Princípios de tradução da Bíblia

Há dois princípios de tradução da Bíblia que quero mencionar aqui:  “equivalência formal” e “equivalência funcional ou dinâmica”.

Na tradução literal ou por  equivalência formal orienta-se basicamente pelo texto na língua fonte ou original, preservando-se a mensagem e aspectos  gramaticais.

Na tradução por  equivalência funcional ou dinâmica orienta-se basicamente pelo entendimento do leitor. Procura-se interpretar a mensagem ou ideia do texto original e comunicá-la em linguagem contemporânea.

E, então, qual desses dois princípios produz uma tradução mais fiel ao texto original? Qual o melhor? Está aí mais um daqueles assuntos polêmicos, que dividem opiniões, como alguns outros: predestinação e livre arbítrio; batismo por aspersão ou imersão; milenismo e amilenismo etc. Por se tratar de algo tão relevante, que mexe diretamente com a única regra infalível de fé e pratica do cristão, isto é, a Bíblia Sagrada, a Revelação Escrita de Deus à humanidade, é que não posso deixar de ter e defender uma opinião própria – “Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente”. (Rm 14.5b). Não é a opinião de um especialista nas ciências da linguística e outras. É a opinião de um cristão zeloso, com algum conhecimento bíblico-teológico. No que diz respeito a este e aos outros assuntos polêmicos acima citados, creio que é desperdício de energia ficar tentando mudar a opinião contrária do outro, com debates, réplicas, tréplicas etc.

Nos artigos publicados neste blog (lista no final deste artigo), já me expressei bastante sobre o “Novo Testamento na Linguagem de Hoje” (NTLH), que segue o princípio da equivalência funcional ou dinâmica, comparando-o com a “Almeida Revista e Atualizada” (ARA) que é uma tradução literal ou de equivalência formal. Vejamos mais alguns aspectos interessantes:

Tomemos, como exemplo, a tarefa mais fácil de traduzir para outro idioma a letra da famosa canção brasileira de Chico Buarque “Cálice” (1973), portanto, algo da história recente. Fixemo-nos apenas no seu refrão:

“Pai, afasta de mim esse cálice (3x)
De vinho tinto de sangue”

A letra desta canção é estruturada com duplos sentidos, ambiguidades e metáforas, inteligentemente elaboradas para despistar a censura da ditadura militar brasileira da sua época e comunicar sua mensagem ao povo.  Como ficariam os textos traduzidos pelos dois princípios já mencionados?

1ª tradução: Equivalência formal – tradução literal (usada na ARA):

“Pai, afasta de mim esse cálice (3x)
De vinho tinto de sangue”

2ª tradução: Equivalência funcional ou dinâmica (usada na NTLH):

“Deus, acaba com essa censura imposta pela ditadura (3x)
Manchada pelo sangue das vítimas da repressão e das torturas”

As traduções seriam aproximadamente isso que você está vendo. Na primeira tradução, permanece o mesmo texto original, só que  usando as palavras e a gramática da língua de destino. No segundo caso, cria-se essa espécie de paráfrase usando a linguagem de destino. E, então, qual dos textos expressa com mais precisão a mensagem original de Chico Buarque? O leitor superficial e apressado talvez dissesse que é o segundo texto. Será, mesmo?

Vamos às considerações:

a) A ambiguidade aqui empregada pelo compositor, que explora a semelhança fonética entre as palavras “cálice” e “cale-se”, onde o sentido velado que se deseja transmitir está na segunda palavra, é praticamente impossível de ser reproduzido em outro idioma.

b) Em casos como este só há dois caminhos a seguir. O primeiro, que procura manter a metáfora original que, neste caso,  remeterá o pensamento do leitor para a oração de Cristo nos momentos aflitivos pelos quais passou antes da sua morte (se este leitor tiver alguma afinidade com o Cristianismo), o que era a intenção do compositor, porém, não faz qualquer associação dessa situação com o padecimento do povo sob a ditadura militar brasileira (1964-1985), o que era sua intenção comunicar, mas que nem de longe expressou. Esse é o caminho trilhado na 1ª tradução acima. O segundo caminho, trilhado na 2ª tradução, desconsidera completamente a metáfora original, subtraindo do leitor, neste caso, a inteligência e beleza literárias da ambiguidade e a similaridade com o padecimento de Jesus, aspectos esses que o compositor tinha a intenção de comunicar; e, procura interpretar e comunicar aquilo que entende que o compositor queria expressar. Neste caso, foi fácil redigir a paráfrase porque o texto original é recente e a mensagem original bem difundida. Mas, o que dizer de textos escritos há 4000 anos atrás?

c) Ah, só pra lembrar. Qual das duas traduções da canção você acha que poderia ser cantada na língua de destino. A primeira, é claro. Simples assim.

Sejamos honestos e práticos. Deixemos, por enquanto, a questão da tradução de lado e façamos o seguinte teste: entreguemos uma cópia da letra original dessa canção a um brasileiro que não a conheça e não conheça o seu compositor.  Certamente, pela simples leitura do texto ele não conseguirá captar tudo o que o compositor pretendia veladamente comunicar. Quem poderia entender que os “caracóis dos cabelos” da música de Roberto Carlos seria uma referência a Caetano Veloso se o compositor não revelasse?

Para tranquilidade dos tradutores, os duplos sentidos e ambiguidades encontradas nesta e em outras tantas canções produzidas durante a ditadura militar (“Apesar de você” e “Tanto mar” – Chico Buarque; “Alegria, Alegria” – Caetano Veloso; “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos” – Roberto Carlos, em homenagem a Caetano Veloso; “Pra não dizer que não falei das flores” – Geraldo Vandré; etc.) não constituem a essência do texto bíblico. Na Bíblia temos muita linguagem direta (Livros históricos, Evangelhos, Atos, Epístolas etc.). Mas há também as poesias, os cânticos, as parábolas, as profecias, as metáforas etc. Traduções interpretativas e paráfrases, nem pensar!

Vale ressaltar que, numa tradução literal como a ARA já houve certa flexibilização para facilitar o entendimento. Por exemplo, em Gênesis 34.30 uma tradução mais próxima ao hebraico original diria “…Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra,…”, pois “cheirar mal” significava naquela cultura “odiar”, “atrair o ódio”. Então a ARA traduziu assim: “…Vós me afligistes e me fizestes odioso entre os moradores desta terra,…”

Por outro lado, vejam agora o texto de Eclesiastes 11.1:

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (ARA)
“Atire o seu pão sobre as águas, e depois de muitos dias você tornará a encontrá-lo.” (NVI*)

(*NVI = Nova Versão Internacional)

Compare com:

“Empregue o seu dinheiro em bons negócios e com o tempo você terá o seu lucro.” (NTLH)
“Seja generoso porque o que você der a outros acabará voltando para você.”(A Bíblia Viva)

Vejam só o desserviço à verdade, a imprudência, o desatino, a estreiteza de mensagem, a divergência, quando se quer traduzir a suposta ideia original!!! Os comentaristas dizem que não há uma explicação certa e definitiva sobre este “provérbio”. Então, eles apresentam algumas sugestões de interpretações:

  1. Uma referência à maneira de semear sobre áreas alagadas, que se encarregam de espalhar a semente. Quando as águas escoavam, aqueles grãos soterrados e esquecidos transformam-se numa boa colheita.
  2. Possivelmente, uma referência ao comércio de cereais que Salomão fazia por meio marítimo.
  3. Uma exortação à liberalidade ou generosidade, que parece perda, mas que no tempo certo dará o seu retorno, o seu ganho.

Vejam como os textos da ARA e NVI são muito mais amplos transmitindo, juntamente com os textos dos versículos 2 a 6, a mensagem da chamada “lei da colheita, conforme a semeadura”. As ideias centrais são de trabalho persistente, investimento, generosidade, repartir; para, no futuro, colher o resultado dessa farta semeadura.

Então, que tal acabar com algumas falácias?

1ª) Sem essa de achar que o texto bíblico baseado em algum princípio de tradução irá, por si só, promover o seu completo entendimento. Toda a produção humana, intelectual ou material, precisa ser analisada à luz do contexto da época em que foi produzida para ser entendida. No mundo secular, toda a produção literária precisa ser analisada à luz do contexto da época e da vida do autor (sua história, personalidade, ideologias, frustrações, influências recebidas etc). Jamais iremos prescindir de livros de apoio ou referência (dicionários etc) para ajudar no entendimento do texto bíblico, pela explicação detalhada do seu contexto. Isso está cada vez mais próximo do leitor através de arquivos digitais e páginas na internet. No caso da Bíblia, ainda que muitos textos lancem luz sobre outros é essencial a iluminação do Espírito Santo para o seu entendimento. Jesus ordenou: “Fazei discípulos”. Sempre houve e sempre haverá a necessidade de ensinadores da Bíblia!

No caso da canção “cálice”, vejam como há recursos disponíveis para se saber melhor o que o compositor quis dizer, conforme expresso pelos autores da matéria contida no link abaixo.

http://www.webartigos.com/artigos/chico-buarque-de-hollanda-e-sua-influencia-na-sociedade-brasileira/56458/

“A análise é extensa, por conta de que todos os versos vêm impregnados de metáforas utilizadas para narrar o drama da tortura no Brasil no período da ditadura militar.
(Pai, afasta de mim esse cálice)
Resume uma súplica por algo que se quer ver bem distante. Uma fração da música se faz análoga à Paixão de Cristo e o padecer vivido pelo povo aterrorizado pelo regime autoritário. O refrão faz uma alusão à agonia de Jesus Cristo no calvário, mas há ambiguidade na palavra “cálice” em relação ao imperativo “cale-se”, levando-se à atuação da censura.
(De vinho tinto de sangue)
O “cálice” é um utensílio que contém algo em seu interior. Nas Sagradas Escrituras esse conteúdo é o sangue de Cristo, na música é o sangue derramado pelas vítimas da repressão e das torturas.”

2ª) Sem essa de empobrecer o texto bíblico, com essas traduções por equivalência funcional ou dinâmica, alegando que o povo é ignorante e só entende uma linguagem popular. O maior problema do cristianismo atual é o analfabetismo bíblico por desinteresse na leitura e estudo da Bíblia. Tem muita gente culta, que se diz cristã, que tem tempo pra ler jornais, revistas, livros, internet etc. Só não lê a Bíblia.

“No princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Gn 1.1)(ARA) tem muito mais força e tanta clareza quanto “No começo Deus criou os céus e a terra.” (Gn 1.1)(NTLH). Nesta troca aqui do “seis” por “meia dúzia” eu prefiro ficar com o “seis”! Se você preferir “meia dúzia”, vai na paz….

3ª) Sem essa de taxar de fundamentalistas e preconceituosos os que não concordam com algumas “modernidades”. Se o mundo vai de mal a pior e o mundo influencia a igreja, temos sim que manter a vigilância. A história do povo de Deus é uma história de contínuas degradações e eventuais restaurações e avivamentos, para não degringolar de vez.

Finalmente, entendo que traduções devem ser revistas continuamente. A tradução ARA tem algumas palavras fora de uso há várias décadas (talante, simulacro etc. etc.). Espero que algum dia surja na SBB um projeto para substituir essas palavras ou, pelo menos, colocar uma referência de “pé de página” ou ”margem de página” com os respectivos sinônimos.

Veja, também, os seguintes artigos, neste blog:

Hino Nacional na Linguagem de Hoje (HNLH)

“Bonde” sem freio….

NTLH – A “bola” murcha!

Vem aí uma nova atualização da Bíblia (Nova ARA)

“Bonde” sem freio….

Vivemos em uma época que até “bonde sem freio”(*) faz sucesso.

Brincadeiras à parte, então, veja só a possível “evolução” dessas traduções “modernas” da Bíblia para o texto de Mateus 5.27-30.

Não é difícil esse negócio se tornar um bonde sem freio.

Era assim…..

Almeida Revista e Atualizada (ARA) – Versão Impressa (tradicional)

27 Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.
28  Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.
29  Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.
30  E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.

Depois veio a NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)……

Não demora muito e teremos isso…..

Nova Tradução na Linguagem da Galera (NTLG) – Versão impressa

27 Aí, galera, tá ligado no que rolou lá no papiro dos judeus: “Sem essa de pegar mulher casada.”
28  Saca só o que tá rolando agora: o mané que escanear  uma gata, só no visual, já é, velho,  tipo assim, já  pegou a mulher  sem  ter chegado junto.
29  Fica esperto. Se tá difícil segurar a onda, entra numa de pirata de um olho só e manera no visual. Tô te falando que é melhor competir na paraolimpíada do que mergulhar de cabeça no caldeirão do capeta.
30  Tô te falando. Se a tua mão direita tá vacilando, na boa,  velho, entrega ela pro tubarão. Já te falei que é melhor competir na paraolimpíada do que mergulhar de cabeça no caldeirão do capeta.

Com a adaptação para a internet fica assim…..

Nova Tradução na Linguagem da Galera (NTLG) – Versão para Internet

27 aih…galera…tah ligadu nu ke rolo lah nu papiru dus judeus: “sem essa d pegah mulhe kasada……”
28  saca soh u ke tah rolanu agora: u maneh ke escaneah  1 gata…soh nu visuau…jah eh…velhu… tipu assim…jah  pego a mulhe  sem  te xegadu juntu……
29  fica espertu…… c tah dificiu sigurah a onda…entra numa d pirata d 1 olhu soh i manera nu visuau…… tu t falanu ke eh melhor kompeti na paraolimpiada du ke mergulhah d kabessa nu kaldeiraum du kapeta……
30  tu t falanu…… c a tua maum direita tah vacilanu…na boa… velhu…entrega ela p tubaraum…… jah t falei ke eh melhor kompeti na paraolimpiada du ke mergulhah d kabessa nu kaldeiraum du kapeta……

Misericórdia, Senhor!  Livra-nos disso! Preserva a tua Palavra no nível de um texto sagrado.

Você tem certeza de que é isso o que Deus quer?

Não estou dizendo que alguém hoje está planejando chegar a esse ponto. Entretanto, esse negócio de flexibilizar é complicado, é como um bonde sem freio. Essa tendência de adequar as coisas de Deus ao homem, aos costumes atuais é muito perigosa. Quem é que tem de se adequar: a Bíblia e seus ensinos ao homem e seus novos costumes, ou o homem à Bíblia e seus eternos ensinos? Quanta gente aprendeu a ler na Bíblia? Aprendeu, porque queria ler a Bíblia. Quem sabe tem gente precisando cuidar um pouco mais do seu português? O grande problema para o cristão de hoje é conseguir desenvolver o hábito de ler diariamente a Bíblia, é ter fome e sede da Palavra de Deus. São tantas as outras prioridades ou passatempos que a Bíblia acaba ficando de lado. Meu falecido pai não teve o privilégio de concluir o ensino fundamental, mas compreendia bem sua bíblia tradicional.

E, você? Vai querer entrar nesse bonde sem freio ou ficar de fora, ao lado daqueles que prezam pelo bom senso, pelo equilíbrio e pelo respeito às coisas sagradas?

“E, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.” (Ap 22.19)

Veja também o post: “Hino Nacional na Linguagem de Hoje (HNLH)”

Aguarde mais informações sobre este assunto nos próximos posts

(*) Comparação feita pelos torcedores do flamengo ao seu time no início da temporada de 2011.


Veja, também, os seguintes artigos, neste blog:

Hino Nacional na Linguagem de Hoje (HNLH)

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Princípios de tradução da Bíblia

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Hino Nacional na Linguagem de Hoje (HNLH)

Hoje é assim:

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

 E se fosse assim?

Perto das margens calmas do rio Ipiranga,
Ecoou o grito de um povo heróico.
E, a partir desse momento,
A liberdade da pátria tornou-se uma realidade.
A garantia dessa conquista
Foi conseguida com um gesto de força.
Para ter a liberdade,
Lutaremos até morrer, se assim for preciso.

O que você achou? Gostou? Então, tente cantar!

Imagine que, por hipótese, você tomasse conhecimento de que foi aprovado um decreto determinando que a partir de agora o Hino Nacional Brasileiro teria essa nova letra. Não bateu em você aquele sentimento ruim, de perda, de ultraje e “desrespeito” à pátria? E se o objeto da mudança fosse o texto do livro mais importante do mundo, o Livro dos livros,  o Livro Sagrado, a Bíblia, a Santa Palavra de Deus? Quão mais forte seria esse sentimento? A qual outro sentimento ele poderia ser comparado? À notícia do surgimento de um câncer? À perda de uma pessoa querida? Eu usei termos indicando suposição, “imagine”, “se…fosse”, porém, infelizmente, não se trata de suposição, mas de realidade. Estou me referindo a essas versões da BLH (Bíblia na Linguagem de Hoje), como a NTLH e outras.  E o meu sentimento é exatamente esse e não me importo se alguém achar que estou exagerando. Tenho muitas razões pra me sentir assim e vou compartilhar algumas em próximos posts, com muita humildade e respeito, pois meu objetivo não é “atacar quem fez”, mas “criticar o trabalho feito”. A intenção dos editores pode ter sido boa, mas o resultado é ruim, preocupante. Em 1973, quando o Novo Testamento na Linguagem de Hoje foi lançado eu achava que a intenção dos seus editores era criar um mero acessório didático para iniciantes na fé cristã, comparável aos livros didáticos usados nos primeiros anos da Escola Secular. Assim, na sequência, com mais maturidade, tais pessoas trocariam essa publicação acessória pela Bíblia Tradicional, versão de Almeida. Pura ingenuidade eclesiástica de um jovem cristão! Em 1988 foi lançada a versão completa da BLH e, no ano 2000 a tal NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje). O que se viu a partir daí foi um tremendo investimento em Marketing e Seminários de Ciências Bíblicas com a intenção de incentivar líderes e formadores de opinião a adotarem a tal NTLH como a sua bíblia oficial e a da sua igreja. Em novembro de 2001 participando de um desses seminários, com o objetivo de aprimorar meus conhecimentos bíblicos, fui lamentavelmente surpreendido por essa estratégia velada e sutil. Infelizmente alguns frutos já estão sendo colhidos. Calendários, Revistas e outras publicações já adotam o novo texto. Coisas repetidas com muita insistência, em nome da modernidade, acabam sempre conquistando espaço, afinal, quem quer ser taxado de careta, retrógrado, antiquado etc etc? A pergunta que não quer calar é: Por que todo esse investimento não foi ou não é aplicado em algo efetivamente útil à causa do Evangelho?

Finalmente, todos sabemos que “A VERDADE NÃO PRECISA SER DEFENDIDA, MAS PROCLAMADA”. Não tenho a intenção de defender a Bíblia, mas de ser mais uma voz profética, juntamente com tantas outras, a denunciar tudo aquilo que possa se tornar um desserviço à causa do Evangelho feito em nome da modernidade. Que assim Deus me ajude!


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