra de preconceitos e barreiras sociais | Unir a Igreja |
PRESENÇA APOSTÓLICA | Todos | Pedro e João (pelo menos) | Pedro e João | Pedro | Paulo |
IMPOSIÇÃO DE MÃOS | Não | Não | Sim | Não | Sim |
ENVOLVIDOS | 120 discípulos | Igreja | Samaritanos | Cornélio, seus parentes e amigos íntimos | 12 discípulos de João Batista |
LOCAL | Jerusalém | Jerusalém | Samaria | Cesareia | Éfeso |
SINAIS SOBRENATURAIS | – Som – Línguas como de fogo – Línguas | Tremor | – | – Línguas | – Línguas – Profecia |
BATISMO COM ÁGUA | Antes | Antes | Antes | Depois | Antes |
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Cristão – SAL e LUZ do mundo

“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.” (Mt 5.13)
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5.14-16)
Introdução
Cada novo ano do calendário se apresenta para nós como um reinício ou recomeço, como uma nova oportunidade de fazer diferente, de fazer melhor, de construir e escrever uma nova história de vida. Sem dúvida é o desafio de se reinventar para semear algo diferente e assim também colher algo diferente. Não dá pra semear sempre o mesmo e achar que a colheita será diferente.
Os tempos nos quais estamos vivendo são cada vez mais complexos e desafiadores. Há uma onda varrendo as nações com raízes cristãs deixando um rastro de pós-cristianismo. Há muitos cristãos ingênuos, distraídos e entretidos com os brinquedinhos e recursos tecnológicos ou com os prazeres deste mundo, que não estão se apercebendo das estratégias e do avanço das forças malignas e sutis em todo o planeta. Acreditam nas narrativas mentirosas e ilusórias da extrema mídia televisiva e impressa que apoiam e divulgam pautas progressistas e anticristãs. Estão acomodados, inertes e sem perceber que se desenha, dia após dia, um cenário próximo de perseguição e destruição da igreja de Jesus Cristo. Jesus vem a nós, mais uma vez, para mostrar qual é a nossa missão neste mundo, para despertar nossas consciências para a razão de existirmos.
1. Sal e Luz, na Bíblia
Se a primeira parte do Sermão do Monte trata do “caráter do cristão”, a segunda, contida em Mateus 5.13-16, diz respeito à “influência do cristão” no mundo. Para explicar essa influência são usados como metáforas o sal e a luz. De que adianta ter um ótimo remédio em casa e recusar-se a usá-lo. De que adianta ter um carro excepcional e nunca tirá-lo da garagem? De que adianta conhecer a Bíblia de capa a capa e não praticá-la? De que adianta alguém se dizer crente e não influenciar o ambiente em que vive com os valores e princípios cristãos?
A palavra SAL aparece em 26 versículos da Bíblia. O sal deveria ser aplicado a todas as ofertas de manjares (Lv 2.13). O incenso sagrado, puro e exclusivo, utilizado no Altar de Incenso do Tabernáculo deveria ser “temperado com sal, puro e santo”, como pura e santa deve ser a oração do povo de Deus (Êx 30.35). Deus fez “alianças de sal” com os sacerdotes levitas (Nm 18.19) e com Davi (2Cr 13.5) que tinham o sentido de PERMANÊNCIA e INCORRUPÇÃO. O sal era usado como produto de limpeza e desinfecção no recém-nascido (Ez 16.4).
A palavra LUZ aparece em 308 versículos da Bíblia. A luz é tão preciosa que foi o primeiro elemento a ser criado por Deus (Gn 1.3). É tão indispensável à vida que se confunde com o próprio Deus, que é a essência da luz – “Deus é luz” (1Jo 1.5), o Pai das Luzes (Tg 1.17). O povo de Israel deveria ser luz para os gentios. Davi foi chamado de “lâmpada de Israel” (2Sm 21.17); e os seus descendentes também (1Rs 11.36; Sl 132.17). Jesus é a “Luz do Mundo” (Jo 8.12; 9.5). Nós cristãos também somos luz, porque somos filhos da luz (Lc 16.8; Jo 12.36; Ef 5.8; 1Ts 5.5), somos luzes secundárias pois refletimos a luz verdadeira; somos “luzeiros no mundo” (Fp 2.15).
2. O significado e alcance dessas figuras
Por que Jesus usou as figuras do sal (elemento tangível) e da luz (elemento intangível) para se referir aos cristãos?
1. Assim como o sal e a luz são elementos conhecidos e utilizados no mundo inteiro, a influência do cristão deve se espalhar pelo mundo inteiro. Não deve ficar restrita a apenas um grupo ou um povo.
Trata-se, portanto, da universalidade do testemunho do Evangelho: “Ide por todo o mundo…” (Mc 16.15)
2. Assim como o sal e a luz são elementos comuns e indispensáveis a cada casa, é igualmente indispensável que a influência do cristão chegue a cada casa, a cada pessoa.
Trata-se da individualidade do alcance do testemunho do Evangelho: “…e pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15)
3. Assim como o sal e a luz são elementos distintos daqueles onde são aplicados, a igreja e o mundo são comunidades distintas e separadas.
Trata-se da separação efetiva entre os filhos da luz e os filhos das trevas. “Eles não são do mundo, como também eu não sou.” (Jo 17.16)
4. Assim como o sal e a luz são elementos ativos e não passivos, com o poder de afetar outros, ainda que em pequena dose e não de serem afetados, a igreja recebeu poder para influenciar o mundo e não para ser influenciada por este, ainda que os cristãos estejam em minoria.
Trata-se da relação de poder de transformação da igreja sobre o mundo: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego;” (Rm 1.16)
5. Assim como o sal e a luz são elementos que só produzem efeito quando interagem diretamente, a igreja precisa estar presente no mundo para influenciar o mundo.
Trata-se da necessidade de interação direta da igreja com o mundo: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.” (Jo 17.15)
6. Assim como o sal é usado para conservar a carne morta e dar sabor aos alimentos, a Igreja tem o papel de interromper, ou pelo menos retardar o processo de corrupção social contrabalançando, com seu modo de viver, as ações de um mundo morto em seus delitos e pecados, dando assim novo sabor a vida.
Trata-se do efeito produzido pela presença da igreja no mundo, isto é, de conservar e de condimentar. “Comer-se-á sem sal o que é insípido?” (Jó 6.6a).
7. Assim como a luz é usada para desfazer as trevas, permitindo ao homem ver o caminho a seguir, as boas obras dos filhos de Deus devem brilhar tão intensamente de modo que os que jazem nas trevas encontrem o caminho da salvação e, caminhando por ele, glorifiquem a Deus.
Trata-se do efeito produzido pela presença da igreja no mundo, isto é, de revelar o caminho para Deus. “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” (2Co 4.6)
É provável que Jesus, ao associar os discípulos com o sal, não estivesse pensando em todas as propriedades do sal. Talvez sua intenção fosse chamar a atenção deles para o fato do sal ser útil apenas quando mantém suas condições de pureza. O cloreto de sódio (NaCl), sal, não se deteriora, entretanto, uma vez adulterado, isto é, misturado com elementos impuros e estranhos, pode perder suas propriedades. Assim como o sal insípido, adulterado, não tem qualquer utilidade, um cristão sem caráter, sem o poder divino, para nada mais serve. Pelo contrário, estragará tudo aquilo com que mantiver contato. Sal insípido não serve nem para adubar a terra. Só serve para torná-la estéril, transformando-a em caminho a ser pisado pelos homens (Dt 29.23).
Por outro lado, não se acende uma lâmpada para escondê-la debaixo de um cesto. Não fomos salvos para ter o nosso testemunho abafado pelos afazeres deste mundo ou qualquer outra coisa que nos torne infrutíferos.
Conta-se que uma criança recebeu de presente de sua mãe um brinquedo que deveria brilhar na escuridão. Ansiosamente ela aguardou o anoitecer para poder ver seu brinquedo em funcionamento. Logo que isso aconteceu, ela correu para o quarto, sentou-se na cama e desligou a luz ambiente para que o brinquedo pudesse irradiar sua luz. Foi grande sua decepção ao ver que a luz vinda dele era muito fraca, quase imperceptível. Triste com a descoberta, ela falou a respeito com sua mãe. Esta pegou o manual de instruções e lá encontrou escrito: “Se você quiser que eu brilhe intensamente no escuro, exponha-me, primeiro, durante algum tempo, à luz”. Quem quer brilhar intensamente nas trevas deste mundo precisará primeiro se expor intensamente à luz de Deus, à luz de uma comunhão íntima com ele através da sua palavra e da oração!
Conclusão
Assim como o sal age internamente e a luz, externamente, o nosso caráter (sal) e as nossas obras (luz) devem influenciar o mundo, conservando a sociedade em que vivemos, dando-lhe sabor e revelando-lhe o caminho da salvação por meio de Cristo Jesus.
Cada cristão precisa ser como o sal que Elizeu aplicou às fontes de águas más que levavam esterilidade e morte à terra de Jericó, figura do mundo pecador, transformando-as, através da intervenção milagrosa do Espírito Santo de Deus, em fontes de águas vivas (2Rs 2.19-22). O resultado é bem mais abrangente e eficaz quando se age nas fontes geradoras do mal!
Mais sobre a Bíblia

Introdução
Há certas expressões que são interessantes. No livro de Eclesiastes, e somente ali, aparece nove vezes aquela “correr atrás do vento”. Significa fazer algo inútil, sem sentido, como tentar encontrar o sentido da vida descartando Deus. A equivalente atual poderia ser “enxugar gelo”. Outra interessante é “mais do mesmo”. Tem o sentido de falas, ou situações, ou acontecimentos repetitivos, como zombar da fé cristã, corrupção na política e o uso eleitoreiro da causa dos pobres. Naturalmente essa repetição causa tédio ou desconforto ou inconformismo ou até mesmo revolta, conforme o caso. Diferente é o sentimento quando se trata ou se fala da Bíblia, a palavra de Deus. Não nos cansamos de proclamá-la, explicá-la, difundi-la e distingui-la de qualquer outro livro ou literatura. Para nós ela nunca será um livro comum ou obsoleto ou ultrapassado.
Há algo que me deixa bastante intrigado. É o fato de certas pessoas apreciarem muito, amarem demais, ler ou ouvir determinados teólogos ou pregadores ou pensadores se expressarem sobre a Bíblia. São fascinadas por seus livros, por suas devocionais diárias, pelo que escrevem ou pelo que dizem. Até aqui não há nada de errado. O problema é quando tais pessoas não parecem tão fascinadas assim com a leitura bíblica diária. Não se sentem muito atraídas por ela, não sentem emoção seja lá por qual motivo for. É como estar diante de uma paisagem da natureza lindíssima, vendar os olhos e pedir a um pintor de quadros para descrevê-la. Não seria mais razoável contemplar tal beleza diretamente? Também é preciso ter cuidado com certas elucubrações que se faz do texto bíblico, com o propósito de impressionar o leitor ou ouvinte. São narrativas fictícias e tolas que mancham a pura revelação divina. Sempre haverá um público consumidor ávido por novidades e não muito preocupados se estas têm base sólida na palavra de Deus. Cuidado! Vamos apreciar sim quadros pintados pela mão humana e o talento do artista; entretanto, vamos contemplar a natureza “esculpida” pela incomparável mão do Criador. Vamos apreciar um, sem desprezar o outro. Vamos apreciar o que de bom se escreve ou se diz da bíblia, sem desprezar o que aquele que a inspirou quer nos revelar diretamente através da sua leitura e meditação diárias.
Oh, quanto amo a tua palavra, Senhor!
“A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.” (Sl 19.7-10)
…
1. Como a Bíblia se denomina ou se define?
– A Palavra de Deus
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” (Hb 4.12)
– As Palavras Vivas
“É este Moisés quem esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais; o qual recebeu palavras vivas para no-las transmitir.” (At 7.38)
– A Escritura de Deus
“As tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas.” (Êx 32.16)
– A Escritura da Verdade
“Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe.” (Dn 10.21)
– As Sagradas Letras
“e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” (2Tm 3.15)
– A Lei
“Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo:” (Mt 12.5)
– Os Oráculos de Deus
“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus;” (1Pe 4.11a)
..
2. O que é a Bíblia? A Bíblia é…
– O mapa do viajante.
– O cajado do peregrino.
– A bússola do piloto.
– O manual do cristão (2Tm 3.16-17).
– Tesouro precioso (Ef 3.8)
– Arma de ataque e defesa (Ef 6.17)
– Luz para o caminhar (Sl 119.105)
– Alimento e sustento espiritual (Mt 4.4)
– Agente de purificação (Ef 5.25-27; Jo 15.3)
– Espelho da alma (Tg 1.23-25)
– Semente da vida (Tg 1.18)
– Tônico (agente revitalizador/revigorante) (Sl 119.25)
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3. A Bíblia responde às perguntas existenciais básicas.
1ª) De onde eu vim?
O livro de Gênesis nos revela o início de tudo e seus outros livros complementam essa narrativa:
– Cosmos; vida vegetal, animal e humana; família; pecado, queda, morte física, morte espiritual ou separação de Deus; juízos divinos etc.
2ª) Para onde vou?
O livro de apocalipse nos revela o final de tudo e seus outros livros complementam essa narrativa:
– Cosmos; vida terrena; a volta de Cristo; o arrebatamento da igreja; o juízo final; as bodas do Cordeiro; novos céus e nova terra etc.
3ª) O que estou fazendo aqui?
“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.” (Tg 1.18)
A Bíblia revela a perfeição de Deus, a perdição da criatura humana, a obra redentora de Cristo na cruz do Calvário, a geração de filhos de Deus pelo Espírito Santo.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2Tm 3.16-17)
A Bíblia nos mostra o propósito maior da vida humana e de como vive-la, na busca de Cristo ser formado em nós (Gl 4.19). A Bíblia também fala que Deus concede dons espirituais aos seus, para o exercício na sua igreja “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,” (Ef 4.12-13)
A grande questão, entretanto, é:
Em que medida você acredita na Bíblia, a lê e estuda, consulta material complementar que o ajude a entendê-la? Em vez disso, quem sabe, você decidiu transferir essa responsabilidade para os pastores e líderes da igreja.
Vejamos, por fim, estas duas perguntas:
1ª) Você já precisou se posicionar acerca de alguma questão dos nossos dias? Conseguiu se posicionar biblicamente?
Apesar de ter sido escrita de ±1500aC a ±100dC e o mundo ter passado por uma enorme evolução tecnológica desde então, a Bíblia continua tendo respostas para as questões básicas da vida humana. Assim como Deus é imutável, também são imutáveis os valores e princípios divinamente soprados sobre os escritores e expressos na palavra de Deus. A gama de temas ou questões é muito ampla envolvendo, por exemplo (não religiosos): a supressão da vida (aborto, eutanásia, suicídio, homicídio); questões de gênero (ideologia de gênero, papel do homem e da mulher); a família (casamento, jugo desigual, divórcio, papel do pai, da mãe, dos filhos); relacionamentos sexuais ilícitos e incestuosos (homossexualidade, adultério, fornicação, pedofilia, incesto); relacionamento entre governantes e governados, entre patrões e empregados; pagamento de impostos; trabalho; planejamento de investimento; relações comerciais; justiça; demandas entre pessoas e reconciliação / perdão; injustiça social; suborno; fiador; pobreza e riqueza; dinheiro; amor ao próximo e misericórdia; ação e assistência social; dentre muitos outros.
2ª) O texto bíblico abaixo fala sobre renovação da sua mente. Qual é o resultado dessa renovação?
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2)
Você já ouviu falar na tecnologia do “plug and play”? No início, quando os computadores começaram a se tornar mais populares não era fácil instalar um novo periférico ou programa. Exigia muita configuração manual por parte do usuário. Então surgiu a tecnologia “plug and play” ou “ligar e usar”, criada em 1993 com o objetivo de fazer com que o computador reconhecesse e configurasse automaticamente qualquer dispositivo que fosse instalado, facilitando a expansão segura dos computadores e eliminando a configuração manual (Fonte: Wikipedia).
Somos pessoas e não computadores e a Bíblia não é um periférico ou acessório “plug and play”. Há necessidade de uma “configuração manual”, de esforço e disciplina cristã, com o auxílio do Espírito Santo.
Não basta recusar a se ajustar ao molde social do presente século. Além de blindar a mente das más influências e comportamentos é indispensável moldá-la pela palavra de Deus. O cristão precisa aprontar a sua mente para viver a nova vida sem dar espaço para a vida antiga, para as obras das trevas. Esse preparo da mente passa, primeiramente, por uma vida devocional disciplinada e, também, pela assimilação da palavra de Deus, participando de uma igreja séria que não se presta à promoção de uma superficialidade cultual, entretenimento ocupacional e emocionalismo terapêutico.
Veja, também, este Plano de Leitura Bíblica em 2 anos.
https://pauloraposocorreia.com.br/category/leitura-biblica/portugues/
Os três Pilares da Antiga Aliança

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Os três Pilares da Antiga Aliança
Ah, o Tempo…

Introdução
Ah, o tempo! Esse ente tão misterioso, tão singular, tão absoluto e ao mesmo tempo tão relativo. Tão curto para um corredor olímpico de 50m e tão longo para uma vítima de assalto sob a mira de uma arma. Ele é distribuído uniformemente com cada pessoa numa dose diária de vinte e quatro horas.
Nem todo o dinheiro do mundo seria suficiente para comprar mais alguns anos de vida. Talvez você esteja pensando que aquela pessoa que tem dinheiro para pagar por um bom plano de saúde consegue sim aumentar sua permanência entre os viventes. Será? Não estaria este tempo sob o controle do Criador? A lista de ricos e/ou famosos que morreram “cedo” é extensa, dentre eles o bilionário Steve Jobs (1955-2011 | 56 anos).
Tão precioso é o tempo que o fatiamos em anos e o fragmentamos diariamente em horas, minutos e segundos. Ele está sempre diante dos nossos olhos; nos relógios, nos calendários, nas embalagens, nos produtos, nos documentos e em toda a parte. É como se estivesse continuamente nos espreitando e dizendo: – cuide bem do seu tempo porque um dia ele vai terminar.
Vivemos num tempo tão inusitado, bizarro e estapafúrdio da história no qual se ouve falar em eliminar o a.C. e d.C. (antes de Cristo e depois de Cristo) porque teria uma conotação religiosa, de uma religião específica – Cristã, quando há outras religiões e pessoas sem religião. Ainda que levem adiante e implementem tal intento, jamais conseguirão apagar as marcas indeléveis de Jesus, o Filho de Deus encarnado, como divisor de águas da história, bem como anular ou ofuscar o antes e depois daquele que tem um encontro salvador com ele.
1. O que é o tempo?
É bom começar lembrando que o “chronos”(gr) (o tempo do relógio e do calendário, o tempo para todo o propósito) é o campo preferencial de ação do ser humano, enquanto o “kairós”(gr) (o tempo oportuno, o momento certo, o tempo determinado) é o campo preferencial de ação de Deus.
Agostinho de Hipona (354 – 430 d.C.) escreveu uma interessante reflexão sobre o tempo[1], da qual destacamos:
a) Como defini-lo? Como explicá-lo?
“Que é, pois, o tempo? Quem o poderá explicar facilmente e com brevidade? Quem poderá apreendê-lo, mesmo com o pensamento, para proferir uma palavra acerca dele? Que realidade mais familiar e conhecida do que o tempo evocamos na nossa conversação? E quando falamos dele, sem dúvida compreendemos, e também compreendemos, quando ouvimos alguém falar dele. O que é, pois, o tempo? Se ninguém mo pergunta, sei o que é; mas se quero explicá-lo a quem mo pergunta, não sei: …”
b) As três espécies de tempo: passado, presente e futuro
“De que modo existem, pois, esses dois tempos, o passado e o futuro, uma vez que, por um lado, o passado já não existe, por outro, o futuro ainda não existe? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse a passado, já não seria tempo, mas eternidade. Logo, se o presente, para ser tempo, só passa a existir porque se torna passado, como é que dizemos que existe também este, cuja causa de existir é aquela porque não existirá, ou seja, não podemos dizer com verdade que o tempo existe senão porque ele tende para o não existir?”
Ou seja, o passado já não existe; o futuro ainda não existe. Já o presente, precisa se tornar passado para ser tempo, senão é eternidade. Então, o presente também não é tempo, se precisa se tornar passado para ser tempo, porque o que é não deixa de ser.
Para complicar um pouco mais:
“Uma coisa é agora clara e transparente: não existem coisas futuras nem passadas; nem se pode dizer com propriedade: há três tempos, o passado, o presente e o futuro; mas talvez se pudesse dizer com propriedade: há três tempos, o presente respeitante às coisas passadas, o presente respeitante às coisas presentes, o presente respeitante às coisas futuras. Existem na minha alma estas três espécies de tempo e não as vejo em outro lugar: memória presente respeitante às coisas passadas, visão presente respeitante às coisas presentes, expectação presente respeitante às coisas futuras.”
Trocando em miúdos…
Na realidade existem três espécies de tempo na nossa mente: a)A memória ou lembrança presente das coisas passadas; b)A percepção ou visão presente das coisas presentes; c) A expectativa ou esperança presente das coisas futuras.
Portanto, enquanto no mundo exterior o que existe é a instantaneidade do real, no qual tudo que é logo deixa de ser; no nosso mundo interior, na alma humana, podemos distender ou alongar o passado e o futuro, tanto quanto, no presente, pensarmos ou nos projetarmos ali. Não podemos perder de vista que excesso de passado pode gerar frustração ou depressão; excesso de futuro pode gerar ansiedade; e excesso de presente pode gerar estresse.
2. Qual o valor do tempo?
Tempo é vida!
Tempo e vida se entrelaçam e se confundem. Se a vida de uma pessoa tem valor o seu tempo é precioso. Nosso verdadeiro valor não reside naquilo que temos, mas naquilo que somos. Somos preciosos porque fomos comprados por um alto preço, o sangue de Cristo derramado na Cruz do Calvário (1Pe 1.18-19).
Tempo é dinheiro!
Tempo é aquilo que fazemos com ele!
Tempo e o que fazemos com ele se entrelaçam e se confundem. Se a vida de uma pessoa tem valor e o seu tempo é precioso, o que a pessoa faz também o é. Então precisamos ocupá-lo com o que é efetivamente relevante e que, preferencialmente, tenha consequências eternas. Isso não quer dizer que não possamos nos ocupar com coisas importantes para esta vida ou relaxar de vez em quando e ter algum entretenimento. Dizem que o mal do século é o excesso de cultura inútil e o excesso de informação inútil. Certamente essa é uma questão que demanda muita atenção, ou então iremos sucumbir, deixando de cumprir nossa missão. Como equilibrar o uso do tempo entre o que eu gosto de fazer e o que eu preciso fazer?
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. (Ef 5.15-16)
Estes versículos destacam a importância de “remir o tempo”(“exagorazomenoi ton kairon”). O que isso significa? Referindo-se ao tempo, tem o sentido de apropriar para si ou para seu próprio uso; resguardar de perda ou de má aplicação. A ideia é de ter o domínio do tempo, administrá-lo, fazer sua gestão de forma sábia. É o oposto do que diz o refrão de uma canção popular, do Zeca Pagodinho: “E deixa a vida me levar (vida leva eu!)”. Em Colossenses 4.5 há uma expressão semelhante “ton kairon exagorazomenoi” que é traduzida por “aproveitai as oportunidades”. Quanto aos “dias maus”, pode ser entendido como dias desfavoráveis ao testemunho cristão ou à realização da obra de Deus.
3. Quanto tempo temos?
Por dia são 24 horas. Como as utilizamos? Talvez 8 horas dormindo, 3 horas nos alimentando e nos ocupando com a higiene pessoal e necessidades fisiológicas. Então, nos sobram 13 horas. Se trabalhamos e precisamos nos deslocar para o local do trabalho lá se vão outras 9 ou mais horas. Restam, portanto, 3 ou 4 horas efetivas por dia? É muito pouco, não acham? E, assim, a vida vai escapando por entre os nossos dedos sem percebermos, até que termina.
4. O que estamos fazendo do tempo que temos?
Há tempo para tudo, disse o sábio em Eclesiastes 3.1-8. Dentre as situações expressas pelo sábio, há uma que, de certa forma, se enquadra no que estamos vivendo hoje, no ano 2020, nesse tempo de pandemia do corona vírus: “…tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;”(Ec 3.5). Nessa interessante lista, ainda caberia outra situação, como: “tempo para ficar em casa e tempo para retornar as atividades do cotidiano”. E, como as autoridades de todas as nações estão confusas, sem saber discernir o tempo e a extensão de uma e da outra situação.
O uso do tempo nos define.
Se a maior parte do nosso tempo é consumida com coisas fúteis e inúteis, então é bem provável que sejamos pessoas fúteis e que pouco contribuem para a expansão do Reino de Deus e melhoria da Sociedade!
5. O que devemos e não devemos fazer com o tempo que temos?
a) Ser imitador de Deus, o Pai Celeste, seguindo o exemplo do Filho (Ef 5.1-2).
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;”(Ef 5.1)
Como ser imitador de Deus? A estreita convivência de um filho com seu pai humano permite que ele assimile muito do jeito de ser, da conduta e das atitudes do seu pai. O que temos a imitar em Deus?
(i) Sua santidade: “Eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo.” (Lv 11.45; 1Pe 1.16).
(ii) Seu amor: (Jo 3.16).
(iii) Sua misericórdia.
(iv) Sua bondade.
(v) Seu perdão.
(vi) Sua justiça.
(vi) Sua fidelidade.
Somente os nascidos de novo, os gerados pelo Espírito de Deus é que são filhos de Deus, aproximados dele, em Cristo, e herdeiros da mesma natureza do Pai Celestial.
“e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.” (Ef 5.2)
O “andar” aqui mencionado nos remete a um estilo de vida, a uma conduta geral de vida, a uma entrega de vida, como oferta e sacrifício, em retribuição ao que ele fez por nós e imitando o seu exemplo. Assim como no Antigo Testamento as ofertas queimadas produziam o aroma suave do sacrifício aceitável a Deus, Jesus, o nosso cordeiro pascal foi imolado e oferecido como oferta e sacrifício aceitável diante de Deus expiando o preço do nosso pecado.
b) O que não devemos fazer – As obras infrutíferas das trevas (Ef 5.3-7; 11-14).
NVI[2]
3 Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual nem de qualquer espécie de impureza nem de cobiça; pois estas coisas não são próprias para os santos.
4 Não haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ação de graças.
5 Porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral nem impuro nem ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.
6 Ninguém os engane com palavras tolas, pois é por causa dessas coisas que a ira de Deus vem sobre os que vivem na desobediência.
7 Portanto, não participem com eles dessas coisas.
11 Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz.
12 Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso.
13 Mas, tudo o que é exposto pela luz torna-se visível, pois a luz torna visíveis todas as coisas.
14 Por isso é que foi dito: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre ti”.
c) O que devemos fazer – O fruto da luz (Ef 5.8-10; 15-21).
NVI[2]
8 Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz,
9 pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade;
10 e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor.
15 Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios,
16 aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus.
17 Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.
18 Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito,
19 falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor,
20 dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
21 Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo.
Conclusão
Ah, o tempo que não para. Em certos momentos da vida, tão bons e extraordinários, certamente desejaríamos que o tempo parasse. Foi esse o sentimento que habitou o coração dos três discípulos no monte da transfiguração – “façamos três cabanas”. Há dias em que estamos bem no alto, no monte da autorrealização pessoal, entretanto há outros em que nos encontramos no vale da dor e da sombra da morte. Portanto, parece bom que o tempo não pare, e os bons momentos nos encham de força para suportar os dias maus. E os dias maus cedam lugar a dias bons.
Enfim, o que mais importa mesmo é procurarmos viver plenamente o tempo que se chama hoje, pavimentando com sabedoria, inteligência e sensatez o caminho que nos levará até o amanhã. É deixarmos uma legado diferenciado.
“logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gl 2.20)
Viva e aproveite intensamente cada dia como se fosse o último, porque um dia será!
[1] Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) – Confissões – Livro XI
[2] NVI – Nova Versão Internacional
Testes Bíblicos | Raciocínio

TESTES BÍBLICOS E DE RACIOCÍNIO
Publicação Semanal – a cada semana um novo teste!
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Cristão e Política

Introdução
O assunto CRISTÃO ou IGREJA e POLÍTICA recebe os holofotes da mídia e ganha ainda mais notoriedade na sociedade em geral quando um candidato disputa as eleições presidenciais em 2018, no Brasil, e sai vencedor, empunhando a bandeira de “Deus acima de todos”. Não somente o ingrediente religioso, acompanhado do discurso conservador em defesa da família e dos usos e costumes da sociedade atraíram a atenção e impactaram a opinião pública e da grande mídia, mas, também, o uso maciço das redes sociais e da internet como elemento de convencimento para o voto. Os profissionais do marketing eleitoral, os partidos e políticos, ou seja, a sociedade brasileira como um todo, se surpreendeu perplexa e se deu conta de que dispor de muito dinheiro e tempo na grande mídia televisiva e radiofônica não são mais fatores determinantes para se ganhar uma eleição.
As redes sociais, através da internet, têm sido o palco de manifestações profusas, de discussões e debates candentes dos mais variados assuntos e temas, inclusive os de natureza política, isto é, tornou-se um verdadeiro espaço democrático de divulgação e debate de ideias. Para aqueles líderes alinhados com alguma ideologia totalitária e para aquelas autoridades públicas que não desejam que os seus malfeitos venham a público, as redes sociais se tornaram o inimigo da vez. Para aqueles governantes que compravam a grande mídia para divulgarem apenas o que lhes interessava, as redes sociais se tornaram o adversário a ser silenciado. Assim, viveremos tempos difíceis de combate feroz às redes sociais, à liberdade de expressão e manifestação, quer nas redes sociais, quer nos púlpitos das igrejas. Certas autoridades públicas brasileiras parecem estar muito preocupadas agora com a qualificação e legislação para punição de um tal “abuso do poder religioso”, como se pastores e padres pudessem ter afetado o resultado do pleito, convencendo ou coagindo seus fiéis a votarem no candidato que ganhou as últimas eleições presidenciais. Naturalmente que repudiamos qualquer ação neste sentido que possa ser exercida por parte da liderança de uma igreja. Entretanto, sem dúvida, estão procurando brechas para poderem controlar o que é dito nos púlpitos das igrejas: política, homossexualidade etc.! Por que tais autoridades nunca se preocuparam com o discurso ideológico da esquerda sindicalista nas portas das fábricas e das empresas? E com a propagação ideológica da esquerda nas escolas e universidades? Por que não apoiam iniciativas como “Escola Sem Partido”? Por que não se dedicam mais a coibir o patrocínio de candidatos por gente fora da lei e sua investida nas comunidades carentes?
Reafirmamos aqui que a relação do Cristão com o Estado é diferente da relação da Igreja com o Estado. Sendo o Estado laico não há que se pensar em interferência direta da instituição Igreja na Instituição Estado. O inverso também não é aceito. Assim sendo, qual deveria ser o papel do cristão na política? Deve pronunciar-se ou silenciar-se? Participar ou distanciar-se?
1. Pronunciar-se ou Silenciar-se?
Há duas realidades relevantes e irrefutáveis na pátria brasileira que não podem ser desconsideradas numa abordagem como esta. A primeira é a crescente disponibilização das ferramentas virtuais vinculadas à internet, cada vez mais acessíveis a todos os cidadãos, de todas as faixas de renda, principalmente através dos aparelhos celulares (smartphones), com planos de dados mais baratos, resultante da grande competição entre as operadoras. A segunda é o crescimento da população evangélica que iremos abordar no final deste artigo. O acesso às notícias e informações disponíveis e que circulam no mundo virtual e o crescente número de usuários estão mudando o nosso cotidiano. Não é mais concebível ficar indiferente aos acontecimentos que nos chegam a cada instante, inclusive ao que acontece com as figuras públicas e com as autoridades constituídas, porque tudo isso produz consequências que afetam a todos.
Jesus nos deu o exemplo se pronunciando sobre temas “religiosos”, tais como, jejum, guarda do sábado, oração, falsos profetas, ressurreição, dízimo, escatologia, vida eterna, galardão no céu, Espírito Santo, dentre outros. Porém, também se pronunciou sobre diversos temas que dizem respeito ao cotidiano de qualquer pessoa, tais como: amar, praticar a caridade, ansiedade, julgamento alheio, perdão, ambição, senhores e servos, justiça, matar, adulterar, revidar, acúmulo de bens e riqueza, divórcio, pagamento de tributos, salário, dentre tantos outros.
É certo que não podemos viver alienados dos acontecimentos que nos cercam, inclusive na esfera política, nem vivermos como que dividindo e separando aquilo que supostamente é “espiritual” do que é “material” e focando somente o espiritual. Entretanto, para o cristão exercer esse direito e dever de pronunciar-se, deve levar em conta alguns aspectos, tais como:
a) É preciso buscar um crescimento integral e equilibrado em todas as dimensões da existência humana: física, mental, social e espiritual (Lc 2.52).
b) Um cidadão dos céus, precisa pensar nas coisas lá do alto, não nas daqui da terra (Cl 3.2). Isso significa que o seu foco e missão vão muito mais além das coisas efêmeras desta vida. Entretanto, ele foi chamado para ser sal da terra e luz do mundo, isto é, para afetar positivamente o seu entorno.
c) Um cristão ingênuo, despreparado, sem sabedoria e sem o conhecimento das coisas desta vida, além de dispor de reduzidas condições para agregar valor à sociedade, corre o risco de ser enganado e usado por pessoas vis e inescrupulosas, inclusive no campo da política partidária.
d) É preferível silenciar-se a pronunciar-se de forma equivocada ou inadequada. Ao invés de contribuir para elevar e dignificar a causa do evangelho e o bem comum, manchará a imagem da igreja. Se um cristão for se pronunciar sobre algum assunto que o faça com sabedoria e conhecimento de causa, usando os melhores argumentos e tendo a sensibilidade necessária ao se expressar.
Enfim, sendo o cristão um cidadão da pátria deve praticar uma cidadania responsável, exercendo os seus direitos constitucionais e legais, expressando-se de forma respeitosa, dentro dos limites da lei, com base em fatos e dados verdadeiros. Acima de tudo deve também cuidar de cumprir os seus deveres, sempre fazendo a diferença, dando um bom testemunho da sua ética cristã, para não ser traído e condenado por suas atitudes divergentes das suas palavras.
2. Participar ou Distanciar-se?
Qual deve ser o papel do cristão na política? Deve participar ou distanciar-se?
Essa ideia de fazer separação entre “vida eclesiástica ou cristã” e “vida secular”, entre “coisas espirituais” e “coisas materiais”, é, no mínimo, equivocada, sem base bíblica. A vida que cada um tem para viver é uma só e deve ser vivida plenamente, ainda que alguns o façam com motivação carnal e outros com motivação espiritual. Cada cidadão, cristão ou não cristão, tem sua contribuição a dar para a sociedade, usando suas habilidades, dons e talentos. Um empregado ou empregador, um profissional (médico, advogado, operário, servidor público etc.) cristão serve ao Senhor, de “modo integral”, através do serviço que executa servindo ao próximo e à sociedade. O trabalho é um meio e não o fim em si mesmo. É o que Jesus nos ensinou quando disse “trabalhai, não pela comida que perece” (Jo 6.27). Trabalhar pelo sustento é regra da vida, conforme o apóstolo Paulo enfatiza: “se alguém não quer trabalhar, também não coma.” (2Ts 3.10). Entretanto, alguns são chamados e vocacionados para se dedicarem de “tempo integral” aos serviços da igreja e do reino de Deus.
Na história bíblica revelada no Antigo Testamento há dois exemplos clássicos da atuação de pessoas, indivíduos tementes a Deus e por ele chamados e vocacionados, junto a governos: José, no Egito; e, Daniel, na Babilônia. E, merece destaque, o fato deles terem dado o seu melhor, direcionados e usados por Deus, em governos que não eram os da sua própria pátria, porém, que de certa forma contribuíram para o bem do seu povo. Também há o exemplo relevante de Neemias, que deixa sua zona de conforto junto à corte do Império Persa, para coordenar todo o esforço de restauração física e espiritual da sua nação.
Ao longo da história da igreja já se viu de tudo no que diz respeito a relação Igreja x Estado. Em certas épocas e lugares, reis, soberanos e governantes exerceram poder e controle sobre a igreja. Em outras, vê-se a elite religiosa influenciando e dominando os governos. Em outro artigo já tratamos de como deve ser essa relação Igreja x Estado. Aqui queremos tratar do envolvimento do cristão com a política. De longa data vem uma ideia equivocada quanto à santificação. Foi assim que no monasticismo se defendia o isolamento e renúncia das coisas materiais para se obter essa verdadeira santificação e consagração. Desde longa época paira sobre a igreja a ideia de que os cristãos farão melhor quando se mantiverem distantes da política, com suas disputas pelo poder, intrigas e corrupções. Entendemos que santificação tem a ver com separação do pecado e não com isolamento social! Quando os cristãos verdadeiros deixam de participar ativamente da vida pública, deixam de agregar a ela relevantes contribuições para o bem comum.
Resumindo a resposta:
a) Empregue os seus dons e talentos para o bem da sociedade onde Deus te chamar e vocacionar para fazê-lo, dentro e fora da igreja, o que pode incluir envolvimento político ou o exercício de um cargo público.
b) Lembre-se do exemplo digno, ilibado e eficaz dos personagens bíblicos José, Daniel e Neemias (dentre outros). Se você se omitir de participar outros o farão, muitas vezes sem a ética cristã, acarretando muito prejuízo social.
c) Tenha em mente que santificação tem a ver com separação do pecado e não com isolamento social ou político.
d) Fuja à tentação de obter vantagens pessoais ou corporativas em detrimento do bem coletivo. Nunca perca de vista que o alvo é o bem comum, o que inclui todas as pessoas com suas diferenças de sexo, raça, classe social, crença etc.
e) Não se envolva ou assuma compromissos com partidos políticos e ideologias que violem a liberdade democrática e os princípios e valores bíblicos.
f) Considere que desvios de conduta de um cristão que exerce atividade pública (ou privada) é sempre motivo de escândalo e um desserviço à causa do Evangelho.
3. O crescimento evangélico e suas consequências
Pelos dados do IBGE na tabela abaixo, constatamos o seguinte, em dez anos (2000 a 2010):
– Crescimento da população brasileira: 12,29%
– Crescimento da população evangélica: 61,45%
– Decrescimento da população católica: – 1,36%
– Total de cristãos (católicos e evangélicos): 86,79%

Independentemente do grau de envolvimento e compromisso desses católicos e evangélicos com a fé cristã, o fato evidente é que o Brasil continua tendo uma maioria cristã, o que significa um certo grau de alinhamento com os princípios e valores cristãos, rotulados pelos progressistas de valores conservadores. Entretanto, o que mais tem chamado a atenção e gerado preocupação na ala progressista é esse relevante crescimento da população evangélica. É de se esperar uma investida cada vez maior do reino das trevas para tentar impedir a continuação desse crescimento. Por outro lado, os evangélicos têm diante de si a oportunidade, o desafio e a responsabilidade de saírem da sua zona de conforto e contribuir efetivamente, em todas as áreas da sociedade, para o desenvolvimento da nação. É mandatório participarem dos debates de temas relevantes, tais como, liberdade de expressão, aborto, ideologia de gênero, homossexualidade, justiça social, ética na política, combate a corrupção, cotas raciais, preservação do meio ambiente, dentre tantos outros.
Conclusão
Os cristãos têm muito a dizer, a se pronunciar. Precisam se engajar nas lutas legítimas por uma sociedade melhor. É muito cômodo se esconder nas máximas de que “o mundo jaz no maligno” e que está determinado que “o mundo vai de mal a pior” e, assim, cruzar os braços e reclamar da situação. Somos arregimentados pelo Senhor da Igreja para proclamar a sua tão grande salvação, nutrindo a esperança do desdobramento na transformação de vidas. Se a população evangélica cresce de forma tão relevante, se não houver influência efetiva desta que produza mudança na sociedade, esse crescimento será rotulado de inócuo e visto com muita desconfiança.
Não basta orar pelas autoridades, pois a nossa cidadania celeste não nos isenta dos labores terrenos. “Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” (Mc 12.17)
Que Deus nos ajude!
………………………………………
Veja também:
Igreja e Política – Mídia Tendenciosa
Igreja e Política – Pronunciar-se ou Silenciar-se?
Cristão e Comunismo – Como conciliar?
Permanecei firmes na fé (1Co 16.13; Hb 3.12-14)

Ouça este artigo:
Introdução
“Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos.” (1Co 16.13)
Um dos atributos incomunicáveis de Deus, que o distingue de nós seres humanos é “independência”. Deus não precisa de nós, nem do restante da criação. Em contrapartida, nós dependemos de Deus, dos elementos por ele criados e, especialmente, uns dos outros. Particularmente, nós cristãos, somos também espiritualmente dependentes uns dos outros, não apenas em tempos de crises ou pandemias, mas em todo o tempo, como veremos na análise do texto de Hebreus. Os motivos são vários, mas podemos citar dois mais abrangentes e relevantes: 1º)Vivenciamos uma batalha pessoal e permanente contra o pecado. 2º) Vivemos num ambiente social dominado pelo maligno (o mundo jaz no maligno – 1Jo 5.19), numa verdadeira contracultura cristã que não mede esforços para desconstruir os valores morais e princípios judaico-cristãos.
1. Alerta de perigo – “perverso coração de incredulidade” (Hb 13.12)
12 Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo;
Onde existe o risco sempre se encontrará o alerta e a devida orientação bíblica para que se tome o devido cuidado. Não é porque se professa a fé cristã (“irmãos”) que se está definitivamente livre de um retrocesso espiritual. Não existe a possibilidade de ficar estacionado na fé, na vida espiritual; ou se caminha para perto de Deus ou no sentido contrário. O não desenvolvimento da salvação significa enveredar por um caminho de esfriamento espiritual, quando se comete o equívoco de fazer concessões ao pecado. Através da obra redentora de Cristo estamos livres da pena do pecado (Rm 8.1), do poder do pecado (Rm 6.14), mas não da presença do pecado (Rm 13.11) que tão tenazmente nos assedia (Hb 12.1).
O pecado nos afasta de Deus e nos leva à incredulidade. O coração endurecido e insensível faz com que a pessoa passe a agir por sua própria conta e risco. Sua visão de Deus fica turvada, enfraquecida, distorcida e começa a vagar. No teísmo, a pessoa cria que Deus é o criador e sustentador do Universo. Então migra para o deísmo, ainda crendo que Deus é o criador, mas não o sustentador do Universo. Pode, ainda, descambar para o panteísmo, achando que Deus é o próprio Universo, que ele está diluído em todas as coisas. Por fim, pode chegar ao ateísmo, passando a defender a ideia de que simplesmente Deus não existe.
Vejam como o Novo Testamento (NT) cita o Antigo Testamento (AT) e o AT cita o AT; ou seja, a bíblia cita a bíblia e nos ensina a fazer o mesmo. O contexto deste alerta (Hb 3.7-11) aponta para um caso real, experimentado pelo povo de Israel. Trata-se de uma citação do Salmo 95.7b-11. Este salmo inicia fazendo um convite a se louvar o Senhor Criador e Sustentador do Universo (teísmo). Na sua segunda parte ele cita dois incidentes (Ex 17.1-7 e Nm 20.1-13) que ilustram a incredulidade do povo na caminhada para Canaã. Em duas ocasiões, em Massá e Meribá, aconteceu de faltar água e eles reclamaram e contenderam com seu líder Moisés, bem como provocaram e colocaram Deus à prova apesar de todos os milagres que haviam presenciado. Esse coração petrificado pela incredulidade fez com que eles perecessem no deserto e não entrassem no descanso de Deus, na terra prometida. Nos momentos mais difíceis da caminhada cristã corremos o risco de pensar ou até mesmo nos expressarmos com essa mesma carga de incredulidade deles: “Está o SENHOR no meio de nós ou não?” (Ex 17.7b). Quando tudo vai bem há a tendência de se esquecer de Deus e quando tudo vai mal de questionar a sua ausência. A consequência disso é ficar fora do descanso proporcionado pelo cuidado do Altíssimo – “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.” (Sl 91.1-2).
2. Medida preventiva – “exortai-vos mutuamente” (Hb 13.13)
13 pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado.
Tendo abordado sobre o perigo da incredulidade, o autor destaca aqui a ilusão, o engano do pecado. Um desejo pecaminoso pode até parecer bom, mas seu fim é danoso. O pecado pode ser visto como algo aparentemente inofensivo, tal qual um pequeno bloco de gelo que se desprende na geleira, que pode provocar uma avalanche na vida do indivíduo, da sua família, na igreja e na sociedade. E, o mal maior se dá quando a pessoa se torna insensível ao erro, rejeita a ajuda e despreza a repreensão.
O outro aspecto que pode ser destacado aqui é o da exortação mútua continuada. Nessa exortação mútua e diária, há de se empreender energia e foco na conduta e atitudes corretas e desejáveis; no que se deve fazer. Por outro lado e não menos importante é alertar e ressaltar quanto ao que não se deve fazer, por ser pecado ou inconveniente. É curioso como João, o apóstolo do amor, na sua primeira epístola, labora nessas duas frentes do – “faça” e “não faça” – dando tanta ênfase ao pecado. E, com que propósitos ele exorta os crentes? Para que tenham comunhão com o Pai Celestial e para que a nossa alegria seja completa (1Jo 1.3-4).
Ele se dirige aos seus leitores crentes como “Amados” (6 vezes) e como “Irmãos” (1 vez). Ele usa palavras como amor (18 vezes), ama (9 vezes), amamos (4 vezes), amou (3 vezes), amo (1 vez) e amado (1 vez); totalizando 36 vezes.
Por outro lado ele se refere a pecado, no singular ou plural, 19 vezes. Também menciona treva ou trevas 7 vezes, como figura de conduta pecaminosa ou vida distante de Deus que é luz; totalizando 26 vezes. O que ele quer nos exortar sobre pecado ou trevas?
a) Luz e trevas não podem coexistir (1Jo 1.5-7).
Onde entra a luz as trevas se dissipam. Assim como no princípio de tudo Deus fez separação entre a luz e as trevas (Gn 1.4), o Evangelho deve produzir separação entre luz e trevas; entre os que andam na luz da santidade divina e os que andam nas trevas do pecado.
b) Todos cometemos pecados (1Jo 1.8, 10).
Admitir o pecado e confessá-lo é o caminho da purificação; negar o cometimento de pecado é fazer de Deus um mentiroso; é revelar que não nos apropriamos da palavra de Deus.
c) Se viermos a pecar, poderemos ser perdoados e purificados (1Jo 2.1-2, 12; 1.9)
Jesus Cristo é o nosso advogado junto ao Pai e se apresenta como aquele que é a propiciação ou que fez a expiação dos nossos pecados. A ideia bíblica é de um ato praticado capaz de aplacar a ira divina, satisfazendo a sua santidade e justiça, cobrindo assim o nosso pecado. Mas o pecador precisa se arrepender e confessar o seu pecado para ser perdoado e ter restaurada a sua comunhão com Deus.
d) O pecado é a transgressão da lei (1Jo 3.4)
e) Toda injustiça é pecado (1Jo 5.17)
f) Aquele que pratica o pecado procede do diabo (1Jo 3.8)
g) Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado (1Jo 3.9; 5.18)
h) Aquele que odeia a seu irmão está nas trevas (1Jo 2.9, 11)
i) Jesus se manifestou ao mundo para tirar os pecados e nele não existe pecado (1Jo 3.5; 1Jo 4.10)
A ameaça do pecado é real, não deve ser subestimada e sua consequência devastadora. Não procede de Deus: “Porque tudo o que há no mundo — os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida— não procede do Pai, mas procede do mundo” (1João 2.16). Daí a importância de estarmos sempre alertas, vigiarmos os nossos pontos fracos e procurarmos ajudarmos uns aos outros.
3. Perseverança confirmadora – “Participantes de Cristo” (Hb 13.14)
14 Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos.
A expressão “participantes de Cristo” pode ter, pelo menos, dois significados e interpretações. O de alguém que apenas tornou-se companheiro de Cristo, que caminha com ele, isto é, com a igreja e os crentes, um cristão professo; e aquele que efetivamente teve uma união mística com ele, se uniu a ele tornando-se participante da natureza divina pelo novo nascimento, um cristão verdadeiro. Não se pode negar a existência desses dois tipos de crentes. Também não se pode negar a existência de crentes que abandonaram ou apostataram da fé, na bíblia e fora dela. Muitos dos discípulos de Jesus o abandonaram (Jo 6.66). O escritor de Hebreus tinha consciência disso (Hb 6.4-8); o apóstolo Paulo lamenta que Demas, tendo amado o presente século o abandonou (2Tm 4.10). Quem não conhece pessoas assim? Os arminianos diriam que tais pessoas perderam a salvação. Os calvinistas diriam que eles nunca foram salvos. Pelo contexto da expressão podemos afirmar que os cristãos verdadeiros, os salvos, guardam firmes, até ao fim, a sua confiança em Cristo. Não pelos seus próprios méritos ou força, mas por aquele que os sustém. Se o salvo cair, Deus o levantará! Ele quer nos usar para nos ajudarmos mutuamente.
Vale mencionar mais uma vez o apóstolo João que, na sua primeira epístola, também ressaltou a importância da perseverança usando as palavras “permanece”(14 vezes), permanecer (2 vezes), permanecei (2 vezes), permanecemos (1 vez) e permanecereis (1 vez); totalizando (20 vezes). O que ele quer nos exortar sobre permanecer?
a) Aquele que permanece em Cristo, anda como ele andou (1Jo 2.6).
b) Aquele que permanece na luz ama a seu irmão e não é um tropeço na sua vida (1Jo 2.10).
c) Aquele que faz a vontade de Deus permanece eternamente (1Jo 2.17).
d) A unção do Espírito Santo permanece sobre os que são de Deus e os ensina (1Jo 2.27).
e) Todo aquele que permanece em Deus não vive pecando (1Jo 3.6).
f) Aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele (1Jo 3.24).
g) Se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. (1Jo 4.12).
Que sejamos instrumentos de Deus para nos ajudarmos mutuamente!
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.” (Ef 6.10)