As 4 Representações Bíblicas da Expiação

Introdução

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Rm 5.12)

Para se falar em expiação é necessário referir-se ao pecado original. A história de Adão e Eva é uma narrativa central no Cristianismo encontrada no livro de Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, que registra a origem de todas as coisas. Cremos nesta história como um relato literal e que Adão e Eva foram os primeiros seres humanos criados por Deus e que sua desobediência resultou na entrada do pecado no mundo, levando à queda da humanidade. Isso resultou na separação entre Deus e o homem, tornando necessária a redenção através de Jesus Cristo.

Não compactuamos com aqueles “cristãos” ou “não cristãos” que interpretam a história de Adão e Eva como uma alegoria ou símbolo ou mito ou lenda, em vez de um relato literal. Alguns seguem uma perspectiva “científica” que a consideram como inconsistente com as descobertas da ciência, como a teoria da evolução. Entretanto, a teoria da criação tem encontrado provas sobradas ou vestígios/rastros na natureza que apontam para um Deus Criador. É bom lembrar que nem Evolucionismo e nem Criacionismo são ciência! São TEORIAS, isto porque não há como provar cientificamente a origem da vida e do universo. Não se consegue repetir isso em laboratório.

O pecado pode ser resumido sob três aspectos:

1°) Um ato, a violação, ou falta de obediência para com a vontade de Deus.
2°) Um estado, ausência de justiça.
3°) Uma natureza, inimizade para com Deus.

Estabelecida a realidade do pecado original e de toda a raça humana, bem como da sua consequência, naturalmente o foco se volta para a saída dessa terrível situação. Salvação é uma palavra que resume todos os atos e processos redentivos ou expiatórios, cuja ideia é a de livramento da condenação eterna: fé, arrependimento, regeneração, conversão, justificação, santificação e glorificação. Cada uma, isoladamente, não é salvação; mas o resultado de todas o é. Um exemplo prático que ilustra essa verdade é o “Disco de Newton”: composto por setores, cada qual com uma cor distinta, quando girado produz a cor branca.

1. A EXPIAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO (AT)

Os sacrifícios, além de proverem um ritual de adoração para os israelitas, eram sinais (“tipos”) proféticos que apontavam para o sacrifício perfeito do “Cordeiro de Deus” – Jesus Cristo. Visto que centenas de anos haviam de passar antes da consumação desse sacrifício, o que deveria fazer o homem pecador?

Desde o princípio Deus ordenou uma instituição que prefigurasse o sacrifício e que fosse também um meio de graça para os arrependidos e crentes. Referimo-nos ao sacrifício de animais, uma das mais antigas instituições humanas.

A primeira menção de um animal imolado ocorre no terceiro capítulo de Gênesis. Depois que pecaram, os nossos primeiros pais se tornaram conscientes da nudez física – o que era uma indicação exterior da nudez da consciência. Seus esforços em se cobrirem exteriormente com folhas e interiormente com desculpas, foram em vão. Lemos, então, que o Senhor Deus tomou peles de animais e os cobriu. Apesar de o relato não declarar em palavras que tal providência fosse um sacrifício, sem dúvida, meditando no significado espiritual do ato, não se pode evitar a conclusão de que temos aqui uma revelação de Jeová, o Redentor, fazendo provisão para redimir o homem. Vemos uma criatura inocente morrer para que o culpado fosse coberto; esse é o propósito principal do sacrifício – uma cobertura divinamente provida para uma consciência culpada.

Passado algum tempo, a Bíblia registra que Deus se agradou de Abel e de sua oferta, enquanto de Caim e de sua oferta não. A oferta de Abel consistiu no sacrifício de animais o que já apontava para esse método substitutivo de expiar pecado. Quando Israel se organizou como um povo, a Lei Mosaica regulamentou todo um ritual de sacrifícios de animais para a expiação de pecados: “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.” (Hb 9.22). Esse modus operandi instituído por Deus era de eficácia limitada e precisava ser repetido. Entretanto, apontava para o único, perfeito e definitivo sacrifício que haveria de ser realizado por Cristo na cruz do Calvário.

Os sacrifícios do Antigo Testamento são vistos como bons, pois foram ordenados por Deus. Quando um israelita piedoso trazia uma oferta, ele entendia duas verdades essenciais: em primeiro lugar, o mero arrependimento não era suficiente; era necessário um gesto visível que demonstrasse a remoção do pecado (Hb 9.22). No entanto, ele também absorvia a mensagem dos profetas de que o ritual, sem uma disposição interna sincera do coração, era apenas uma formalidade vazia. O ato de sacrificar deveria refletir os sacrifícios internos de louvor, oração, justiça e obediência – uma expressão do coração contrito e humilde (Sl 26.6; 50.12-14; 4.5; 51.16; Pv 21.3; Am 5.21-24; Mq 6.6-8; Is 1.11-17).

O primeiro livro da Bíblia descreve uma vítima inocente morrendo pelo culpado e, o último livro da Bíblia fala do Cordeiro sem mancha, imolado, para livrar os culpados de seus pecados (Ap 5.6-10).

2. A EXPIAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO (NT)

A Expiação não foi um pensamento de última hora da parte de Deus. A queda do homem não o apanhou de surpresa, de modo a necessitar de rápidas providências para remediá-la. Antes da criação do mundo, Deus, que conhece o fim desde o princípio, proveu um meio para a redenção do homem. Como uma máquina é concebida na mente do inventor antes de ser construída, do mesmo modo a expiação estava na mente e no propósito de Deus, antes do seu cumprimento.

Essa verdade é afirmada pelas Escrituras. Jesus é descrito como “…do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). O Cordeiro Pascal era “preordenado” vários dias antes de ser sacrificado (Êx 12.3, 6); assim também Cristo, o Cordeiro imaculado e incontaminado, foi “…conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós…” (1Pe 1.19, 20). Ele comprou para o homem a vida eterna, a qual Deus “…prometeu, antes dos tempos eternos…” (Tt 1.2). Que haveria um grupo de pessoas santificadas por esse sacrifício, foi decretado “…antes da fundação do mundo…” (Ef 1.4). Pedro disse aos judeus que apesar de terem, na sua ignorância, crucificado a Cristo com mãos ímpias, sem dúvida haviam cumprido o plano eterno de Deus, pois Cristo foi “…entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus…” (At 2.23).

a) O fato da expiação

A expiação, que fora preordenada desde a eternidade (Ap 13.8) e prefigurada tipicamente no ritual do AT, cumpriu-se historicamente, na crucificação de Jesus, quando se consumou o divino propósito redentivo. “Está Consumado!”

Seus discípulos, que ainda estavam sob a influência de ideias judaicas acerca do Messias e do reino, não podiam compreender a necessidade de sua morte e só com dificuldade podiam aceitar o fato (Mc 9.32). Mas, após a ressurreição e a ascensão, eles o entenderam e sempre, depois disso, afirmaram que a morte de Cristo fora divinamente ordenada como o meio da expiação. “…Cristo morreu pelos nossos pecados…” é seu testemunho de sempre.

b) A necessidade da expiação

A necessidade da expiação no NT é consequência de dois fatos: a santidade de Deus e a pecabilidade do homem. A reação da santidade de Deus contra a pecabilidade do homem é conhecida como sua ira, a qual pode ser evitada mediante a expiação.

1°) A santidade de Deus

Deus é santo por natureza, o que significa que ele é justo em caráter e conduta. Esses atributos do seu caráter manifestam-se em seus tratos com a criação (Sl 33.5; 89.14).

Deus criou tanto o homem quanto o mundo com leis específicas que são fundamentais para a própria essência da vida e da personalidade humana. Essas leis não são apenas externas, mas são escritas no coração e na própria natureza do ser humano (Rm 2.14, 15). Elas estabelecem uma conexão intrínseca entre o homem e seu Criador, estabelecendo a base da responsabilidade humana. Essas leis não só orientam a maneira como vivemos e nos relacionamos com Deus e uns com os outros, mas também nos lembram constantemente de nossa responsabilidade moral e ética como seres criados à imagem de Deus.

Em muitas ocasiões essa relação foi reafirmada, ampliada e interpretada sob outro sistema chamado Aliança. Por exemplo, no Sinai Deus reafirmou as condições sob as quais ele podia ter comunhão com o homem (a lei moral) e, então estabeleceu uma série de regulamentos pelos quais poderia observar essas condições na esfera da vida nacional e religiosa. Guardar a aliança significa estar em relação com Deus, ou estar na graça; pois sendo Deus justo ele só pode ter comunhão com aqueles que andam na justiça: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (Am 3.3). E estar em comunhão com Deus significa vida.

2°) A pecabilidade do homem

Essa relação foi perturbada pelo pecado que é um distúrbio da relação pessoal entre Deus e o homem. É desrespeitar a constituição, por assim dizer, ação que afeta a Deus e aos homens, tal qual a infidelidade que viola o pacto matrimonial sob o qual vivem o homem e sua mulher (Jr 3.20). “…vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus…” (Is 59.2).

3°) A ira de Deus

O pecado é essencialmente um ataque contra a honra e a santidade de Deus. É rebelião contra Deus, pois pelo pecado deliberado, o homem prefere a sua própria vontade em lugar da vontade de Deus, e por algum tempo torna-se “autônomo”. Mas se Deus permitisse que sua honra fosse atacada então ele deixaria de ser Deus. Sua honra pede a destruição daquele que lhe resiste; sua justiça exige a satisfação da lei violada; e sua santidade reage contra o pecado sendo essa reação reconhecida como manifestação da ira.

Mas essa reação divina não é automática; nem sempre ela entra em ação instantaneamente, como acontece com a mão em contato com o fogo. Deus é tardio em destruir a obra de suas mãos. Ele insta com o homem; ele espera ser gracioso. Ele adia o juízo na esperança de que sua bondade conduza o homem ao arrependimento (Rm 2.4; 2Pe 3.9). Mas os homens interpretam mal as demoras divinas e zombam do dia do juízo (Ec 8.11). Embora demore, a retribuição final virá, pois num mundo governado por leis terá que haver um ajuste de contas (Gl 6.7).

c) A natureza da expiação

O significado da morte de Cristo pode ser melhor entendido nas seguintes palavras-chave: Expiação, Propiciação, Substituição, Redenção e Reconciliação.

A palavra “expiação” no hebraico “kaphar“, significa literalmente “cobrir” e é traduzida pelas seguintes palavras: fazer expiação, purificar, quitar, reconciliar, fazer reconciliação, pacificar, ser misericordioso e adiar. A expiação, no original, inclui a ideia de cobrir, tanto os pecados (Sl 78.38; 79.9; Lv 5.18) como, também, o pecador (Lv 4.20).

O uso bíblico e o significado da palavra devem ser claramente separados do seu uso na teologia. Na teologia é um termo que cobre toda a obra sacrificial e redentora de Cristo. No AT, expiação é o termo usado para traduzir as palavras hebraicas que significam “cobrir”, “cobertura” ou “coberta”. A expiação é, portanto, não a tradução do hebraico, mas um conceito puramente teológico. Os sacrifícios do AT jamais removiam o pecado do homem (Hb 10.4).

As ofertas levíticas “cobriam” os pecados de Israel e em antecipação da cruz, mas não os tirava. Foram os pecados cometidos no período do AT (“cobertos” provisoriamente pelos sacrifícios levíticos), que Deus deixou “impunes” (Rm 3.25), pois a justiça de Deus não foi vingada até que, na cruz, Jesus Cristo fosse proposto “como propiciação”. A palavra “expiação” não ocorre no NT; a palavra em Romanos 5.11 é “reconciliação”.

A morte de Cristo foi uma morte expiatória, porque seu propósito era apagar o pecado (Hb 9.26, 28; 2.17; 10.12-14; 9.14). Pela morte expiatória de Cristo os pecadores são purificados do pecado e logo feitos participantes da natureza de Cristo. Eles morrem para o pecado a fim de viverem para Cristo.

3. AS 4 REPRESENTAÇÕES DA EXPIAÇÃO

A expiação é um tema central na teologia cristã e tem várias representações na Bíblia. Aqui estão algumas das principais representações da expiação:

3.1 Aspecto Moral (Jo 3.16)

A Redenção ou expiação é descrita como uma provisão originada no amor de Deus e manifestado este amor no universo. É também um exemplo de amor desinteressado para nos livrar do egoísmo, ao considerar o Salvador na agonia da cruz. Nos textos de João 3.16, Romanos 5.8 e 1João 4.9, a morte de Cristo é mencionada como uma fonte de estímulo moral aos homens. O amor “desinteressado “ e incondicional de Deus faz com que ele se aproxime de nós (Jo 3.16) e esse amor nos constrange a corresponde-lo.

3.2 Aspecto Legal (Gl 4.4-5)

Segundo este aspecto os pecadores estão debaixo da lei, e por serem todos transgressores da lei, estão condenados. Foi um ato de obediência que os pecadores violaram, então, a penalidade paga com a morte de Jesus propicia o resgate do culpado. É uma exibição da justiça de Deus, necessária à reivindicação do seu procedimento no perdão e restauração dos pecadores. Nos textos bíblicos de Gálatas 4.4-5, Mateus 3.15, 5.17, Romanos 5.19, Gálatas 3.13, Hebreus 9.28 e outros, a morte de Cristo é representada como uma exigência da lei e do governo de Deus. Portanto, pela desobediência do homem este é condenado pela lei. Mas, por um ato de obediência de Cristo o homem é resgatado, redimido.

3.3 Aspecto Comercial (1Tm 2.16)

A Redenção é descrita como um resgate pago para nos libertar da escravidão do pecado. Nos textos de Mateus 20.28, Marcos 10.45, 1Timóteo 2.6, a morte de Cristo é representada como o preço de nossa libertação do pecado e da morte. A palavra “redimido” aqui significa “comprado outra vez”.

Embora a justificação seja adquirida pelo pecador de forma gratuita, ela custou um preço elevado, tanto para Deus Pai como para o Filho de Deus; mas somente a deidade poderia satisfazer as condições que permitem que um pecador seja perdoado e justificado.

As palavras gregas originais, traduzidas por redenção (lytrosis e apolytrosis – “apó“, salientando a partida do cativo ou escravo para a sua liberdade), indicavam o preço pago para comprar de volta um escravo ou cativo, tornando-o livre pelo pagamento de um “resgate” (1Tm 2.6; Rm 3.24; Ef 1.7; 4.30; Mc 10.45; Tt 2.14; 1Pe 1.18; Hb 9.12).

A seguir, relacionamos um grupo de palavras gregas que representam a ideia de redenção:

GregoTexto BíblicoSignificado
lytronMc 10.45; Mt 20.28“preço de soltura”, “resgate”, “preço do resgate”
antilytron1Tm 2.6“resgate”, “preço do resgate”
lytroõLc 24.21; Tt 2.14; 1Pe 1.18“resgatar”, “redimir”
lytrõsis“, “apolytrõsisLc 2.38; 1.68 Rm 3.24“redenção”, “libertação”, “soltura”
lytrõtesAt 7.35“redentor”

Outra maneira de expressar a ideia do resgate inclui a de ser “comprado por preço”:

agorazõ (Mt 13.44; Lc 22.36; 1Co 6.20; 7.23; 2Pe 2.1; Ap 5.9; 14.3-4) – “comprar”. Significa comprar na “agorá” (mercado).

exagorazõ (Ef 5.16; Cl 4.5; Gl 3.13, 14; 4.4) – “redimir”. Mesmo sentido anterior, só que salienta a libertação.

O homem é considerado como um escravo “vendido à escravidão do pecado” (Rm 7.14) e sob a sentença de morte (Ez 18.4; Jo 3.18-19; Rm 6.23), mas sujeito à redenção pelo preço de compra do sangue do redentor.

Portanto, “redenção” é “libertar pagando um preço”. A quem foi pago tal preço? Circulava entre alguns cristãos pós-apostólicos uma falsa ideia que dizia que o preço desse resgate seria pago ao diabo. Entretanto, o diabo foi vencido na morte de Cristo. O preço se refere as exigências da Santidade de Deus!

3.4 Aspecto Sacrificial  (Hb 9.11-12)

A doutrina da expiação é vividamente ilustrada na instituição do sacrifício na lei mosaica. Trata-se de uma mediação sacerdotal que busca reconciliar o homem com Deus e Deus com o homem. O ato de reconciliação visa eliminar a inimizade não do transgressor, mas da parte ofendida. O sacrifício de Cristo é concebido como uma oferta expiatória pelos pecados da humanidade, uma propiciação que atende à exigência da santidade violada e uma substituição dos sofrimentos e da obediência de Cristo em nosso lugar. Os textos bíblicos de Hebreus 9.11-12, Romanos 5.10, 2Coríntios 5.18-19, Efésios 2.16 etc. mostram que a morte de Cristo é exigida pelo atributo de justiça de Deus.

Conclusão

Que efeito tem para o homem a obra expiatória de Cristo? Podemos encerrar este estudo citando cinco aspectos da eficácia da expiação baseado no que escreveu Myer Pearlman[1]:

(i) Perdão da transgressão:

Por meio de sua obra expiatória, Jesus Cristo pagou a dívida que nós não poderíamos saldar e assegurou a remissão dos pecados passados.

(ii) Livramento do Pecado:

Por meio da expiação o crente é liberto, não somente da culpa dos pecados, mas também pode ser liberto, do poder do pecado. E, um dia, será liberto da presença do pecado.

(iii) Libertação da morte:

“A morte corporal se verifica quando o espírito abandona o corpo, ao passo que a morte espiritual ocorre quando Deus abandona o espírito do homem”.

A Bíblia nos revela que a morte tem um significado tanto físico como espiritual: morte espiritual, enquanto o homem vive (Ef 2.1; 1Tm 5.6); morte física (Hb 9.27); e a segunda morte ou morte eterna (Ap 21.8; Jo 5.28, 29; 2Ts 1.9; Mt 25.41). Toda a humanidade está sujeita à morte física. Entretanto, pela obra expiatória de Cristo fomos libertos da “segunda morte” ou da separação eterna de Deus já que este é o seu significado.

(iv) O dom da vida eterna

Cristo morreu para que nós não perecêssemos (a palavra é usada no sentido bíblico de ruína espiritual), mas “tenhamos a vida eterna” (Jo 3.14-16; Rm 6.23). A vida eterna transcende a mera existência; representa viver no favor de Deus e em comunhão constante com ele. Esta vida é experimentada no presente, uma vez que os salvos já desfrutam da comunhão com Deus. Ao mesmo tempo, é descrita como futura, pois será vivida plenamente no futuro, caracterizada por uma comunhão completa e perfeita com Deus. (Tt 1.2; Rm 6.22).

(v) A vida vitoriosa

Jesus declarou: “…eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10.10). E, o apóstolo Paulo acrescentou: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Rm 8.37). Essa vida vitoriosa pode ser caracterizada por:

  • Paz com Deus e paz interior;
  • Unção e poder do Espírito Santo que passa a habitar em nós, capacitando-nos para toda boa obra;
  • Vitória sobre o pecado e sobre o diabo;
  • Observância de princípios e valores morais e espirituais superiores fundamentados na Bíblia, que influenciam positivamente nossa vida, nossa família e aqueles que estão ao nosso redor;
  • Favor e proteção divinos;
  • Confiança e segurança nas adversidades;
  • Uma viva esperança quando deixarmos esta vida;
  • Dentre outras.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.” (1Pe 1.3-5)

A Deus toda a honra e glória pela mediação e expiação de seu Filho Jesus Cristo, em nosso favor, ali na cruz do Calvário!

Bibliografia

1. Bíblia Sagrada (SBB – Almeida Revista e Atualizada – ARA).
2. Bíblia Online – SBB.
3. A Bíblia Anotada (MC – Editora Mundo Cristão).
4. Pearlman, Myer – Conhecendo as doutrinas da Bíblia – Ed. Vida – 1978
5. Anotações de Aula – Prof. Aderbal Barreto da Silva – Teologia Sistemática – Seminário Teológico Betel-RJ.
6. R. N. Champlin, Ph. D. – O Novo Testamento Interpretado – Versículo por versículo – MILENIUM Distribuidora Cultural Ltda. – 1982.
7. The Analytical Greek Lexicon Revised (Harold K. Moulton – 1978).
8. Internet / ChatGPT.


[1] Conhecendo as doutrinas da Bíblia – Ed. Vida


Veja, também:

Crônica do Calvário

As 7 “palavras” da cruz


Autor: Paulo Raposo Correia

Um servo de Deus empenhado em fazer a sua vontade.

2 comentários em “As 4 Representações Bíblicas da Expiação”

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