Introdução
Quem nunca ouviu ou fez um comentário do tipo “menos é mais”, principalmente quando se não gosta do que está vendo ou do que viu? O objeto da avaliação pode ser muito variado. Por exemplo: a decoração de um ambiente muito carregada; um vestuário com muita mistura de padrões de tecido e cores (“com muita informação”); a maquilagem muito pesada e extravagante; um prato de comida com muita quantidade de itens nada saudáveis e pouca qualidade de nutrientes; e, até mesmo, na questão da comunicação, quando o sujeito fala demais e acaba sendo inconveniente, falando o que não devia e passando a imagem errada.
Em qualquer área da nossa existência é possível identificar casos ou situações onde é perfeitamente aplicável o comentário “menos é mais”, inclusive quando se trata de crença ou religião. Que fique claro aqui que não estou me referindo ao caso de “ter menos fé” como sendo algo mais adequado do que “ter muita fé”. Porém, cabe aqui uma reflexão sobre o(s) objeto(s) da fé da pessoa. Desde a antiguidade a humanidade cultiva uma falsa ideia de que quanto mais deuses se cultua ou adora, mais seguro, protegido e feliz será. O politeísmo (do grego: polis, muitos, théos, deus: muitos deuses), por definição, é a crença e subsequente adoração a mais de uma divindade, sendo que cada uma é considerada uma entidade individual e independente com uma personalidade e vontade próprias, governando ou atuando sobre diversas atividades, áreas, objetos, instituições, elementos naturais e mesmo relações humanas. Nem sempre estas se encontram claramente diferenciadas, podendo naturalmente haver uma sobreposição de funções de várias divindades (Dt 17.3).
A própria bíblia menciona e condena o culto a inúmeros deuses pelos povos antigos, sendo que não é nosso objetivo avançar nesta área. A Bíblia, desde o seu primeiro capítulo e versículo (Gn 1.1), apresenta o Deus Único, Vivo e Verdadeiro, Criador e Sustentador dos Céus e da Terra! Quando Deus inicia o processo de formar um povo de sua propriedade exclusiva, ele chama a Abrão, da terra de Ur dos Caudeus – um rico, populoso e avançado centro pagão da Mesopotâmia, um lugar onde se praticava a idolatria. A primeira menção, na Bíblia, a ídolos (do lar) encontra-se em Gênesis 31.19; e a deuses, referindo-se a esses mesmos ídolos, em Gênesis 31.30, furtados por Raquel, esposa de Jacó. Já na base da formação do povo de Deus, Israel, havia a influência idólatra do ambiente interno e externo. Depois de conviver com os egípcios, por cerca de 430 anos (Ex 12.40), o povo de Israel se deixou influenciar pela idolatria. Com a saída do Egito, um novo tempo começou, e o combate divino à adoração idólatra continuou com força total, já no primeiro dos dez mandamentos: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.” (Ex 20.2-3). Pode-se dizer, então, que, nesta área de crença e religião, adoração e culto à divindade, não cabe a ideia do MENOS É MAIS, porém, a ideia e conceito de que UM (DEUS) É TUDO! “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará.” (Sl 23.1).
Ao longo dos tempos, essa foi a grande luta de Deus com seu povo Israel e tem sido a grande luta da igreja de Cristo, ao evangelizar as pessoas. Satanás jamais desistiu e desistirá de investir para fazer com que o ser humano não foque sua adoração e intercessão somente em Deus. Se uma pessoa não teve um encontro pessoal e verdadeiro com Deus, em momentos de dificuldade e de crise, estará muito mais susceptível a buscar ajuda sobrenatural e espiritual em qualquer lugar.
É preciso esclarecer que Deus é Soberano, é Todo Poderoso, mas recebe a todos, diretamente, sem intermediários humanos: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” (Is 57.15). Em momentos difíceis, podemos e devemos buscar apoio nos parentes e amigos mais chegados, para juntos buscarmos a ajuda do Alto, do Pai Celeste, se é que já fomos feitos filhos de Deus, pela regeneração e novo nascimento, em Cristo.
Deus jamais estabeleceu intermediários como Maria, ou santos, ou padres, ou papas, ou pastores, ou gurus, ou orixás, ou pais de santo, avatares ou monges, para fazerem esta intermediação: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,” (1Tm 2.5). Vejamos o que diz a Bíblia sobre algumas “coisas” únicas:
a) O Deus único “todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” (1Co 8.6) “A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus.” (Mt 23.9) “Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és, que julgas o próximo?” (Tg 4.12) “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto.” (Lc 4.8) b) Jesus, o Filho unigênito de Deus “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,” (1Tm 2.5) “Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos.” (Mt 23.8) “Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo.” (Mt 23.10) “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo.” (2Co 11.2) c) Um só Espírito “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.” (1Co 12.13) d) Uma só igreja, a Igreja de Cristo “assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,” (Rm 12.5) “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica;” (Fp 1.27) e) Nossa escolha: – Uma só opção correta! “Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lc 10.42) Finalmente, “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.” (Ef 4.5-6) “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem.” (Tg 2.19)Num ambiente tão secularizado e materialista, como o desse mundo pós-moderno em que vivemos, crer na existência de Deus já é grande coisa. Porém, nossa crença precisa ir muito além da crença que até os demônios têm! É preciso que Deus viva em nós e que nós cumpramos plenamente os seus propósitos durante essa curta caminhada terrena.
Se uma doença é humanamente incurável, de que adianta tomar um ou todos os medicamentos existentes? O pecado é uma doença espiritual e humanamente incurável. De que adianta apelar para uma ou todas as religiões existentes? Somente Deus proveu a cura para o pecado – o sacrifício de seu Filho na cruz do Calvário!
Lembre-se que, na terra, é possível que vários caminhos nos levem a determinado lugar; entretanto, há um só caminho que nos conduz a Deus e ao céu – Jesus Cristo!
Lembre-se que, muitas vezes, menos é mais; porém, em assuntos espirituais, UM (DEUS) É TUDO!