A essencialidade de Jesus

Introdução

Já abordamos anteriormente a essencialidade da água e a essencialidade da luz. Agora, chegamos ao ápice – a essencialidade de Jesus. Se água e luz são essenciais à vida física, Jesus é essencial à vida espiritual e eterna. O grande EU SOU que se revelou a Moisés do meio da sarça ardente também se revelou a nós, por meio do seu Filho Unigênito. Os seus discípulos testemunharam: “Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mt 16.16). E, o Pai Celestial confirmou: “Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Mc 1.11). E, as hostes infernais se submeteram à sua autoridade divina: “Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!” (Mc 3.11).

E, não para por aí, é o apóstolo e evangelista João quem registra, de modo singular e profundo, as declarações do grande “EU SOU” revelado em Jesus Cristo. Em seu Evangelho, Jesus se apresenta por meio de sete afirmações que desvelam sua identidade, missão e absoluta suficiência:

1⊳ O PÃO DA VIDA, o pão vivo que desceu do céu
“Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” (Jo 6.35; ver tb Jo 6.41, 48 e 51)  

2⊳ A LUZ DO MUNDO
“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” (Jo 8.12)

3⊳ A PORTA
Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.” (Jo 10.9)

4⊳ O BOM PASTOR
Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” (Jo 10.11)

5⊳ A VIDEIRA VERDADEIRA
Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15.5)

6⊳ O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6)

7⊳ A RESSURREIÇÃO E A VIDA
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;” (Jo 11.25)

Essas sete figuras revelam de forma clara e progressiva a essencialidade absoluta de Cristo: ele é quem alimenta e dessedenta a alma, ilumina a existência, abre a porta da salvação, conduz como Pastor fiel, produz fruto na vida dos seus, é o único caminho até o Pai, deu a sua vida pelas ovelhas e garante a ressurreição no último dia.

Jesus não é apenas necessário – Ele é essencial e exclusivo. Toda reconciliação com Deus passa unicamente por ele, conforme afirma a Escritura:

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,” (1Tm 2.5).

1. JESUS E A ÁGUA

Jesus utiliza a água como um dos símbolos mais profundos para revelar quem ele é e o que ele faz na vida humana. Assim como a água é indispensável à vida física, Jesus se apresenta como indispensável à vida espiritual.

Seguem alguns registros bíblicos nos quais Jesus se identifica com esse símbolo:

💧a) Jesus é a “Água da Vida”
No encontro com a mulher samaritana, Jesus declara:
“aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede;” (Jo 4.14a)

Aqui, a água simboliza:
⊳ Saciedade espiritual
⊳ Vida eterna
⊳ Renovação interior
⊳ Algo que nenhuma outra fonte pode suprir

Assim como a água sacia a sede física, Jesus sacia a sede da alma: sede de sentido na vida, de perdão de pecados, de paz interior, de reconciliação com Deus.

💧b) Jesus é a Fonte Eterna que jorra continuamente
“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (Jo 7.37)

E, João explica que ele falava do Espírito Santo, que seria dado aos que cressem. Aqui, Jesus não dá apenas água – Ele é a Fonte.

O que ele oferece:
⊳ Vida espiritual que não se esgota
⊳ Presença do Espírito Santo
⊳ Renovação e capacitação contínuas

Assim como a água corrente impede a morte e a estagnação, Jesus produz vida que flui, transforma e purifica.

💧c) Jesus nos lava/purifica
O apóstolo Paulo afirma que Cristo purifica sua igreja pela sua palavra – a Bíblia:
“ para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,” (Ef 5.26)

A água aqui representa:
⊳ Limpeza espiritual
⊳ Santificação por meio da Palavra de Cristo

Assim como a água remove impurezas físicas, Jesus remove a sujeira moral e espiritual.

💧d) Jesus derrama sangue e água
Quando Jesus é traspassado, na cruz, saiu dele sangue e água.
“Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” (Jo 19.34)

Esse detalhe pode sugerir:
⊳ Sangue redenção
⊳ Água purificação

Mostra que a obra de Jesus envolve perdoar (sangue) e purificar (água).

💧e) Jesus cumpre profecias que ligam Deus à água
No Antigo Testamento, Deus se apresenta como:

A fonte ou manancial de águas vivas (Jr 2.13)
Aquele que dá água no deserto (Is 43.20)
A fonte da salvação (Is 12.3)

Quando Jesus diz que é a água da vida, ele está afirmando: “Eu sou o Deus que sacia, sustém e vivifica.”

💧f) Jesus é a conexão espiritual
O que é a água para o corpo, Jesus é para a alma:

Função da águaParalelo em Jesus
Sustenta a vidaDá vida eterna
Lava/PurificaRemove o pecado
Sacia a sedeSacia a alma
Regula o corpoOrdena e restaura o interior
Transporta nutrientesNos guia, alimenta e sustenta
É indispensávelJesus é absolutamente essencial
Sem água, o corpo morreSem Jesus, a alma morre

Enfim:

✝️Jesus se identifica com a água porque só ele pode tratar a sede mais profunda do ser humano – a sede de Deus.

✝️Assim como ninguém sobrevive sem água, ninguém encontra vida plena, propósito e vida eterna sem Cristo.

2. JESUS E A LUZ

Jesus também se identifica com o símbolo da luz de forma profunda, completa e absolutamente central à fé cristã. Quando ele diz “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12), não é apenas uma metáfora bonita, é uma declaração teológica, espiritual e existencial com implicações diretas para a vida humana, assim como a luz física é essencial para a vida natural.

Seguem alguns registros bíblicos nos quais Jesus se identifica com esse símbolo:

🌟 a) Jesus é essencial
Assim como:
Sem luz não existe vida biológica.
Sem Jesus não existe vida espiritual.

A luz sustenta a vida natural; Jesus sustenta a vida espiritual.

Por isso ele diz:
“eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10.10)

🌟 b) Jesus é a luz do mundo
“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” (Jo 8.12)

Jesus afirma que:
Ele não apenas traz luz
Ele é a própria luz

Da mesma forma que a luz revela, aquece, orienta, dá vida, afasta as trevas, Jesus faz isso espiritualmente.

🌟 c) Jesus revela Deus
A luz torna visível o que está oculto na escuridão.

Jesus revela:
O caráter do Pai.
A verdade sobre o ser humano.
O caminho da salvação.

“Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.9b)

🌟 d) Jesus orienta a vida
Assim como a luz impede tropeços, Jesus orienta nosso caminho com:
Sua palavra.
Seus ensinos.
Seu exemplo.

“Eu sou o caminho…” (Jo 14.6)

🌟 e) Jesus gera vida espiritual
No Gênesis, a primeira palavra de Deus é “Haja luz.” João conecta essa luz inicial com Jesus, o Verbo, pelo qual todas as coisas foram feitas:
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (Jo 1.3)

A luz física veio pela palavra de Deus Pai e a luz espiritual vem pela encarnação do Filho.

Assim como toda vida física depende da luz; toda vida espiritual depende de Cristo. Sem ele, há apenas trevas – culpa, confusão, morte espiritual.
“A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.” (Jo 1.4)

🌟 f) Jesus vence o mal
A luz afasta as trevas que na Bíblia simbolizam ignorância, pecado, perdição, mentira, poder das trevas.

Jesus expulsa essas trevas da alma humana.
“A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (Jo 1.5)

🌟 g) Jesus é luz para a humanidade
A luz é essencial e bênção divina para todos. Jesus não é apenas “a luz de Israel” ou “a luz da igreja”, mas para a humanidade – “a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.” (Jo 1.9)

A obra redentora de Cristo é para:
Todos os povos
Todas as culturas
Toda pessoa que está em trevas

🌟 Enfim, Jesus é a Luz do Mundo porque:
⊳ Revela quem Deus é.
⊳ Orienta a vida humana.
⊳ Gera vida espiritual.
⊳ Vence as trevas do pecado e do mal.
⊳ Ilumina todas as pessoas.

Assim como não existe vida física sem luz, não existe vida plena, abundante e eterna sem Cristo.

Conclusão

A questão “trevas versus luz“ recebe grande destaque, principalmente no Novo Testamento.

Algumas citações bíblicas sobre o assunto nos revelam que Jesus é a luz do mundo e sem a sua presença o mundo jaz nas trevas. Essa luz divina veio como bênção: “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.” (Mt 4.16). Entretanto, há um triste registro: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.” (Jo 3.19).

Também há algumas chamadas divinas:

🌄Para deixar o lugar das trevas e vir para o lugar da luz. Essa mudança de lugar e de domínio se caracteriza por salvação:

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1Pe 2.9)

🌄 Para os que estão no lugar de luz se desvencilharem das obras das trevas. Essa liberação ou purificação se caracteriza por santificação:

“Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.” (Rm 13:12)

🌄 Para os que estão na luz, permanecerem como luz do mundo, tal qual Jesus é a luz do mundo:

“Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz.” (Ef 5.8)

Louvado seja Deus!

“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lc 2.14)

Bibliografia

1. Bíblia Sagrada (SBB – Versão Revista e Atualizada).
2. Bíblia Online – SBB.
3. Internet / ChatGPT.


Veja mais:
Esta é a terceira de três publicações sobre ELEMENTOS ESSENCIAIS A EXISTÊNCIA HUMANA:
1. A essencialidade da água.
2. A essencialidade da luz.
3. A essencialidade de Jesus.


A essencialidade da luz

Introdução

Logo no início da Bíblia surge o registro da primeira verbalização do Criador: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” (Gn 1.3). E, logo fez a avaliação: “E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.” (Gn 1.4). Desde então vê-se a intencionalidade de Deus de trazer luz, onde há trevas. Aliás, o que são as trevas senão a ausência de luz?

A luz é um dos elementos mais fundamentais da criação e da existência humana – tanto no sentido físico quanto no simbólico/teológico. Sua importância é tão central que a Bíblia a coloca como destaque no início da obra criativa de Deus, apontando que sem luz não há ordem, vida nem propósito.

1. A IMPORTÂNCIA DA LUZ

a) A luz torna a vida possível

A luz solar:
⊳ Fornece energia para todos os ecossistemas (fotossíntese).
⊳ Permite que plantas produzam oxigênio.
⊳ Mantém a temperatura necessária para a vida no planeta.
⊳ Controla os ciclos climáticos e o equilíbrio da natureza.

Sem luz, o planeta seria um ambiente frio, inóspito e estéril.

b) A luz é essencial para a saúde humana

A luz regula processos vitais no nosso corpo:

⏰ Ritmo biológico interno

A luz controla o “relógio biológico”, dizendo ao corpo quando:
– Acordar, dormir, liberar hormônios, restaurar células etc.

Sem luz adequada surgem:
– Insônia, fadiga, depressão sazonal, baixa imunidade etc.

🩺 Produção de vitamina D

A luz solar ativa a vitamina D, essencial para:
– Ossos fortes, sistema imunológico, função muscular, prevenção de doenças autoimunes.

🧠 Saúde emocional

A exposição à luz natural:
– Melhora o humor, reduz ansiedade, aumenta a sensação de bem-estar.

c) A luz permite percepção e organização do mundo

Com a luz podemos:
– Enxergar, interpretar ambientes, nos orientar, ler, trabalhar, criar, usar cores, formas e símbolos etc.

A visão é o sentido mais usado pelo ser humano; sem luz, perdemos a maior parte da informação sensorial.

2. AS PLANTAS E A LUZ

Por certo você já se deparou com um agrupamento denso de árvores e percebeu um fenômeno curioso: troncos longos e quase sem galhos, lisos e esguios, enquanto a copa se concentra no alto, como se cada árvore estivesse disputando um lugar ao sol.

Esse comportamento não é acaso. As plantas se orientam e “buscam” a luz solar por meio de um processo biológico chamado fototropismo. Isso ocorre porque a luz é indispensável à sua sobrevivência, ao seu crescimento e à sua reprodução. Sem luz suficiente, não há energia, não há desenvolvimento e, em última instância, não há vida.

a) A fotossíntese

Para produzir:
☑️Glicose (seu alimento), oxigênio (liberado para o ambiente).

Sem luz suficiente:
⊳ A produção de energia cai.
⊳ O crescimento é prejudicado.
⊳ A planta enfraquece.
⊳ Eventualmente, morre.

Portanto, buscar luz é buscar vida.

b) O fototropismo

Fototropismo é o crescimento orientado da planta em resposta à luz.

⊳ Fototropismo positivo: caule e folhas crescem em direção à luz.
⊳ Fototropismo negativo: raízes crescem afastando-se da luz, buscando água e nutrientes no solo.

Esse comportamento permite:

⊳ Maximizar a captação de luz.
⊳ Equilibrar sustentação e nutrição.

Quantas pessoas caminham por aí na escuridão, desorientadas e perdidas na estrada da vida. Aqui e ali, tropeçam em fachos de “luzes mortas” – telas eletrônicas e de projeção, shows, espetáculos, palcos iluminados, estádios de esportes, vitrines reluzentes e tantos outros entretenimentos luminosos – que apenas cintilam por um instante e logo se apagam. Agarram-se a brilhos efêmeros e ilusórios que nunca conseguem iluminar, de fato, o caminho da alma.

No entanto, a Bíblia nos lembra que “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (Jo 1.4–5). Não se trata de um brilho passageiro, mas da verdadeira luz, que veio ao mundo e ilumina a todo homem (Jo 1.9).

Por isso, o próprio Cristo declara: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). Fora dessa luz, o caminho permanece obscuro; nela, porém, a alma encontra direção, vida e salvação.

As árvores que mencionamos anteriormente oferecem um belo retrato da busca pela luz verdadeira e superior da vida. Para ser iluminado pela luz divina, é necessário fé e coragem – coragem para abandonar aquilo que parece tão essencial à vida terrena, mas que, diante de Cristo, revela-se apenas distração inútil.

É preciso relegar ao segundo plano, ou até mesmo renunciar, o que é passageiro, para priorizar o que é eterno. Assim como, para contemplar um céu plenamente estrelado, é preciso que as luzes da cidade se apaguem, também para enxergar a glória de Deus é necessário silenciar os brilhos artificiais deste mundo.

Somente quando deixamos para trás uma vida pequena, fútil e vazia é que nos tornamos aptos a receber a vida abundante, plena e verdadeira, que somente Jesus pode conceder.

“Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.” (Mt 16.25)

3. A BÍBLIA E A LUZ

A Bíblia frequentemente usa “luz” como símbolo de:

⊳ Vida que procede de Deus (Sl 36.9)
⊳ Verdade que liberta (Ef 5.13)
⊳ Revelação que ilumina a mente (2Co 4.6)
⊳ Santidade que transforma o caráter (1Jo 1.5)
⊳ Direção que orienta o caminho (Sl 119.105)
⊳ Presença que salva e consola (Sl 27.1)

Figuradamente e como símbolo teológico, a Bíblia ensina que:

🟡 A luz é o primeiro ato da criação
“Haja luz.” (Gn 1.3)

Antes de qualquer forma de vida, Deus cria a luz indicando que não há vida nem ordem sem luz.

🟡 Deus é luz
“Deus é luz; e nele não há treva nenhuma.” (1Jo 1.5)
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (Tg 1.17)

A luz revela o caráter santo e perfeito de Deus.

🟡 Jesus é a “Luz do Mundo”
“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” (Jo 8.12)

Assim como a luz é indispensável para a vida física, Jesus é indispensável para a vida espiritual.

🟡 A Palavra de Deus é luz
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra.” (Sl 119.105)

A Bíblia como revelação divina é luz. Ela é direção, discernimento e sabedoria.

🟡 Os discípulos de Jesus são luz
“Vós sois a luz do mundo.” (Mt 5.14a)

Os seguidores de Cristo são chamados a refletir sua luz.

“Certo homem comprou uma bela caixa de joias, que – segundo lhe garantira o comerciante – brilharia no escuro. Naquela mesma noite, colocou-a sobre a mesa e apagou as luzes, ansioso por vê-la resplandecer. Para seu desapontamento, porém, a caixa permaneceu inerte, mergulhada na escuridão.

Sua esposa, percebendo a frustração do marido, resolveu repetir a experiência na noite seguinte. Colocou a caixa sobre a mesa, exatamente como ele fizera antes. Para a alegria de ambos, a caixa então brilhou com intensidade extraordinária. Foi quando ela explicou, com simplicidade:

– Você se esqueceu de seguir as instruções: “Coloque-me ao sol durante o dia, e eu brilharei à noite.”

Não existe nenhuma lei física segundo a qual um objeto possa irradiar uma luz que antes não tenha absorvido. Do mesmo modo, não há lei espiritual pela qual possamos refletir a luz de Cristo sem, primeiro, termos sido iluminados por ele.

O apóstolo Paulo afirma que “todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na sua própria imagem” (2Co 3.18). O próprio Jesus declarou: “Eu sou a luz” (Jo 8.12) e, em seguida, disse a seus discípulos: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14).

Deus não se decepciona quando nos detemos em sua Palavra, quando nos colocamos à luz de Cristo e o contemplamos com reverência. É exatamente aí que aprendemos a brilhar – não com luz própria, mas refletindo a luz que dele recebemos.” (extraído e adaptado)

4. Considerações Finais

A Bíblia fala sobre a criação da luz, revelando que ela faz parte da obra criadora de Deus desde o princípio. E, a luz, prevalece sobre as trevas.

A luz é essencial à existência humana!

🔆 Sem luz natural, não há vida biológica.
A luz é a fonte primária de energia para todos os ecossistemas.

🔆 Sem luz natural, o corpo humano adoece.
Somos biologicamente dependentes da luz para saúde física e emocional.

🔆 Sem luz natural, não há percepção, direção e organização.
Ela permite enxergar, compreender e agir no mundo.

🔆✝️ Sem luz divina, não há ordem espiritual.
A revelação de Deus (Bíblia) é descrita como luz. Jesus é a Luz que ilumina nossa existência e o caminho para Deus.

Enfim, Deus não apenas cria a luz natural, mas usa sua essencialidade para revelar a salvação em Cristo!

“Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” (2Co 4.6)

Soli Deo gloria!

Bibliografia

1. Bíblia Sagrada (SBB – Versão Revista e Atualizada).
2. Bíblia Online – SBB.
3. Internet / ChatGPT.


Veja mais:
Esta é a segunda de três publicações sobre ELEMENTOS ESSENCIAIS A EXISTÊNCIA HUMANA:
1. A essencialidade da água.
2. A essencialidade da luz.
3. A essencialidade de Jesus.


A essencialidade da água

Introdução

Aproximadamente 71% da superfície do planeta Terra é coberta por água, no estado líquido – oceanos, mares, rios e lagos; e  no estado sólido (gelo) – geleiras e calotas polares. Porém, apenas cerca de 2,5% dessa água é doce. E, desse total de água doce, menos de 1% está disponível para uso humano (em rios, lagos e aquíferos acessíveis). A canção “Planeta Água” de autoria de Guilherme Arantes, lançada em 1981, faz jus a essa interessante realidade quando diz – Terra! Planeta Água.

Não menos importante é a água no estado gasoso (vapor) que representa cerca de 0,001% do total de água da Terra, que não está incluída nestes 71%. O vapor d’água, mesmo sendo pouco em volume é fundamental para a formação de nuvens, chuvas, regulação da temperatura, efeito estufa natural e manutenção do clima.

O corpo humano é composto em média por 60% de água. Esse valor varia conforme idade, sexo e composição corporal:

  • Bebês: 70% a 75%
  • Adultos homens: 60% a 65%
  • Adultos mulheres: 50% a 60% (maior proporção de gordura corporal)
  • Idosos: 45% a 55%

A água está em todas as partes do corpo:

  • Sangue: 83%
  • Músculos: ≈75%
  • Cérebro: ≈75%
  • Pulmões: ≈80%
  • Ossos: ≈22%

Enfim, sem água não a vida!

1. PRINCIPAIS FUNÇÕES E USOS DA ÁGUA

a) No Planeta

  • Regulação do clima.
  • Manutenção de ecossistemas.
  • Ciclo hidrológico, essencial para todas as formas de vida.
  • Sustentação da agricultura e produção de alimentos.
    • Irrigação de lavouras.
    • Criação de animais (bebedouros, limpeza de instalações).
    • Processamento pós-colheita.
  • Meio de sobrevivência para fauna e flora aquáticas.
  • Indústria, Comércio e Serviços.
  • Recreação, Cultura e Lazer.
  • Nas residências (no dia a dia).
    • Beber e cozinhar.
    • Higiene pessoal (banho, escovação, lavagem das mãos).
    • Limpeza da casa e dos objetos.
    • Lavagem de roupas.
    • Descargas sanitárias.
    • Irrigação de plantas e jardins.

b) No Corpo Humano

  • Transporte de nutrientes e oxigênio pelo sangue.
  • Regulação da temperatura corporal (sudorese).
  • Lubrificação de articulações, olhos e mucosas.
  • Eliminação de toxinas pela urina, suor e fezes.
  • Participação em reações metabólicas e químicas celulares.
  • Proteção de órgãos e tecidos (líquido cefalorraquidiano, líquido amniótico).
  • Auxílio na digestão (saliva, sucos gástricos, absorção intestinal).

2. POR QUE A ÁGUA É ESSENCIAL À EXISTÊNCIA HUMANA?

A água é indispensável porque:

  • Sem água, não há metabolismo. Todas as reações químicas da vida acontecem em meio aquoso.
  • Sem água, o corpo não funciona. Em poucos dias de desidratação grave, ocorre falência de órgãos.
  • Ela mantém a vida celular. A água permite trocas químicas, transporte, equilíbrio de sais e eletrólitos.
  • Ela preserva ecossistemas que sustentam a cadeia alimentar. Sem água, as plantas e os animais não sobrevivem.
  • É insubstituível. Nada substitui a água na combinação de hidratação, regulação térmica, transporte e limpeza interna.

A água é essencial porque ela está na estrutura da vida, mantém a vida e possibilita a continuidade da vida – tanto biologicamente quanto ambientalmente.

O vapor d’água é uma parte pequena da água total do planeta, mas exerce um papel enorme e indispensável para a saúde humana, para a vida dos seres vivos e para o equilíbrio ambiental. Por exemplo, para a saúde humana:

a) Hidratação das vias respiratórias

O vapor mantém úmidas: fossas nasais, garganta e pulmões.

Sem umidade, o corpo sofre:
• ressecamento das mucosas.
• irritação das vias respiratórias.
• maior risco de infecções (vírus, bactérias).
• piora de alergias e crises respiratórias.

 A umidade é essencial para que o ar chegue aos pulmões de forma saudável.

b) Regulação da temperatura do corpo

O corpo libera calor por meio do suor, que evapora graças à presença de umidade no ar.

O vapor d’água permite:
• manutenção da temperatura corporal.
• prevenção de superaquecimento (hipertermia).
• funcionamento adequado do sistema circulatório.

c) Proteção da pele

Ambientes muito secos retiram água da pele, causando:
• rachaduras.
• desidratação.
• dermatites.
• irritações

O vapor atmosférico ajuda a manter a pele hidratada naturalmente.

3. A LIÇÃO DA BOMBA D’ÁGUA [1]

Um homem estava perdido num lugar deserto, destinado a morrer de sede. Então, ele chegou a uma velha construção, sem janelas, sem teto. O homem andou ao redor daquele lugar e achou uma pequena sombra, onde podia sentar-se para se proteger do calor e do sol intenso. De repente ele avistou uma velha bomba d’água enferrujada. Ele se arrastou até lá, pegou a alavanca e começou a bombear, bombear e bombear sem parar, porém, nada acontecia. Desanimado ele caiu prostrado, então viu que ao seu lado havia uma garrafa velha. Pegou a garrafa, limpou a poeira que a cobria, e então conseguiu ler o recado que estava nela: “Meu Amigo, você precisa primeiro preparar a bomba derramando nela toda água desta garrafa. Depois faça o favor de enchê-la outra vez, antes de partir, para o próximo viajante.”

O homem destampou a garrafa, que estava cheia de água, e viu-se num dilema: Se bebesse aquela água, poderia sobreviver. Mas se despejasse toda aquela água na velha bomba enferrujada, e ela não funcionasse, morreria de sede. O que fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar conseguir água fresca e fria, ou beber a água da velha garrafa e desprezar a mensagem.

Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Pegou a alavanca e começou a bombear, e a bomba começou a ranger, porém nada acontecia. A bomba continuava rangendo e, de repente, surgiu um pequeno fio de água, depois um pequeno fluxo e, finalmente, a água jorrou em abundância. Para alívio do homem a bomba velha fez jorrar água fresca, cristalina! Ele encheu a garrafa e bebeu ansiosamente. Encheu outra vez e tomou até saciar sua sede. Em seguida, voltou a encher a garrafa para o próximo viajante e acrescentou à nota: “Creia, funciona. Você precisa dar toda a água antes de poder recebê-la de volta.”

Quantas pessoas caminham por aí sedentas, desorientadas e perdidas no deserto da vida. Aqui e ali, se deparam ou tropeçam em garrafas de “águas mortas”, das quais bebem apenas para não desfalecer de vez. Agarram-se a atrativos efêmeros e ilusórios que jamais conseguem saciar a verdadeira sede da alma. Assim, dia após dia, seguem a passos largos rumo à perdição eterna.

Foi assim também com uma mulher samaritana que, certo dia, encontrou-se com Jesus à beira de um poço. Ela carregava seus cântaros repletos das mesmas “águas mortas” que tantas vezes buscamos, quando o Senhor lhe ofereceu algo infinitamente superior:

“Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” (Jo 4.13-14)

Para receber essa água viva, é preciso e coragem: coragem para abandonar aquilo que parece tão essencial à vida terrena, mas que não passa de peso inútil diante de Cristo. A mulher samaritana entendeu isso – “deixou o seu cântaro…” (João 4.28) — e, ao deixar o que era passageiro, encontrou o que é eterno.

Assim também conosco: é preciso perder o que é transitório para ganhar o que é permanente; é preciso deixar para trás uma vida pequena e vazia para receber a vida abundante que só Jesus pode dar.

“Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.” (Mt 16.25)

4. Considerações Finais

A Bíblia fala sobre a criação da água de maneira direta e indireta, revelando que ela faz parte da obra criadora de Deus desde o princípio. Quando diz que – “No princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Gn 1.1) – a água está inserida de forma indireta. Quando diz que – “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.” (Gn 1.2) – a água está presente entre os primeiros elementos da criação organizada por Deus.

Deus organiza e separa as águas (Gn 1.6-10):

No segundo dia, faz a separação das águas: “Haja firmamento no meio das águas, e separação entre águas e águas.” (Gn 1.6). Assim, Deus separa: as águas de cima (céus/atmosfera), das águas de baixo (mares, rios, águas subterrâneas).

No terceiro dia, Deus faz a reunião das águas e surgimento da terra seca: “Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca.” (Gn 1.9-10)

Resumindo, a Bíblia ensina que:

💧 A água foi criada por Deus no início da criação.
💧 Deus separou, organizou e delimitou as águas.
💧 Ele controla o ciclo da água e a usa como provisão para toda a vida.
💧A água é um símbolo central da salvação e da vida eterna em Cristo. ✝️

Por fim e o mais importante é que a água, na Bíblia, aponta profeticamente para Cristo, portanto não é apenas biológica, mas teológica. O apóstolo João dedica atenção especial a esse aspecto:

✝️💧A “água viva” que Jesus dá se tornará uma fonte a jorrar para a vida eterna:

“Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”“aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” (João 4.10 e 14)

✝️💧Jesus também fala sobre “rios de água viva”:

“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (João 7.38)

✝️💧No livro de Apocalipse o apóstolo João também fala da água da vida eterna:

“pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida.” (Apocalipse 7.17a)

“Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.” (Apocalipse 21.6b)

“Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.  O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.” (Apocalipse 22:1,17)

Enfim, Deus não apenas cria a água natural, mas usa sua essencialidade para revelar a salvação em Cristo!

Soli Deo gloria!

Bibliografia

1. Bíblia Sagrada (SBB – Versão Revista e Atualizada).
2. Bíblia Online – SBB.
3. Internet / ChatGPT.


Veja mais:
Esta é a primeira de três publicações sobre ELEMENTOS ESSENCIAIS A EXISTÊNCIA HUMANA:
1. A essencialidade da água.
2. A essencialidade da luz.
3. A essencialidade de Jesus.


[1] Texto anônimo, adaptado e aplicado por Paulo Raposo Correia.


NATAL – Breve Cronologia do Messias

Veja, a seguir, uma Breve Cronologia das Predições do Messias – Jesus Cristo.

“Disse o SENHOR: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” (Gn 18.17-18)
“E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” (Lc 24.27)

O Deus único e verdadeiro, que está “assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6.1), não nos deixa órfãos de informações sobre o que está para fazer. É assim que, no Antigo Testamento, ele nos revela muitos detalhes sobre o Messias que havia de enviar no seu kairós, no devido tempo determinado por Deus: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,” (Gl 4.4).

  • 01. SUA NATUREZA HUMANA e MISSÃO
    [3975 a.C.] Gênesis 3.15
    ✍️“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3.15)

    🔥Com antecedência de cerca de quatro mil anos Deus anunciou, pela primeira vez, a vinda do Messias. Sua origem seria humana – o descendente da mulher.

  • 02. SUA LINHAGEM
    [2322 a.C.] Gênesis 9.26-27
    ✍️“E ajuntou: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo.” (Gn 9.26-27)

    🔥O Messias não nasceria de qualquer mulher ou nação. Quando o extremo da maldade humana encontrou o limite da tolerância divina Deus enviou o dilúvio, destruindo toda a raça humana, preservando Noé e sua família. “Sem” era o seu filho primogênito e o herdeiro da bênção divina (os judeus são descendentes de Sem).

  • 03. AQUELE QUE É E QUE HÁ DE VIR
    [1967 a.C.] Jó 19.25
    ✍️“Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19.25)

    🔥Segundo os teólogos o livro de Jó se situa, cronologicamente, no período dos patriarcas. Depois de passar por um período de extrema provação, Jó é questionado pelos seus amigos e responde a Bildade com essa esplêndida e memorável expressão de fé, acima transcrita (Jó 19.25). A proclamação ainda é vaga, porém muito intensa, reafirmando a primeira, para ecoar pelos próximos séculos.

  • 04. SUA NAÇÃO
    [1907 a.C.] Gênesis 12.1-3
    ✍️“1 Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
    2 de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!3 Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.1-3)

    🔥Da descendência de Sem Deus chama a Abraão e funda uma nação para preservar o seu nome e propiciar a realização da sua promessa. É aqui que aparece o pré-evangelho, quando Deus manifesta seu propósito de, por meio da nação judaica e do seu descendente alcançar a toda humanidade, judeus e gentios.

  • 05. SUA LINHAGEM DA TRIBO DE JUDÁ
    [1660 a.C.] Gênesis 49.8-10
    ✍️“8 Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti.
    9 Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará?
    10 O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos.” (Gn 49.8-10)

    🔥O Messias nascerá de uma mulher, da linhagem de Sem, da nova nação a partir de Abraão (Israel), na tribo de Judá. Percebe-se nesta predição que os detalhes começam a ser revelados. Judá, um dos doze filhos de Jacó, se tornaria o líder entre as tribos, forte como um leão novo que tivesse devorado sua presa, e seguro como um leão adulto que ninguém ousaria provocar. Esta predição começou a se cumprir em 1025 a.C. (635 anos depois), com o reinado de Davi.

  • 06. A ESTRELA DE JACÓ
    [1423 a.C.] Números 24.17, 19
    ✍️“17 Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete. 19 De Jacó sairá o dominador e exterminará os que restam das cidades.” (Nm 24.17, 19)

    🔥O texto acima reafirma a primazia de Jacó, do povo de Deus (Israel). Eis que o líder messiânico virá e dominará. O cetro é o bastão usado pelos reis como símbolo do seu poder e autoridade (Et 5.2). Jesus “a estrela de Jacó” (Nm 24.17, 19), a estrela da alva (2Pe 1.19), “Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante estrela da manhã.” (Ap 22.16). Por essas e outras predições é que pairava no inconsciente coletivo dos judeus a figura de Jesus como o grande Rei restaurador: “Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” (At 1.6)

  • 07. UM PROFETA SEMELHANTE A MOISÉS
    [1423 a.C.] Deuteronômio 18.15-18
    ✍️“15 O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás,
    16 segundo tudo o que pediste ao SENHOR, teu Deus, em Horebe, quando reunido o povo: Não ouvirei mais a voz do SENHOR, meu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra.
    17 Então, o SENHOR me disse: Falaram bem aquilo que disseram. 18 Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.” (Dt 18.15-18)

    🔥Moisés foi um líder, um libertador e um profeta de extrema relevância para o povo de Israel. Até que ponto os judeus esperavam um Messias-Rei (Mt 2.2; 27.11, 29) ou um Messias-Profeta (Jo 7.40-41) ou os dois personagens em uma só pessoa ou os dois personagens em duas pessoas distintas? Moisés é um tipo de Cristo em alguns aspectos relacionados à sua vida e ofício.

  • 08. SALMOS – UM QUADRO PROFÉTICO
    [1018 a 985 a.C.]

    🔥À medida que se aproximava o tempo da vinda do Messias, as predições se tornaram mais frequentes e os detalhes mais abundantes. Os Salmos messiânicos estão inseridos numa janela de tempo de cerca de mil anos de antecedência da manifestação de Jesus. Seguem, algumas predições:

    [1018 a.C.] A Alegria dos justos e sua rejeição (Sl 118.14-15, 22-23; Mt 21.42)
    [1016 a.C.] Ele falará por parábolas (Sl 78.2; Mt 13.34-35)
    [1014 a.C.] O Ungido, Rei Eterno, Filho de Deus (Sl 2.2, 6-7)
    [1014 a.C.] Sua ressurreição (Sl 16.10)
    [1014 a.C.] Seu sacerdócio eterno (Sl 110.4)
    [993 a.C.] Seu sofrimento e crucificação (Sl 22 a 24; 69.1)
    [993 a.C.] Sua traição (Sl 41.9; Jo 13.18; Lc 22.47-48)
    [985 a.C.] O Ungido de Deus e sua noiva (Sl 45.2, 6, 7, 17)

  • 09. SEU NASCIMENTO VIRGINAL
    [732 a.C.] Isaías 7.14 (ver Mt 1.22-23)
    ✍️“Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.” (Is 7.14)

    🔥Os profetas maiores e menores fazem novas predições e lançam luz sobre alguns detalhes referentes ao Messias. Ele nascerá de uma virgem escolhida, da linhagem do Rei Davi. A divindade deste filho está explicitada no seu nome EMANUEL, que quer dizer DEUS CONOSCO.

  • 10. SEU GOVERNO E TÍTULOS
    [732 a.C.] Isaías 9.1-2, 6-7
    ✍️“1 Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios.
    2  O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.
    6  Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; 7  para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.” (Is 9.1-2, 6-7)

    🔥Cada nova predição reafirma as anteriores e/ou trazem novas revelações. O Messias é o Rei Eterno prometido à casa de Davi (2Sm 7.16) e identificado séculos antes pelos nomes de “Siló”, “Estrela de Jacó”, “o profeta semelhante a Moisés”, “Emanuel”.  Nesta nova predição ele recebe novos títulos e atributos:
    Maravilhoso Conselheiro, um ser sobrenatural (Jz 13.18) que em sua primeira vinda traria palavras de vida eterna e que, quando retornar, reinará com perfeita sabedoria (Is 11.2).
    – Deus forte, um termo que expressa a sua divindade e aplicado a Deus (Dt 10.17; Is 10.21; Jr 32.18), e prediz sua vitória final sobre o mal.
    – Pai da Eternidade, significa Pai Eterno, o eterno provedor e protetor do seu povo (Jo 1.1-5).
    – Príncipe da Paz, aquele que traz a verdadeira paz, paz com Deus (Rm 5.1) e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem (Lc 2.14).

  • 11. UMA SÓ CABEÇA
    [770 a.C.] Oséias 1.11
    ✍️“Os filhos de Judá e os filhos de Israel se congregarão, e constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra, porque grande será o dia de Jezreel.” (Os 1.11)

    🔥Esta predição revela quão completa é a reconciliação entre ambos os reinos (Israel e Judá) e o Senhor, o Messias. Não apenas ele unirá os judeus, mas, também, os judeus e gentios (ver Ef 2.11-16).

  • 12. CHAMADO DO EGITO
    [724 a.C.] Oséias 11.1
    ✍️“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho.” (Os 11.1)

    🔥A nação de Israel nasceu ali no cativeiro do Egito e, atendendo ao clamor do povo, foi libertada, pelo seu Deus e Pai. Por amor, Deus chamou o seu filho (Êx 4.22 – Israel). Há aqui também uma referência ao Messias, a Cristo, que também foi chamado do Egito (ver Mt 2.14-15).

  • 13. O REBENTO DE JESSÉ
    [713 a.C.] Isaías 11.1-2
    ✍️“1 Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. 2 Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.” (Is 11.1-2)

    🔥Jessé foi o pai de Davi (1Sm 17.12). Embora a árvore de Davi tenha sido derrubada, um rebento ou renovo (ramo) cresceria do toco, na pessoa do Messias. Sobre ele viria e permaneceria a plenitude do Espírito Santo (Mt 3.16-17).

  • 14. A PEDRA ANGULAR
    [727 a.C.] Isaías 28.16
    ✍️“Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge.” (Is 28.16)

    🔥O Messias seria uma pedra angular (ou pedra de esquina, ou pedra fundamental), que era utilizada nas antigas construções, a primeira a ser assentada na esquina do edifício, formando um ângulo reto entre duas paredes. A partir da pedra angular, eram definidas as colocações das outras pedras, alinhando toda a construção. Jesus o foi em sua obra expiatória, uma pedra já provada em sua tentação, e pedra preciosa em seu relacionamento com seu povo. Jesus mesmo ratificou essa Escritura: “Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?” (Mt 21.42; ver tb Rm 9.33). Jesus é a pedra viva (1Pe 2.4), a pedra angular (1Pe 2.6), a pedra rejeitada (1Pe 2.7) e a pedra de tropeço (1Pe 2.8).

  • 15. O SERVO ELEITO
    [712 a.C.] Isaías 42
    ✍️“1 Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
    ……..
    6 Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios; 7 para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas.” (Is 42.1-7)

    🔥O profeta Isaías apresenta aqui interessantes e, até mesmo, surpreendentes informações sobre o Messias. O Messias é apresentado aqui como servo de Deus, o seu escolhido, aquele que agrada o seu coração. Ratificando predições anteriores, o Espírito de Deus repousava sobre ele (Is 11.2). Outro aspecto interessante é o alcance dos gentios. Vale lembrar que a bênção de Abraão incluía todas as famílias da terra (Gn 12.1-3).
    O Messias será o mediador de uma nova aliança, luz para os gentios em um mundo em trevas. Sua missão também contemplará libertar os que vivem em trevas físicas e trevas espirituais. (Ver Mt 12.15-21)

  • 16. SOFRIMENTO E TRIUNFO DO SERVO
    [712 a.C.] Isaías 52.13 a 53.12
    🔥O texto bíblico de Isaías 52.13 a 53.12 é um extraordinário registro bíblico do Messias vindouro, o nosso Salvador Jesus Cristo, o Servo que sofrerá vicariamente pelos pecados da raça humana, mas que por fim triunfará. O texto é muito vívido e repleto de detalhes que parece até que o profeta Isaías tinha assistido um filme sobre a vida de Jesus. Assim, ele descreve os acontecimentos como ocorridos no passado, apesar de registrá-los a cerca de sete séculos antes.
    O texto pode ser dividido em cinco partes, de três versículos cada, como segue[1]:
    (i) A preeminência do  Servo – exaltado e elevado (Is 52.13-15)
    (ii) A pessoa do Servo – o braço do Senhor (Is 53.1-3)
    (iii) A paixão do Servo – a crucificação (Is 53.4-6)
    (iv) A passividade do Servo – aceitou calado (Is 53.7-9)
    (v) A porção do Servo – os justificados (Is 53.10-12)


    [1] A Bíblia Anotada. Editora Mundo Cristão, 1991.

  • 17. O PREGADOR DAS BOAS NOVAS E LIBERTADOR
    [712 a.C.] Isaías 61.1-3
    ✍️“1 O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados;
    2 a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram 3 e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória.” (Is 61.1-3)

    🔥Certamente que o profeta não estava falando de si mesmo, mas do Messias vindouro. E, quando Jesus, na sinagoga, tomou o livro de Isaías e leu este texto, deixou claro que era uma predição se referindo a ele (ver Lc 4.17-21).

  • 18. BELÉM, SEU LOCAL DE NASCIMENTO
    [704 a.C.]
    Miquéias 5.2
    ✍️“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Mq 5.2)

    🔥Efrata, cidade de Judá, é o antigo nome de Belém, no tempo dos patriarcas (Gn 35.19), situada a cerca de 8 km a sudoeste de Jerusalém. Belém significa “casa do pão” e Efrata significa “frutífera”. Este foi o local de nascimento do famoso rei Davi e seria o local de nascimento do seu descendente mais ilustre – Jesus Cristo, o Messias. E a profecia do profeta Miquéias se cumpriu (ver Mt 2.1-6).

  • 19. O RENOVO DE DAVI, REI JUSTO
    [597 a.C.]
    Jeremias 23
    ✍️“5 Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra.
    6 Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa.” (Jr 23.5-6)

    🔥O profeta Jeremias faz predições que ratificam a figura de um Messias-Rei, o renovo de Davi, um rei justo. Ele segue na mesma linha das predições de Isaías (Is 11.1-2; 53.1-3). E o anjo Gabriel anuncia o nascimento do Messias a Maria nos termos desta profecia (ver Lc 1.30-33).

  • 20. O MESSIAS PASTOR
    [580 a.C.]
    Ezequiel 34
    ✍️“23 Suscitarei para elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor. 24 Eu, o SENHOR, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o SENHOR, o disse.” (Ez 34.23-24)

    🔥O profeta Ezequiel destaca aqui a figura do povo como ovelha desgarrada, sem um verdadeiro pastor que o conduza. O profeta Isaías fez referência a esse estado caótico: “desgarrados como ovelhas” (Is 53.6). Ezequiel segue na mesma linha: “As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque.” (Ez 34.6). Assim, Deus mesmo providenciará um só pastor e não se trata do rei Davi ressurreto, mas do seu nobre descendente, o Messias. Jesus se apresenta como sendo esse pastor: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.” (Jo 10.11, 16)

  • 21. O TEMPO ATÉ A VINDA DO MESSIAS
    [539 a.C.] Daniel 9.24-26
    ✍️“24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos.

    🔥Em cerca de 605 a.C., Daniel e outros habitantes foram levados cativos para a Babilônia, por Nabucodonosor. O Reino do Norte (Israel) foi levado cativo em 721 a.C. e o Reino do Sul (Judá), em 586 a.C. No período de cerca de 600 anos até o nascimento de Cristo, o povo de Deus esteve dominado por quatro impérios: Babilônico, Persa, Grego e Romano. Foi sob o domínio do império romano que Jesus, o Messias, veio ao mundo.
    Próximo ao final dos setenta anos de cativeiro (605 a 535 a.C.) (Dn 9.2; Jr 25.11-12) Daniel recebe a visão do anjo Gabriel sobre um tempo tão esperado (Dn 9.24-27).

  • 22. AS PREDIÇÕES DE ZACARIAS
    [521-494 a.C.] Zacarias
    1. O meu servo, o renovo (Zc 3.8b) [521 a.C.]
    2. O edificador do templo do Senhor (Zc 6.12) [521 a.C.]
    3. O sacerdote e rei (Zc 6.13) [521 a.C.]
    4. A entrada triunfal, num jumentinho (Zc 9.9) [494 a.C.]
    5. O preço da traição (Zc 11.12b) [494 a.C.]
    6. A quem traspassaram (Zc 12.10b) [494 a.C.]
    7. O pastor ferido (Zc 13.7b) [494 a.C.]

  • 23. O PRECURSOR DO MESSIAS
    [397 a.C.]
    Malaquias 3.1 e 4.5
    ✍️“Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Ml 3.1)
    “5 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; 6 ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.” (Ml 4.5-6)

    🔥O último livro do Antigo Testamento, antes do período de 400 anos de silêncio, registra a vinda do precursor do Messias. Confira em Mateus 11.7-14 o que Jesus diz sobre João Batista.

“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” (Is 57.15)

Deus, aquele que ocupa a mais alta e distinta posição de poder e de governo, mas que tem o prazer de se aproximar da sua criatura, nos deixou um rastro de informações (predições), no Antigo Testamento, a fim de despertar na humanidade o interesse e a expectativa pela vinda do Emanuel – Deus Conosco – o seu Filho Unigênito e de sua obra redentora. O caminho para tão gloriosa e majestosa vinda começou a ser pavimentado, a partir dessas predições e prefigurações a respeito do Messias, desde o início da humanidade.

    Enfim, nosso propósito aqui foi o de fazer a exposição de algumas dessas revelações messiânicas no Antigo Testamento (AT), enaltecendo, assim, a pessoa do “Jesus da História e do Cristo da Fé”.  Jesus é o centro da Bíblia e de todas as coisas. Assim como no Antigo Testamento se vivia na expectativa da vinda do Messias, vale lembrar que o Novo Testamento (NT) atesta o cumprimento dessas profecias, relata os aspectos da sua vida, seus feitos, sua morte, ressurreição, ascensão e vai além. Da mesma forma que o AT, o NT reabre a grande expectativa, desta vez em relação à segunda vinda de Cristo, apresentando várias informações sobre esse evento.


    🌟Para mais informações e explicações sobre as predições do Antigo Testamento sobre a primeira e a segunda vindas de Cristo, acesse o E-Book gratuito abaixo:

    NATAL – A Plenitude do Tempo

    “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,” (Gl 4.4)

    “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (Jo 1.14)

    A vinda de Jesus ao mundo não foi um acontecimento acidental ou aleatório. A encarnação do Filho de Deus se deu no Kairós (καιρός) divino, no tempo oportuno, no momento exato, quando todas as condições históricas, culturais, políticas e espirituais convergiam de maneira perfeita. A Bíblia descreve esse momento como “a plenitude do tempo” (Gl 4.4). Essa expressão transmite a ideia de um relógio divino que marca cada passo da história com precisão absoluta. O cenário mundial havia sido cuidadosamente preparado pelo Supremo Agricultor, que trabalhou o solo da humanidade para que a semente do evangelho fosse lançada e encontrasse terreno fértil, inclusive para a sua posterior propagação.

    1. O legado do mundo grego – a língua como ponte

    Uma das mais importantes evidências desse preparo divino é o impacto do império grego sobre o mundo antigo. Sob Alexandre, o Grande, e seus sucessores (325–65 a.C.), as nações conquistadas passaram por um processo de helenização, que uniformizou costumes, ideias e, principalmente, a língua. O grego koiné tornou-se o idioma comercial, cultural e filosófico do Mediterrâneo.

    Essa difusão linguística foi providencial. A mensagem do evangelho, escrita e pregada em grego, poderia ser compreendida em praticamente todas as cidades do mundo conhecido. Assim, Deus usou um império pagão para estabelecer uma língua comum, que se tornaria o veículo perfeito para comunicar a verdade eterna sobre Cristo. O solo cultural estava, portanto, arado e enriquecido para a germinação da Palavra.

    2. O legado do judaísmo – a preparação espiritual

    Outra faceta desse preparo foi a história do próprio povo de Deus. O judaísmo desempenhou um papel fundamental nesse cenário. Durante séculos, por meio da Lei, dos profetas e das promessas messiânicas, o Senhor formou um povo que conhecia sua revelação e aguardava um libertador.

    Com a diáspora judaica espalhando comunidades para além das fronteiras da Palestina, surgiram as sinagogas, presentes em quase todas as grandes cidades do império. Elas funcionavam como centros de leitura das Escrituras, oração e instrução. Judeus e prosélitos aprendiam ali sobre o Deus único, o pecado humano, a aliança e a esperança do Messias.

    Por isso, quando Paulo declara que “a lei serviu de aio para nos conduzir a Cristo” (Gl 3.24), ele também aponta para esse rico processo pedagógico: Deus usou a Lei, a história e a tradição judaica para conduzir a humanidade à compreensão de que precisava de um Salvador. As sinagogas, espalhadas como sementes por todo o império, formavam bolsões de pessoas prontas para ouvir as boas-novas do evangelho.

    3. O império romano – ordem, estradas e estabilidade

    A era romana trouxe, ainda, outro fator decisivo: a Pax Romana, um período de relativa paz e estabilidade política que favorecia as viagens e a comunicação. As vastas redes de estradas, portos e rotas comerciais permitiam que os missionários cristãos se deslocassem com rapidez e segurança. Assim, o evangelho se espalhou com velocidade surpreendente, no poder do Espírito Santo.

    Conclusão – a convergência perfeita

    Quando unimos todos esses elementos, vemos claramente que nada foi por acaso.

    ✅ Uma língua universal.

    ✅ Uma expectativa messiânica viva.

    ✅ Um sistema religioso que ensinava as Escrituras.

    ✅ Estradas, rotas de navegação e um império estável.

    ✅ Um ambiente cultural sedento por respostas espirituais.

    Naquele momento singular da história, Deus abriu o céu e enviou seu Filho.

    A plenitude do tempo não é apenas um marco cronológico, mas a demonstração de que Deus guia a história com sabedoria soberana.

    Assim, o Natal nos lembra que o Deus que cumpre promessas também prepara o caminho. Ele age no macro e no micro, no curso das nações e no coração de cada pessoa, até que o tempo seja pleno.

    Soli Deo gloria!


    O tempo certo!

    Quando chegou o tempo certo,
    Quando a história se calou,
    Rasgou-se o céu, brilhando a graça,
    O Filho eterno então chegou.
    Promessas antigas renasceram,
    A luz venceu a escuridão;
    Na plenitude do tempo,
    Deus revelou seu coração.

    Glória a Deus nas alturas!
    Paz na terra aos que ele ama!
    No tempo certo Cristo veio,
    A esperança fez-se chama.
    Glória ao Deus que cumpre as promessas!
    Nosso Salvador nasceu!
    Na plenitude do tempo,
    Fez-se homem o Filho de Deus.


    Sete grandes realidades e uma cura

    Marcos 9.14-29; Mateus 17.14-21; Lucas 9.37-43a

    1ª) Um grande pastor
         Que se aproximava de Deus e do povo.

    37  No dia seguinte, ao descerem eles do monte, veio ao encontro de Jesus grande multidão. (Lc 9)
    14  Quando eles se aproximaram dos discípulos, viram numerosa multidão ao redor e que os escribas discutiam com eles. (Mc 9)
    15  E logo toda a multidão, ao ver Jesus, tomada de surpresa, correu para ele e o saudava. (Mc 9)
    16  Então, ele interpelou os escribas: Que é que discutíeis com eles? (Mc 9)

    Jesus acabara de passar por um singular momento de glória, no monte da transfiguração (Mc 9.2-13). Ali o céu baixara à terra para o honrar. Diante da aparição de dois grandes vultos do passado, Moisés (representando a Lei) e Elias (representando os Profetas) e dos dignos discípulos ali presentes (representando a Igreja), o Pai se manifestou e revelou o Filho, distinguindo-o e apontando-o como aquele que deveria ser ouvido.

    Não havia melhor lugar para se estar. No entendimento de Pedro, o tempo podia até parar e, assim eles desfrutariam ao máximo aquele pedacinho de céu. Entretanto, o grande pastor de almas – Jesus – sabia que lá embaixo havia um rebanho aflito necessitado da sua presença.

    Ao pé do monte estavam os demais discípulos, e com eles uma grande multidão. Na ausência de Jesus, algo havia acontecido que ocasionou uma grande discussão entre os discípulos que ficaram e os escribas. De tal forma estavam todos envolvidos com a discussão que a multidão se surpreendeu com a chegada Jesus. Aqui reside um interessante elemento profético: aqueles que se detêm em tantas discussões teológicas e/ou doutrinárias correm o risco de serem tomados de surpresa quando da segunda vinda de Cristo.

    É interessante observar que quando Jesus chegou, imediatamente o foco de interesse passou para ele. Entretanto, para Jesus, o foco de interesse era o objeto da discussão: “Que é que discutíeis com eles?”

    2ª) Um grande problema
         De dimensões física e espiritual.

    17  E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um espírito mudo; (Mc 9)
    18a  e este, onde quer que o apanha, lança-o por terra, e ele espuma, rilha os dentes e vai definhando. (Mc 9)
    14  E, quando chegaram para junto da multidão, aproximou-se dele um homem, que se ajoelhou e disse: (Mt 17)
    15  Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas, na água. (Mt 17)
    38  E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem, dizendo em alta voz: Mestre, suplico-te que vejas meu filho, porque é o único; (Lc 9)
    39  um espírito se apodera dele, e, de repente, o menino grita, e o espírito o atira por terra, convulsiona-o até espumar; e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantado. (Lc 9)

    A resposta à indagação de Jesus vem logo, do meio da multidão. Um pai desesperado se aproxima de Jesus e lhe conta o grande e grave problema vivido por seu filho único. Ele descreve, com detalhes, todo o sofrimento passado pelo filho quando o espírito imundo se apodera dele. Lunático, surdo-mudo e com sintomas que se assemelhavam aos da epilepsia (descarga cerebral), no seu estado mais grave.  Mateus revela que esse pai se ajoelha diante de Jesus e lhe suplica compaixão.

    3ª) Uma grande decepção
         Tentar fazer aquilo que só Jesus pode fazer.

    18b  Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam. (Mc 9)
    16  Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo. (Mt 17)
    40  Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. (Lc 9)

    O pai declara inicialmente que tinha trazido o filho para que Jesus curasse (Mc 9.17). Naturalmente, não encontrando Jesus ali, pediu ajuda aos discípulos que não haviam subido ao monte. É difícil concluir quem ficou mais decepcionado com a fracassada tentativa dos discípulos:

    🔹 O pai, que não conseguiu a tão necessitada solução para o problema.
    🔹 Os discípulos, que não foram capazes de fazer o que já tinham feito antes.
    🔹 A multidão, que certamente esperava muito mais dos discípulos.

    Para os escribas, é provável que estivessem procurando tirar proveito do fracasso dos seguidores de Cristo para levar vantagem e denegrir a imagem e a doutrina de Jesus.

    4ª) Um grande desabafo
         Somos poupados pela misericórdia de Deus.

    19  Então, Jesus lhes disse: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo. (Mc 9)
    17  Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino. (Mt 17)
    41  Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze o teu filho. (Lc 9)

    A quem Jesus dirigiu o seu desabafo: aos discípulos, aos escribas, ao pai ou à multidão?

    Suposições, para debate.

    – Aos discípulos:

    ✔👍Porque o fracasso dos discípulos expunha Jesus ao ridículo.

    ✔👍Porque eles tentaram aproveitar a oportunidade da ausência de Jesus para exibirem poder diante da multidão e Deus não os atendeu.

    ✔👍Porque eles ficaram com ciúme por não terem sido convidados a subir o monte com Jesus.

    ✔👍Porque em casa Jesus confirmou que eles não conseguiram por causa da pequenez de sua fé;

    ❌👎Porque Jesus não seria capaz de acrescentar à tamanha humilhação porque estavam passando, o rótulo de incredulidade e de perversidade, diante de todos;

    ❌👎Porque eles agiram por solidariedade à aflição daquele pai e tentaram libertar aquele jovem de tamanho sofrimento, cooperando assim com o ministério de Jesus;

    ❌👎Porque Jesus não chamaria seus discípulos, a quem ele mesmo escolheu, de perversos.

    ❌👎Porque em casa Jesus confirmou que eles não conseguiram por se tratar de uma casta de demônios diferente, que exige muita oração e jejum;

    ❌👎Porque o Espírito Santo ainda não havia sido derramado sobre eles, para habitação permanente e unção com poder.

    – Aos escribas:

    ✔👍Porque é provável que estivessem procurando tirar proveito do fracasso dos seguidores de Cristo para levar vantagem e denegrir a imagem e a doutrina de Jesus.

    ❌👎Porque a discussão girava em torno de encontrar uma solução para o problema. Eles também queriam ajudar.

    – Ao pai:

    ✔👍Porque ele não tinha certeza de que Jesus poderia fazer aquele milagre, pois falou “se podes…”

    ❌👎Porque Jesus não seria capaz de humilhar uma alma aflita que se chega a ele suplicando por ajuda.

    – À multidão:

    ✔👍Porque ela seguia a Jesus só por interesse material e Jesus já estava cansado dessa hipocrisia.

    ❌👎Porque Jesus tinha o interesse de aproximá-la para a orientar e não de despedi-la.

    Não podemos afirmar com convicção quem era o destinatário dessa palavra dura de Jesus. Entretanto, temos certeza de que cada um que a ouviu e a ouvir ainda hoje, podia e poderá tomá-la como para si próprio, pois todos temos alguma incredulidade.

    5ª) Um grande confronto
        Cósmico e humano.

    42a  Quando se ia aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou;(Lc 9)
    20  E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando. (Mc 9)
    21  Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; (Mc 9)
    22  e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. (Mc 9)
    23  Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. (Mc 9)
    24  E imediatamente o pai do menino exclamou, com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé! (Mc 9)

    Há dois confrontos sendo travados aqui:

    1º) Jesus com o demônio.
    Finalmente o jovem foi trazido à presença de Jesus. Ao aproximar-se de Jesus o demônio ficou transtornado e promoveu um terrível espetáculo. Jesus reage com tranquilidade a toda a agitação do demônio. Ele não se deixa impressionar com aquela aparente demonstração de poder. Jesus deixa de lado o demônio e concentra-se naquele pai.

    2º) O pai com sua (falta de) fé.
    Jesus conversa com aquele pai sobre o histórico do problema. Aquele pai, demonstra estar totalmente focado no problema e em qualquer tipo de solução, ainda que paliativa: “se tu podes alguma coisa…”.

    Ele se contentava com qualquer coisa, porém, Jesus só se contentava com uma fé integral. Jesus dá a entender que só prosseguiria se ele declarasse sua fé no poder de Deus.  

    Ele buscava uma solução sem ter que assumir qualquer compromisso. Conhece gente assim? Jesus o insere como corresponsável para a solução do problema. A fé dele era elemento indispensável para a realização do milagre. Jesus devolve o “se podes” e acrescenta, “tudo é possível ao que crê”. No ápice da crise, em lágrimas, ele, finalmente, declara sua fé ao mesmo tempo em que suplica ajuda pela sua incredulidade.

    Ele oferece o que tem pede ajuda pelo que falta. Essa demonstração de sinceridade e humildade foi aceita por Jesus.

    6ª) Uma grande libertação
        Nada pode resistir à ordem de Jesus!

    25  Vendo Jesus que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele. (Mc 9)
    26  E ele, clamando e agitando-o muito, saiu, deixando-o como se estivesse morto, a ponto de muitos dizerem: Morreu. (Mc 9)
    27  Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou. (Mc 9)
    18  E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou o menino curado. (Mt 17)
    42b mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai. (Lc 9)
    43a  E todos ficaram maravilhados ante a majestade de Deus. (Lc 9)

    Era hora de agir. A multidão já se agitava. Jesus não fala ao demônio, ele ordena a sua retirada definitiva. A reação demoníaca é muito espalhafatosa, como que para dar a entender que a ordem não funcionara, como que para testar a fé e convicção de quem ordena. Nessa hora, não se pode vacilar. O jovem, após ser liberto, fica inerte, como se estivesse morto. Fazia tempo que o seu espírito não dirigia o próprio corpo. Mas Jesus o tomou pela mão e ele se levantou e reassumiu o controle de sua própria vida. Assim restaurado, Jesus o entregou ao seu pai. O milagre estava feito. A fé do pai foi contemplada e recompensada. A multidão teve mais uma prova da divindade de Jesus.

    7ª) Uma grande questão
         Como prevalecer sobre Satanás?

    28  Quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não pudemos nós expulsá-lo? (Mc 9)
    29  Respondeu-lhes: Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum. (Mc 9)
    19  Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em particular: Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo? (Mt 17)
    20  E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. (Mt 17)
    21  Mas esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum. (Mt 17)

    A prioridade máxima deve ser resolver o problema; as dúvidas ficam para depois. É na intimidade da vida privada que se tratam determinadas questões. Os discípulos estavam confusos e inseguros. Quem não estaria? Ao chegarem em casa perguntaram ao Mestre: por que não conseguimos? O que faltou? A resposta de Jesus registrada por Marcos parece contradizer a revelada por Mateus. Marcos coloca a questão em termos de uma casta ou categoria de demônios mais difícil de ser exorcizada, o que requereria maior preparação espiritual (oração e jejum) para lidar com ela. Mateus diz que a causa foi “pouca fé”. Na verdade, as duas coisas são complementares e essenciais: preparação ou consagração, e fé. 

    Uma outra razão de não terem conseguido é que aquele momento estava reservado para que se manifestasse a glória de Deus, em Jesus.

    Conclusão

    A narrativa da cura do jovem possesso revela que, diante das grandes lutas espirituais e humanas, apenas a presença e a ação de Jesus trazem solução plena. O episódio expõe a limitação dos discípulos, a angústia de um pai, o poder opressor do mal e, sobretudo, a necessidade de fé genuína, oração e dependência profunda de Deus. Ao final, fica claro que nenhuma força pode resistir à autoridade de Cristo, e que a vitória espiritual nasce da comunhão com ele e da confiança rendida no seu poder.

    Que Deus nos ajude!


    📍📍📍📍📍📍📍📍📍📍📍
    Dica:
    Inscreva-se para receber novas publicações!
    Sugestão:
    Se você já é inscrito, quando receber o e-mail, peço a gentileza de ler o artigo diretamente no blog – pelo link do artigo (Read on blog) ou do blog*. Assim, você ajuda a aumentar a visibilidade do conteúdo nas buscas da internet. Grato!
    *Link do blog: https://pauloraposocorreia.com.br/
    📍📍📍📍📍📍📍📍📍📍📍


    Memória e Esperança

    Lamentações 3.21-26

    Introdução

    O texto bíblico fala em trazer à memória algo renovador, capaz de dar alento e esperança. Segundo estudiosos do assunto, a memória humana possui características gerais de funcionamento, mas seu desempenho varia de pessoa para pessoa.

    Há a memória de curto prazo, quando as informações são armazenadas por segundos ou minutos. Também há a memória de médio prazo, que pode se converter em memória de longo prazo quando revisitamos ou realimentamos conteúdos periodicamente – seja para o bem ou para o mal.

    O cérebro humano é um órgão fantástico, capaz de conectar ideias, sons, imagens, cheiros, lugares, emoções e muito mais. Ao ativar ou visitar uma lembrança na memória, essa lembrança costuma puxar outras criando uma cadeia associativa. Há também aquela “memória autônoma” que armazena habilidades automáticas, como andar, tocar um instrumento musical, andar de bicicleta, dirigir um veículo etc.

    a) Memória seletiva

    O cérebro humano não armazena tudo aquilo que se ouve ou se vê, mas seleciona o que a pessoa aprendeu a valorizar ou foi condicionada a considerar relevante – por exemplo, aquilo que desperta interesse especialmente naquele momento da nossa vida, ou o que tem muito a ver com a nossa ocupação diária, hobby etc. É curioso observar, por exemplo: quando um profissional do ramo gráfico está num grupo de estudo bíblico, e uma revista é distribuída a cada participante, a sua atenção se volta imediatamente para a textura do papel, a qualidade da impressão e do acabamento etc. Da mesma forma, para uma mulher grávida, caminhando numa rua movimentada, não passará despercebido a presença de outras mulheres grávidas.

    b) Memória imprecisa e subjetiva    

    Numa boa gravação em áudio e vídeo os fatos são registrados exatamente como aconteceram. De um modo geral a mente humana reconstrói aquilo que guardamos na memória. A cada nova consulta à memória pode acontecer uma reconstituição imprecisa daquele acontecimento, com a supressão ou esquecimento de algum detalhe, bem como, a inserção subjetiva e interpretativa de elementos que não correspondem exatamente ao ocorrido. Assim, a cada lembrança abre-se espaço para pequenas distorções, ênfases diferentes e ressignificações do fato real.

    c) Memória e emoção

    Está comprovado que experiências emocionalmente intensas, situações que provoquem emoções fortes, principalmente as negativas – as ameaças, as perdas, as que geram apreensão ou medo ou dor – costumam marcar profundamente a mente da pessoa. Então, pode-se afirmar que a emoção atua como uma espécie de “cola” da memória.

    d) Memória e repetição

    A exposição da pessoa, de forma repetitiva, a determinados estímulos externos, fará com que esses conteúdos fiquem fortemente retidos em sua memória, produzindo algum tipo de ação ou reação. A memória pode ser treinada por meio de exercícios de repetição, foco e reflexão, fortalecendo, assim, as conexões neurais (sinapses).    

    Jesus afirmou: “Porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Mt 12.34b). De fato, é necessário acumular um bom tesouro na mente e isso irá direcionar boas ações (Lc 6.45b). E, o modus operandi divino recomendado é esse: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;  tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Dt 6.6-7)

    Do exposto pode-se concluir que:

    A memória humana não é um “arquivo estático e não degradável”, mas uma espécie de arquivo dinâmico resultado de um processo seletivo, emocional, repetitivo, impreciso e subjetivo.   

    É possível, de maneira consciente e intencional exercitar e direcionar a mente para aquilo que pode dar esperança, fortalecer a fé e promover a paz interior. A memória pode ser moldada pela atenção e dedicação a algo verdadeiramente importante. Trazer à memória exige intencionalidade, é dirigir voluntariamente o foco, a atenção, para o que edifica a vida cristã e agrada a Deus.

    A ciência diz que:
    • recordar eventos positivos ou de superação aumenta a resiliência,
    • ativa áreas do cérebro ligadas à motivação,
    • reduz ansiedade.

    E, o que o profeta Jeremias nos diz?

    Jeremias está mergulhado em dor, luto e sensação de abandono. O contexto é o cativeiro babilônico de 70 anos. A lamentação é a exteriorização da dor da alma, difícil de ser contida, que aperta e sufoca. Tanto faz se essa se expressa de forma escrita ou verbal. Em qualquer dos casos a tristeza e o choro são coadjuvantes sempre presentes.

    A calamidade que se abateu sobre Israel foi algo pavoroso, indescritível, ao ponto de se afirmar: “Mais felizes foram as vítimas da espada do que as vítimas da fome; porque estas se definham atingidas mortalmente pela falta do produto dos campos.” (Lm 4.9).

    Em resumo, o estrago foi devastador:

    • Seus palácios, suas casas e o templo foram destruídos e queimados (Lm 2.5-60);
    • Seus príncipes caíram e seu povo foi levado para o exílio sob grande escravidão (Lm 1.3-6);
    • Deram suas coisas mais estimadas em troca de mantimentos (Lm 1.11);
    • As crianças desfaleciam pelas ruas da cidade (Lm 2.11; 4.10);
    • Mães cozinharam seus filhos para comer, tamanha foi a fome durante o cerco de aproximadamente 18 meses (Lm 2.20; 4.10);
    • Os velhos, os jovens e as virgens foram mortos à espada (Lm 2.21); virgens foram estupradas (Lm. 5.11);
    • Os inimigos desprezaram e debocharam dos que restaram (Lm 2.15).

    Daí a razão de tamanho lamento, muitas vezes expresso em forma de metáforas (Lm 1.1, 9, 16, 20; 2.11, 18).

    Imerso nesse contexto calamitoso Jeremias não se rende, não se desespera, mas reage:

    “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.” (Lm 3.21)

    Esse é um ato intencional. Jeremias decide direcionar a mente para a memória humana que não é passiva; que é ativa, seletiva e emocionalmente construída. Não se pode controlar tudo o que acontece conosco ou ao nosso redor, mas, felizmente, podemos escolher o que lembrar. A mente pode permanecer livre mesmo quando o corpo está preso – como Paulo e Silas, que, encarcerados, oravam e louvavam ao Senhor (At 16.25).

    E, o que me pode dar esperança, principalmente em dias sombrios? Certamente um conteúdo mental de valor: convicções, fatos ou lembranças, capazes de produzir em meu ser a esperança. E, o que seria isso?

    Jeremias se lembra do Deus de Israel, do seu caráter, do seu poder, dos seus feitos passados e do que ele pode fazer.

    1. O DEUS MISERICORDIOSO

    “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã.” (Lm 3.22-23a)

    A calamidade que se abateu sobre Israel era resultado do juízo divino sobre a rebeldia e desobediência do povo e dos seus líderes. O pecado destrói e tem feito um tremendo estrago na humanidade, tanto maior quanto mais se aproxima o fim de todas as coisas e a volta de Cristo. Cristãos e não cristãos sofrem as consequências da rebeldia humana contra Deus. Entretanto, calamidades pessoais nem sempre são consequência direta do pecado próprio. Na Bíblia, na história e na nossa mente há o registro de inúmeros exemplos de gente fiel e temente a Deus que passou ou está passando por situações difíceis. Jeremias olha para a calamidade e encontra misericórdia onde só se via ruínas. Sua visão não muda os fatos, mas os ressignifica.

    2. O DEUS FIEL

    “Grande é a tua fidelidade.” (Lm 3.23b)

    O profeta não estava decepcionado com Deus, nem intencionava questioná-lo. Deus se mostrou fiel à sua palavra de advertência. Deus não tem compromisso com os desobedientes e rebeldes, mas vela por sua palavra para a cumprir. “Fez o SENHOR o que intentou; cumpriu a ameaça que pronunciou desde os dias da antiguidade; derrubou e não se apiedou;” (Lm 2.17); “Deu o SENHOR cumprimento à sua indignação, derramou o ardor da sua ira; acendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos.” (Lm 4.11). “Justo é o Senhor, pois me rebelei contra a sua palavra;” (Lm 1.18). É extremamente proveitoso para o cristão refletir sobre o preço do afastamento de Deus e da prática do pecado. Deus não é tolerante ao pecado como muitos chamados cristão o são.

    Deus Pai não é fiel, nem a mim e nem a você, mas a si mesmo. Cristo permanece fiel a si mesmo: “pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.” (2Tm 2.13).
    • Fiel à sua santidade, que repudia o pecado.
    • Fiel à sua justiça, que disciplina o seu povo.
    • Fiel ao seu amor, que oferece redenção ao arrependido.

    Ainda que pudesse haver no povo algum sentimento de abandono, por parte de Deus, o Senhor responde: “Mas Sião diz: O SENHOR me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim. Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.” (Is 49.14-15)

    3. O DEUS DA ESPERANÇA

    “A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.” (Lm 3.24-25)

    É muito impressionante, para não dizer bizarro, como tantas pessoas depositam sua esperança em coisas vãs e efêmeras. Já a esperança maior do cristão está no Deus único e verdadeiro.

    No passado e no presente a igreja tem enfrentado perseguições severas. É difícil até imaginar o que passaram ou estão passando muitos servos de Deus, quando despojados de sua casa, de seus bens e de seus pertences, de seus familiares e de seus irmãos em Cristo e amigos, de cuidados e de um tratamento digno. Quando tudo isso lhe é tirado, o crente regenerado ainda tem o que ninguém jamais pode retirar dele – a minha porção é o SENHOR. É como disse o salmista: “Digo ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente.” (Sl 16.2)

    Essa sim é a verdadeira esperança. E, o Senhor manifesta a sua bondade para os que assim agem, para os que confiam e esperam por ele. Quando o crente enfrenta qualquer situação difícil é sempre possível encontrar, no bom depósito da memória, elementos ou mesmo uma cadeia de verdades espirituais que dão esperança.     

    4. O DEUS SALVADOR

    “Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.” (Lm 3.26)

    A vida cristã não é de passividade e de inércia, em que Deus faz tudo e o cristão fica confortavelmente esperando o agir de Deus. Na verdade, a salvação sim é obra exclusiva de Deus. Em qualquer tempo, de normalidade ou dificuldade, deve prevalecer aquela parceria harmônica com Deus, em que: “Devemos orar como se tudo dependesse de Deus e agir como se tudo dependesse de nós. Só orar não! Só agir não!”  

    Entretanto, precisamos considerar que, na caminhada da vida, há circunstâncias e situações que escapam ao nosso controle e capacidade de alterar, mas não da intervenção divina. Então, é preciso esperar em Deus.

    Esperar em Deus é:

    a) Confiar no caráter de Deus
    É ancorar a alma em quem Deus é e na sua palavra (Sl 130.5), sem se deixar abater pelas circunstâncias e, mesmo antes que estas deem sinais de melhoria.

    b) Ter paciência
    Deus trabalha no tempo dele, no seu kairós e não no nosso chronos, o tempo do calendário e do relógio. É perseverar sem perder a confiança e a esperança no seu agir.

    c) Renovar as forças
    Em certas situações, quanto mais a pessoa se agita, mais perde as forças, nada consegue, tendendo a sucumbir. “mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” (Is 40.31)

    d) Descansar em silêncio
    Essa espera confiante e silenciosa significa rendição, ausência de queixa, quietude do coração, abandono da ansiedade. “Descansa no SENHOR e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios.” (Sl 37.7)

    Conclusão

    “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4.23)

    Certamente, não está em foco aqui o órgão físico – o coração –, mas, simbolicamente, a mente, que é o centro dos pensamentos, escolhas, decisões, comportamentos e, em última instância, da condução da vida. É o núcleo do conhecimento, das emoções e da espiritualidade. Guardar a mente é vigiar, selecionar e protegê-la quanto ao que nela entra; é cuidar do que nela é gestado e encaminhado para a ação; é cultivar virtudes e afastar-se do mal; é colocar Deus no centro e submeter-lhe o nosso eu.

    Finalmente, é preciso fazer um alerta. A humanidade tem vivenciado cinco grandes períodos ou regimes de poder baseados nos recursos e condições de cada época. Embora, por vezes, se sobreponham e coexistam em muitos momentos, se distinguem e caminham numa direção.

    1. Poder pela Força Física e Militar (Idade Tribal → Antiguidade).

    2. Poder pela Riqueza e Economia (Antiguidade → Mercantilismo → Capitalismo).

    3. Poder Tecnológico e Científico (Séculos XIX e XX).

    4. Poder pela Informação (Final do século XX → início do XXI).

    5. Poder pela Mente e Consciência (Início e avanço do século XXI → futuro próximo).

    Portanto, vivemos numa época em que, mais do que nunca está acontecendo uma batalha pela conquista da mente.     É a investida no controle das emoções, desejos e decisões; são algoritmos que moldam comportamento; são as estratégias para influenciar sem que o influenciado perceba. Quem influencia a mente, controla sem resistência – o domínio é interno e sutil. Enfim, não é mais a força, a riqueza, a ciência ou a informação em si, mas a capacidade de moldar percepções, crenças e decisões. Portanto, cuide bem da sua mente e memória, porque a nossa luta, acima de tudo, é espiritual – “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Ef 6.12)

    Que Deus nos ajude!


    📍📍📍📍📍📍📍📍📍📍📍
    Dica:
    Inscreva-se para receber novas publicações!
    Sugestão:
    Se você já é inscrito, quando receber o e-mail, peço a gentileza de ler o artigo diretamente no blog – pelo link do artigo (Read on blog) ou do blog*. Assim, você ajuda a aumentar a visibilidade do conteúdo nas buscas da internet. Grato!
    *Link do blog: https://pauloraposocorreia.com.br/
    📍📍📍📍📍📍📍📍📍📍📍


    A supremacia de Jesus Cristo

    Marcos 4.41; 5.1-43

    Introdução

    “Certo chinês que se tinha convertido ao cristianismo, disse:
    — Estava caído num poço, quase me afogando no lodo, clamando por alguém que me ajudasse. Nisto apareceu um ancião de aspecto venerável, que me olhou lá de cima, e me disse:
    — Filho, este é um lugar mui desagradável.
    — Sei que é. Não pode o Senhor ajudar-me a sair?
    — Filho meu. Chamo-me Confúcio. Se houvesses lido minhas obras e seguido o que elas ensinam, nunca terias caído no poço. E com isto se foi.
    Logo vi que chegava outro personagem; esta vez um homem que cruzava os braços e fechava os olhos. Parecia estar distante, mui distante. Era Buda, e me disse:
    — Filho meu, fecha teus olhos e esquece-te de ti mesmo. Põe-te em estado de repouso. Não penses em nenhuma coisa desagradável. Assim poderás descansar como descanso eu.
    — Sim, pai, o farei quando sair do poço. Mas quando? Buda, porém, se havia ido. Eu já estava desesperado quando se me apresentou ainda outra pessoa mui distinta. Levava, em seu rosto, os traços do sofrimento, e lhe falei:
    — Pai, podes-me ajudar?
    E então baixou-se até onde eu estava. Me tomou em seus braços, me suspendeu e me tirou do poço. Logo me deu de comer e me fez descansar. E quando eu já estava bem, disse-me:
    — Não caias mais. Agora andaremos juntos.
    Assim contava o chinês a história da compaixão do nosso Senhor Jesus Cristo.”
    (Extraído)

    Da mesma forma Jesus estendeu a mão aos três personagens desse capítulo, sem levar em conta o passado deles. Vejamos, então, alguns exemplos da indiscutível supremacia de Jesus Cristo.

    “E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (Mc 4.41)

    1. SUPREMACIA EM LIBERTAR (Mc 5.1-20)

    “Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo, o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo. Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras. Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou, exclamando com alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes! Porque Jesus lhe dissera: Espírito imundo, sai desse homem! E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogou-lhe encarecidamente que os não mandasse para fora do país.   Ora, pastava ali pelo monte uma grande manada de porcos. E os espíritos imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para que entremos neles.  Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram. Os porqueiros fugiram e o anunciaram na cidade e pelos campos. Então, saiu o povo para ver o que sucedera. Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram. Os que haviam presenciado os fatos contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado e acerca dos porcos. E entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles. Ao entrar Jesus no barco, suplicava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.  Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam.” (Mc 5.1-20)

    Temos aqui a clara descrição de um homem escravizado e dominado por Satanás.

    Há, pelo menos quatro NÍVEIS ou ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO DE SATANÁS na humanidade – os “4 C”:

    1º) CONFUNDIR – Fundir juntamente, misturar a verdade de Deus com as suas mentiras. Ele é o pai da mentira! “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (Jo 8.44)

    Ele questiona e distorce a palavra de Deus, a verdade divina. Encobre as consequências e o juízo de Deus. Oferece ilusões.

    2º) CONQUISTAR – Atrair, Seduzir, com o propósito de desviar do caminho da dignidade.

    3º) CONTROLAR – Exercer o controle, dirigir, exercer o domínio completo.

    É o controle por possessão exercido aqui sobre esse homem geraseno, por exemplo (Mc 5.2-4) e tantos outros casos relatados na história. Também tem acontecido investidas de  tentativas de controle da mente, quer por meditação transcendental, quer por narrativas insistentemente repetidas por determinados veículos de comunicação de massa.

    4º) COMBATER – Pelejar, lutar contra.

    Quando lhe resistimos nas demais estratégias ou investidas só lhe resta o combate direto ou indireto. Não tem sido pouca a perseguição sofrida pelos cristãos desde o início da igreja.

    Temos aqui neste primeiro caso O ENCONTRO DA FORÇA SATÂNICA COM O PODER DE JESUS. O endemoniado foi a Jesus por condução (inconsciente?). A onipotência de Cristo prevaleceu e aquele homem foi liberto e teve sua dignidade resgatada.

    Quanto aos circunstantes e espectadores se mostraram indiferentes à verdade e egoístas.

    Fica evidenciado nesse encontro:
    JESUS – AQUELE QUE PREVALECE SOBRE O REINO DOS DEMÔNIOS!

    2. SUPREMACIA EM CURAR (Mc 5.25-34)

    “Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia  e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior, tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo. Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes? Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou? Ele, porém, olhava ao redor para ver quem fizera isto. Então, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade. E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal.” (Mc 5.25-34)

    Temos aqui a história de vida de uma mulher desenganada.

    Podemos enumerar pelo menos três ASPECTOS DO SOFRIMENTO:

    1º) Físico
    Aquela mulher padecia de uma hemorragia há doze anos. Seu corpo estava debilitado, provavelmente anêmico, fraco, e constantemente impuro segundo a lei judaica (Lv 15.25-27). Ela convivia com doze anos de dor, fraqueza e exaustão corporal, sem cura nem melhora — pelo contrário, “indo a pior”.

    2º) Moral
    Havia um sofrimento moral (social e religioso). Por causa da sua condição, era considerada ritualmente impura segundo a Lei mosaica. Isso a impedia de participar do culto, do convívio familiar e da vida comunitária. Os efeitos morais e sociais eram: a) Isolamento social e religioso; b) Estigma moral de “impureza”; c) Possível rejeição da família e da comunidade; c) Perda de dignidade, pois tocá-la ou ser tocado por ela tornava alguém “impuro”. Portanto, ela era vista como vergonhosa ou indigna, o que fere o senso de valor e honra pessoal — sofrimento moral.

    3º) Psicológico.
    Foram doze anos de tentativas frustradas (“sofrido muito com muitos médicos”). Ela gastou tudo o que tinha, ocasionando assim, desespero e sentimento de inutilidade.

    Temos aqui O ENCONTRO DA DESILUSÃO COM A SOLUÇÃO. Ela foi a Jesus por conveniência pessoal. Aproxima-se de Jesus com medo e tremor, o que revela insegurança e culpa. Podemos enumerar aqui alguns aspectos emocionais e mentais envolvidos: a) Ansiedade, medo de ser descoberta, vergonha da condição; b) Esperança misturada com temor; c) Sentimento de desvalorização e fracasso.

    A onisciência de Cristo se manifesta “Quem me tocou…”. Aquilo que parecia impossível, sem solução, foi resolvido pelo poder de Jesus. Sua saúde foi restaurada! Finalmente ela obteve alívio e paz após a cura (“Vai-te em paz”). A cura de Jesus abrange corpo e alma — restauração emocional, espiritual e social.

    Os Circunstantes se mostraram curiosos e aproveitadores.

    Fica evidenciado nesse encontro:
    JESUS – AQUELE QUE PREVALECE SOBRE AS ENFERMIDADES!

    3. SUPREMACIA EM RESSUSCITAR (Mc 5.21-24; 35-43)

    “Tendo Jesus voltado no barco, para o outro lado, afluiu para ele grande multidão; e ele estava junto do mar. Eis que se chegou a ele um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se a seus pés e insistentemente lhe suplicou: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá. Jesus foi com ele. Grande multidão o seguia, comprimindo-o.” (Mc 5.21-24)

    “Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre? Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente. Contudo, não permitiu que alguém o acompanhasse, senão Pedro e os irmãos Tiago e João. Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito. Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme. E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados. Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e mandou que dessem de comer à menina.” (Mc 5.35-43)

    Temos aqui o caso de uma menina agonizando que acabou indo a óbito. Ela era a filha única de um pai desesperado

    Podemos considerar que há três TIPOS DE MORTE:

    1º) Morte Física (separação entre corpo e alma)
    “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,” (Hb 9.27)

    ✝️ Supremacia de Cristo:

    a) Jesus morreu fisicamente, mas ressuscitou corporalmente provando seu poder sobre a morte física. “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” (1Co 15.20)

    b) Ele ressuscitou outros mostrando autoridade sobre a morte dos corpos:
    . O filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17);
    . A filha de Jairo (Mc 5.35-43);
    . Lázaro (Jo 11.43-44).

      c) Ele promete ressurreição aos que creem: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (Jo 11.25)

      Jesus venceu a morte física em si mesmo e provou o seu poder sobre a morte.

      2º) Morte Espiritual (separação entre homem e Deus pelo pecado)
      “e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos,” (Ef 2.5)

      ✝️ Supremacia de Cristo:

      a) Jesus é a própria vida espiritual: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;” (Jo 14.6)

      b) Ele vivifica o espírito humano morto pelo pecado: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.” (Jo 5.25)

      c) Por sua morte e ressurreição, o crente é reconciliado com Deus, deixando o estado de morte espiritual: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;” (Cl 2.13)

        Jesus vence a morte espiritual trazendo nova vida interior e comunhão com Deus ao regenerar o pecador.

        3º) Segunda morte ou Lago de Fogo (condenação eterna)
        “Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.” (Ap 20.14)

        ✝️ Supremacia de Cristo:

        a) Cristo tem as chaves da morte e do inferno: “… estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1.18)

        b) Quem crê em Jesus não sofrerá a segunda morte: “O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.” (Ap 2.11b)

        c) A obra de Cristo na cruz e sua vitória final eliminam o poder do inferno: “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.” (1Co 15.54)

        d) Na eternidade, não haverá mais morte: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.” (Ap 21.4)

          Jesus tem autoridade para livrar seus redimidos da condenação eterna, anulando o poder da segunda morte.

          Temos aqui o ENCONTRO DA MORTE COM A VIDA. Jairo foi a Jesus por convicção naquele que é o doador da vida.

          Os Circunstantes se mostraram incrédulos e hipócritas.

          Fica evidenciado nesse encontro:
          JESUS – AQUELE QUE PREVALECE SOBRE A MORTE!

          Conclusão

          A síntese desses três encontros pode ser assim expressa:

          ⚠️De um lado: os três maiores inimigos do homem, consequência da queda, do pecado no mundo (Satanás, Doença e Morte).

          ✝️Do outro lado: o poder infinito, útil e ao dispor de todos aqueles que se chegam a Jesus Cristo com fé e singeleza de coração.

          Um homem, uma mulher e uma criança encontraram em Jesus a resposta a altura das suas necessidades. Qual é o teu problema? Você pode ainda não ter se dado conta, mas é – de Perdão, de Regeneração e de Comunhão com Deus. Desde há muito tempo pesa sobre a humanidade a triste sentença de Deus: “A alma que pecar esta morrerá”. Não foi a vida de Cristo, exemplar e cheia de manifestações de poder que resolveu o maior problema do ser humano, mas sim a sua morte (Hb 9.22). Sua vida autenticou sua divindade; sua morte abriu-nos caminho para Deus! A sua morte foi sem dúvida o maior milagre de todos, pois resolveu o maior problema de cada ser humano – a sua reconciliação com Deus, a sua salvação eterna!

          Soli Deo gloria!

          PLAN DE LECTURA BÍBLICA 2 AÑOS

          (Orientación del papel PAISAJE)

          I) Imprimiendo la Capa: (Papel A4) Capa.pdf

          Abra el archivo: Capa (pdf)

          1º) Seleccione: IMPRIMIR / PÁGINA 1

          2º) Retire la hoja impresa, ponga otra vez en la bandeja para imprimir el otro lado, seleccione: IMPRIMIR / PÁGINA 2

          II) Imprimiendo el Plan: (Papel A4) Plan de Lectura.pdf

          Abra el archivo: Plan de Lectura (pdf)

          1º) Seleccione: IMPRIMIR / PÁGINA 1

          2º) Retire la hoja impresa, ponga otra vez en la bandeja para imprimir el otro lado, seleccione: IMPRIMIR / PÁGINA 2

          3º) Seleccione: IMPRIMIR / PÁGINA 3

          4º) Retire la hoja impresa, ponga otra vez en la bandeja para imprimir el otro lado, seleccione: IMPRIMIR / PÁGINA 4

          Ahora es solo doblar al medio, la capa y las hojas del Plan, para montar el CUADERNO y buena lectura.

          ………………….

          Colaboración voluntaria en la traducción de Gustavo da Silva Sevilha.
          Creación, ajuste final, edición y distribución exclusiva por Paulo Raposo Correia.
          2025

          Caráter e Reputação

          Introdução

          “Quem anda em integridade anda seguro, mas o que perverte os seus caminhos será conhecido.” (Pv 10.9)

          Caráter e reputação são temas que jamais se tornarão dispensáveis ou irrelevantes, seja no contexto da igreja de Cristo, seja na esfera da sociedade secular.

          Ao longo da história, em alguns momentos e lugares, percebe-se lampejos de moralidade, de respeito ao próximo e reverência a Deus. Contudo, a natureza humana caída e pecadora sempre se manifesta de maneira avassaladora e repugnante, manchando a bela criação divina.

          Houve ocasiões em que a corrupção moral atingiu tamanha gravidade que o próprio Deus precisou intervir com juízos radicais: o “reset” da humanidade por meio do Dilúvio nos dias de Noé, e o “delete” pontual de Sodoma e Gomorra nos dias de Abraão.

          Nos tempos atuais, a degradação dos princípios e valores judaico-cristãos segue avançando em velocidade alarmante. A imoralidade e a corrupção parecem se multiplicar, mas é somente pela blindagem da misericórdia divina que ainda não fomos consumidos pelo fogo do justo juízo de Deus. Que ninguém se engane, pois o juízo divino há de alcançar os perversos/ímpios. “Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.” (Rm 2.5-8)

          Caráter é aquele conjunto de traços psicológicos e morais que caracterizam cada indivíduo; porém, no nosso agir e fazer cotidianos, manifestamos aos outros o que realmente somos, o que se convencionou denominar de reputação, isto é, conceito que os outros formam a nosso respeito.

          Deus quis ser identificado como “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). Diferentemente do ser humano, que pode pensar de si mesmo de uma forma e agir de outra, o Senhor é imutável: Ele é sempre o mesmo, e o seu agir jamais entra em conflito com o seu ser. Pouco importa a reputação que nós, meros mortais, atribuímos a ele – sua essência e seus atributos permanecem inalteráveis e perfeitos.

          Jesus também se revelou como o EU SOU (o Eterno – Jo 8.24, 28, 58; 13.19), e ainda: o Cristo, o Filho de Deus (Mc 14.61-62); o Filho do homem (Jo 9.35); o Messias prometido (Jo 4.26); aquele que veio cumprir a profecia (Lc 4.17-21); a luz do mundo (Jo 8.12; 12.46); a porta das ovelhas (Jo 10.7, 9); o bom pastor (Jo 10.11, 14); o pão da vida, o pão vivo que desceu do céu (Jo 6.35, 48; Jo 6.41, 51); a ressurreição e a vida (Jo 11.24); o caminho, e a verdade, e a vida (Jo 14.6); a videira verdadeira (Jo 15.1, 5). Esse é Jesus e o seu caráter; os seus milagres deveriam testemunhar sua procedência divina (Mt 11.4-6; Lc 7.22). Entretanto, como ele foi visto pelas pessoas do seu tempo, a sua reputação? Alguns o reconheceram como profeta (Jo 4.19; 6.14; 9.17; Lc 7.16), como quem tinha e ensinava com autoridade (Mc1.22; Lc 4.32). Os religiosos o viam como Belzebu, o maioral dos demônios (Mc 3.22; Mt 12.24; Lc 11.15). As multidões divergiam: uns o viam como bom, outros como um enganador (Jo 7.12-13; 10.19-21). Em certa ocasião Jesus perguntou aos seus discípulos: “…: Quem dizem os homens que sou eu? E responderam: João Batista; outros: Elias; mas outros: Algum dos profetas. Então, lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo.” (Mc 8.27b-30; comp. Mt 16.13-16; Lc 9.18-20).  Certamente Jesus já sabia a resposta, mas provocou a pergunta para que a resposta ficasse registrada. Assim, os discípulos creram e confessaram ser Jesus, o Cristo, o Messias, o enviado de Deus (Jo 16.30; 17.8).

          Enfim, independentemente do que diziam ou pensavam a seu respeito, a verdade é que Jesus é o Filho de Deus encarnado, que habitou entre nós com caráter irrepreensível e vida sem pecado. Ainda assim, foi rejeitado por aqueles que não discerniram a visitação divina e, por suas mãos, crucificado. Assim também nós, pecadores regenerados e justificados, mesmo buscando viver de forma íntegra e piedosa diante de Deus e dos homens, não devemos esperar destino diferente do de nosso Mestre (Jo 15.18-20).

          1. O QUE DIZEM SOBRE CARÁTER E REPUTAÇÃO?

          Há um dito popular que assim define esses dois termos:

          Caráter é o que você é quando ninguém está olhando; reputação é o que os outros pensam de você.”

          Outra versão bastante citada:

          Caráter é o que você é; reputação é o que dizem que você é.”

          Em resumo:
          👉 Caráter → essência, quem a pessoa realmente é.
          👉 Reputação → aparência, como os outros a percebem.

          🟪 Caráter e Reputação – Transitando entre a Essência e a Imagem

          Poucos temas são tão universais e atemporais quanto a distinção entre quem realmente somos e como somos vistos. Essa tensão entre essência e aparência atravessa culturas, épocas e tradições. Não é à toa que grandes pensadores, líderes e pregadores se debruçaram sobre o assunto, deixando frases que se tornaram provérbios para a vida prática.

          🗣️Abraham Lincoln (O 16º presidente dos Estados Unidos)
          “Character is like a tree and reputation like its shadow. The shadow is what we think of it; the tree is the real thing.”

          A metáfora da árvore e da sombra
          Abraham Lincoln foi um dos que melhor sintetizou a diferença:
           “O caráter é como uma árvore, e a reputação é como sua sombra. A sombra é o que pensamos dela; a árvore é a coisa real.”

          Aqui, a metáfora é clara: a árvore (caráter) existe em si, sólida, enraizada na realidade. A sombra (reputação), embora derive da árvore, é instável, muda de forma conforme a luz incide e o olhar de quem a observa. Ou seja, a reputação nunca é totalmente fiel ao caráter; ela é apenas reflexo, projeção.
          📖 Pensamento bíblico: “O justo anda na sua integridade; felizes lhe são os filhos depois dele.” (Pv 20.7)

          🗣️John Wooden (técnico de basquete e escritor)
          “Be more concerned with your character than with your reputation, because your character is what you really are, while your reputation is merely what others think you are.” 

          A ordem de prioridades
          O lendário técnico John Wooden reforçou essa distinção ao aconselhar:

          “Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação, porque o caráter é o que você realmente é, enquanto a reputação é apenas o que os outros pensam que você é.”

          Na era da visibilidade constante, em que cada gesto pode se tornar público, é tentador valorizar mais a “sombra” do que a árvore. Porém, Wooden inverte a lógica comum: reputação é consequência, caráter é fundamento. Um pode ser destruído por boatos, o outro se mantém de pé quando a integridade é cultivada.
          📖 Pensamento bíblico: “Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro.” (Pv 22.1)

          🗣️Dwight L. Moody (pregador cristão)
          “If I take care of my character, my reputation will take care of me.”

          A lei do reflexo
          O pregador Dwight L. Moody ofereceu um conselho prático:

          “Se eu cuidar do meu caráter, minha reputação cuidará de mim.”

          Moody entendia que reputação, por mais frágil que seja, costuma acompanhar o caráter com o tempo. É uma espécie de lei do reflexo: a imagem projetada será, cedo ou tarde, a consequência do que realmente somos. O contrário, porém, não é verdadeiro – quem busca apenas preservar a reputação, sem cuidar do caráter, cedo ou tarde será desmascarado.
          📖 Pensamento bíblico: “Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor.” (Cl 3.22)

          🗣️Thomas Paine (filósofo e revolucionário)
          “Reputation is what men and women think of us; character is what God and angels know of us.”

          A visão de Deus
          Já o filósofo Thomas Paine amplia a reflexão para além da sociedade humana:

          “A reputação é o que homens e mulheres pensam de nós; o caráter é o que Deus e os anjos sabem de nós.”

          Essa frase nos leva a uma dimensão espiritual e transcendente. Enquanto a reputação é relativa, varia conforme os critérios culturais e sociais, o caráter é absoluto diante de Deus. Assim, o caráter não é apenas questão de moralidade pública, mas de verdade última: aquilo que permanece quando todas as máscaras caem.
          📖 Pensamento bíblico: “Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele;” (2Cr 16.9a)

          🗣️John Bartholomew Gough (pensador)
          “Reputation is for time; character is for eternity.”

          O valor eterno do caráter
          Outro pensador, John Bartholomew Gough, resumiu de forma lapidar:

          “A reputação é para o tempo; o caráter é para a eternidade.”

          A reputação pode abrir portas ou fechá-las nesta vida, mas o caráter define o destino  final, seja na memória das pessoas, seja diante de Deus. Essa diferença entre o transitório e o eterno nos obriga a refletir sobre o que realmente importa: não apenas ser bem falado, mas ser verdadeiramente íntegro.
          📖 Pensamento bíblico: “Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso, nos seus caminhos, ainda que seja rico.” (Pv 28.6)

          🟪 Entre essência e aparência

          Todas essas vozes apontam para a mesma direção:

          • Caráter é aquilo que somos no íntimo, mesmo quando ninguém observa.
          • Reputação é aquilo que os outros percebem, julgam e comentam.

          Ambos se relacionam, mas não se confundem. Uma reputação manchada pode ser injustiça, mas um caráter íntegro permanece firme. Por outro lado, uma reputação brilhante sem caráter verdadeiro é como fachada sem alicerce: cedo ou tarde desmorona.

          🟪 Reflexão

          Na sociedade atual, marcada por redes sociais, curtidas e aparências digitais, a lição desses antigos ditos é mais necessária do que nunca. Investir no caráter é cuidar daquilo que é permanente, sólido e invisível aos olhos. A reputação pode oscilar como sombra ao sol, mas o caráter, uma vez firmado, permanece.

          Talvez o conselho de Moody resuma com sabedoria prática todo o debate:
          “Cuide do seu caráter e a reputação cuidará de si mesma.”

          2. O QUE JESUS FALOU SOBRE CARÁTER E REPUTAÇÃO?

          Embora Jesus não tenha usado diretamente os termos “caráter” e “reputação” como nós falamos atualmente, ele tratou exatamente da diferença entre quem a pessoa é no íntimo e como é vista pelos outros. Isso está contemplado em muitos de seus ensinos.

          2.1 O valor do caráter (o interior)

          Foi dessa maneira que Deus orientou o profeta Samuel na escolha do novo rei de Israel, em substituição a Saul. Ao entrar na casa de Jessé, Samuel logo se impressionou com a aparência de Eliabe, mas o Senhor tinha o seu escolhido – Davi.  “Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.” (1Sm 16.7)

          Jesus sempre destacou que Deus olha para o coração, não para as aparências: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” (Mt 5.8). E, adverte: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça.” (Jo 7.24)

          Jesus também ensina que o verdadeiro caráter gera frutos coerentes, pois a essência tem um modo próprio de se revelar, de revelar o caráter: “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.” (Mt 7.16-17; 12.33). Em outra metáfora ele acrescenta: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Lc 6.45; Mt 12.35). As obras revelam quem a pessoa é (Jo 10.25), e é do coração que procedem coisas más e repugnantes que a contaminam (Mc 7.21-23; Mt 15.18-20).  

          2.2 A futilidade da reputação sem caráter

          Jesus denunciou com firmeza a hipocrisia dos fariseus, que se importavam com uma boa aparência exterior (reputação religiosa), mas tinham um caráter corrompido: “Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas, porque vocês são semelhantes aos sepulcros pintados de branco, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! Assim também vocês, por fora, parecem justos aos olhos dos outros, mas, por dentro, estão cheios de hipocrisia e de maldade.” (Mt 23.27-28 NAA). De que vale essa reputação farisaica de piedoso se seu caráter for reprovado por Deus?

          2.3 O ensino sobre integridade no secreto

          Jesus ensinou que as práticas espirituais (justiça, oração, jejum e esmolas) devem ser feitas com sinceridade diante de Deus, e não como pretexto para propagandear uma falsa reputação de piedade:

          ⚖️Justiça: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.” (Mt 6.1)

          🙏Oração: “E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.” (Mt 6.5)

          🍽️Jejum: “Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.” (Mt 6.16)

          🪙Esmolas: “Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.” (Mt 6.2)

          “e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6.4b). O verdadeiro caráter não se revela na busca de aprovação ou reputação diante dos homens, mas em viver para agradar a Deus.

          2.4 O peso da palavra e da coerência

          O caráter íntegro se revela na coerência entre o que se fala e o que se faz, sem duplicidade:  “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” (Mt 5.37)

          2.5 O juízo final revelará caráter acima da reputação

          No juízo final, não importa a reputação ministerial ou as obras aparentes; o que conta é o caráter obediente e verdadeiro: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21-23)

          Conclusão

          Vivemos em um mundo cada vez mais tecnológico, onde o desafio de discernir entre o falso e o verdadeiro se torna constante e crescente – especialmente no que se divulga e compartilha nas redes sociais por meio de imagens, áudios e vídeos. Esse cenário se agrava com o avanço das ferramentas de Inteligência Artificial, capazes de criar produções tão realistas que simulam, sem limites, pessoas vivas ou já falecidas. Diante disso, é inegável: a tecnologia, como qualquer outro recurso humano, pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal.

          Entretanto, apesar desse contexto moderno tão desafiador, é preciso ressaltar que a humanidade sempre precisou e continuará precisando lidar com a questão da visão e conhecimento do outro, de identificar nele aquela reputação que mais se aproxima do seu real caráter.  Vale lembrar que o cristão autêntico deve refletir, em sua aparência e conduta, aquilo que de fato é em essência – e sua essência precisa, cada vez mais, conformar-se à imagem de Cristo.

          Enfim, a Bíblia nos ensina que:

          ✅O caráter (coração íntegro, sincero, temente e obediente a Deus) é o que importa.

          ✅A reputação (como os outros nos veem) pode enganar, e até ser construída artificialmente, mas não prevalece diante de Deus.

          ✅A vida cristã deve ser vivida no secreto, na autenticidade, de modo que a reputação seja apenas reflexo do caráter – e não o contrário.

          Que assim Deus nos ajude! 🙏