As 7 “palavras” da cruz

Introdução

As sete “palavras” ou frases ou manifestações verbais de Jesus, pendurado na cruz do Calvário, não são mais nem menos importantes do que as demais proferidas por ele ao longo do seu ministério terreno. Suas palavras sempre merecem nossa atenção e sempre têm algo a nos revelar e ensinar. Os quatro evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João, nos legaram a biografia de Jesus. Neste ponto da sua trajetória, pendurado na cruz, nenhum deles registrou todas as sete falas de Jesus; por outro lado, nenhum deles deixou de registrar pelo menos uma delas. É interessante que Lucas mencionou três, João outras três e, finalmente, Mateus e Marcos registram a outra, totalizando, assim, as sete.

As três primeiras manifestações de Jesus, na cruz, foram feitas nas três primeiras horas da crucificação e antes do período das trevas. Verifica-se nelas o real e constante cuidado do Senhor com as pessoas!

1ª) Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.
(Amoroso e Perdoador) (Oração do Senhor pelos inimigos)

“Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.” (Lc 23.34)

Essa declaração de Jesus, apenas registrada por Lucas, tem sido tradicionalmente aceita como a primeira das sete que ele fez na cruz, embora nenhuma certeza exista quanto à ordem cronológica delas. O fato é que essa expressão reflete o espírito perdoador que se sabe ter tido Jesus, declarado muitos anos antes pelo profeta Isaías: “… foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.” (Is 53.12b).

Jesus atribuiu a ignorância como a causa de suas atitudes hostis. A ignorância dos soldados foi circunstancial, porquanto foram envolvidos em acontecimentos que não haviam provocado e que não podiam controlar (At 3.17; At 17.30). A ignorância dos judeus, entretanto, foi judicial, porquanto haviam fechado os próprios olhos à realidade de Jesus. Os judeus, foram seduzidos pelos seus líderes religiosos que não quiseram admitir o caráter messiânico de Jesus.

Quanto ao perdão de Jesus, era de caráter universal, não excluindo, Pilatos, os escribas e fariseus etc. O perdão, portanto, é tão largo e profundo quanto o pecado. O pecado tem sido universal, e o perdão oferecido tem sido igualmente universal.

2ª) Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
(Salvador)(Uma valorosa promessa)

“Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23.43)

Três cruzes foram erguidas no monte do Calvário. Cada uma delas traz uma mensagem objetiva aos corações dos homens:

a) A CRUZ DA REDENÇÃO (Lc 23.33; Ef 1.17)

Ali naquela cruz do centro havia um homem morrendo “pelos nossos pecados”(1Co 15.3)

b) A CRUZ DA REJEIÇÃO (Lc 23.39)

Ali naquela cruz do lado havia um homem morrendo “em pecado”.

c) A CRUZ DA RECEPÇÃO  (Lc 23.40-42)

Ali naquela cruz do outro lado havia um homem morrendo “para o pecado”. Era a cruz do triunfo da fé e da graça.

É impressionante o que se passou com aquele malfeitor arrependido (Lc 23.40-42):

– Temeu a Deus e reprovou o companheiro de infortúnio;
– Confessou a justiça do seu castigo;
– Reconheceu que Jesus era inocente;
– Creu num Cristo vivo além da sepultura;
– Creu num Reino além da cruz, com Jesus por seu futuro Rei;
– Pediu por si mesmo, e provou a verdade da palavra “Quem invocar o nome do Senhor será salvo”.

Desta forma ele foi acolhido por Jesus nos últimos instantes da sua vida.

Bem diferente foi a atitude do outro malfeitor. Não percebeu o seu erro nem se arrependeu. Não percebeu qualquer valor em Cristo. Seu coração estava voltado apenas para esta vida. Queria continuar no mesmo caminho largo que o conduziu até ali. Ele deixou escapar a maior e última oportunidade da sua vida.

3ª) Mulher, eis aí teu filho | … Eis aí tua mãe.
(Cuidadoso)(Entrega mútua – Maria x discípulo amado)

“Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.” (Jo 19.26-27)

A cruz de Cristo estava envolvida por um clima de extrema hostilidade, contrastado por um pequeno grupo de mulheres e mais o discípulo amado, que estavam perto da cruz e, com amargura de alma, contemplavam o ultraje sofrido por aquele que lhes era tão querido. Em qualquer tempo isso tem acontecido: muitos são os que escarnecem da cruz, enquanto poucos são os que se solidarizam com o crucificado, buscando refúgio aos seus pés.

Ali estava, entre outras, a mãe de Jesus, cuja alma estava traspassada pela espada (Lc 2.35) e o discípulo amado, cujo nome não é revelado aqui, mas que sabemos se tratar do apóstolo João, conforme nos indicam outras referências neste mesmo evangelho de João (ver as seguintes referências a ele mas que não lhe mencionam o nome: Jo 1.35-40; 18.5; 20.3, 8; com o adjetivo “amado”: Jo 13.23; 19.26; 20.2 e 21.7, 20. O texto de João 21.24 definidamente vincula esse discípulo ao autor do quarto evangelho).

O Filho e Senhor, moribundo, uniu-os na mais terna das relações. Conforme sempre foi característico no Senhor Jesus, até mesmo nos momentos de suas mais duras provações, como neste caso, em que experimentou dores atrozes. Ele, assim mesmo, dedicou tempo a pensar em “seus semelhantes”, importando-se com o bem-estar deles em tudo quanto lhe era possível. Este caso parece comprovar a suposição de que José, marido de Maria, já havia falecido por essa altura dos acontecimentos, e que Maria já era viúva há algum tempo. José não é mais mencionado em atividade, em toda a narrativa dos quatro evangelhos, após as cenas de Jesus no templo, aos 12 anos de idade (Lc 2.41-50). Entendemos que sua menção em Mateus 13.54-58 é apenas uma referência biográfica ou de identificação – “filho do carpinteiro”. Portanto, se ele estivesse ainda vivo, Jesus não teria de deixar Maria, sua mãe, aos cuidados do seu discípulo João.

As quatro últimas manifestações de Jesus na cruz foram feitas no final das três últimas horas da crucificação e no final do período de trevas. Verifica-se que elas dizem respeito à própria pessoa de Jesus!

4ª) Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
(Desamparado)(Brado de aflição espiritual)

“À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mc 15.34)
“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt 27.46)

Pode se dizer que os Salmos 22 a 24 formam uma espécie de Trilogia[1] Messiânica, escrita por Davi, uma vez que o personagem central é o Messias – Jesus Cristo, a saber:

– Salmo 22: [Passado]  O Messias encarnado – Sofrimento e Vitória.
– Salmo 23: [Presente] O Messias ressuscitado – O Bom Pastor.
– Salmo 24: [Futuro]    O Messias exaltado – O Rei da Glória.  

“Nos três Salmos, 22, 23 e 24, Cristo é reconhecido no seu ministério a favor dos remidos: no passado, no presente e no futuro. Na sua morte sobre a cruz ele é o substituto (22), na peregrinação ele é o Pastor (23), e no trono ele é o Salvador (24). Os três salmos chamam nossa atenção para a Cruz, o Cajado e a Coroa.” (Goodman)

O Salmo 22, versículo 1, diz assim: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Ainda que tal expressão possa ter algo a ver com a experiência de vida de Davi, certamente é uma referência profética ao sofrimento do Messias. Assim, depois de 3 horas de trevas e 6 horas pendurado no madeiro, Jesus bradou com essas palavras. Este capítulo 22 está repleto de referências proféticas à crucificação do Messias – Jesus!

Este clamor expressa a sensação de abandono experimentado por Jesus, na cruz, ao tomar o nosso lugar, levando sobre si os pecados da humanidade: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Is 53.6) “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2Co 5.21; ver tb 1Pe 2.24). Jamais seremos capazes de avaliar a agonia física, emocional e espiritual que Jesus estava passando, cujo ápice se deu naquela hora nona ou 3 horas da tarde! Embora haja algumas teorias, é um grande mistério esse clamor de Jesus sobre o desamparo de Deus. Seria retórica ou literal a expressão de Jesus. Poderia Deus abandonar o seu Filho Unigênito? Poderia Deus se separar de Deus? Alguns defendem a teoria de que Deus jamais abandonaria seu Filho, mesmo que parecesse que sim. Outros defendem a teoria de que todos os pecados foram literalmente transferidos para Jesus, o Cordeiro de Deus, como acontecia nos sacrifícios do Antigo Testamento, para que fôssemos perdoados e justificados por Deus. Desta forma, Deus-Pai teve que se separar momentaneamente de Jesus, porque ele foi feito pecado e Deus não tem comunhão com o pecado.

5ª) Tenho sede!
(Humano)(Brado de carência física)

“Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! (Jo 19.28)

Esta exclamação de Jesus expõe enfaticamente sua humanidade, pois Jesus, o Deus-Homem, também era o Homem-Deus! A Escritura profética do salmista sobre o lamento do Messias cumpre-se aqui (Sl 69.21). Nesta condição humana ele se iguala a qualquer outro ser humano, exceto que ele não cometeu pecado (Hb 4.15). Há que se ressaltar que Jesus, o Homem-Deus, experimentou tortura e sofrimento extremo nos seus dias finais, a partir do seu aprisionamento e até à sua morte. E foi por mim, por você, por nós!

Há vasta comprovação bíblica e histórica dessa humanidade.

Ele possuía um corpo humano:
– Nascido de mulher (Gl 4.4);
– Sujeito a crescimento (Lc 2.52);
– Visto e tocado pelas pessoas (1Jo 1.1; Mt 26.12);
– Sangrou (Jo 19.34);
– Sujeito à morte física (Jo 19.31).

Ele foi sujeito às limitações da natureza humana:
– Sentiu fome (Mt 4.12);
– Sentiu sede (Jo 19.28);
– Se cansou (Jo 4.6);
– Chorou (Jo 11.35);
– Dormiu (Mc 4.38);
– Foi tentado (Hb 4.15).

A encarnação e consequente humanidade de Jesus Cristo é um fato de extrema relevância para a fé cristã! “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (Jo 1.14). Vale ressaltar que Jesus participou plenamente da nossa humanidade, para que nós pudéssemos participar da sua natureza divina, pela fé, através do Espírito Santo (2Co 3.18; 2Pe 1.4). Já no início da igreja esta teve que lidar com filosofias religiosas oriundas do gnosticismo e docetismo[2]. Isto levou o apóstolo João a alertar a comunidade da fé nestes termos: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;” (1Jo 4.2). “Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo.” (2Jo 1.7). “Essas palavras se referem diretamente ao ‘docetismo` ou ao ‘quase-docetismo` dos gnósticos, mediante o que eles negavam: 1. A encarnação; 2. A validade dos sofrimentos e da morte de Jesus Cristo como expiação; 3. A identidade das naturezas divina e humana da pessoa de Jesus Cristo.”[3]

6ª) Está consumado!
(Consumador)(Brado de vitória – missão cumprida!)

“Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.” (Jo 19.30)

O que parecia ser a completa derrota – a morte de Cristo – na verdade se revelou a maior vitória! A missão de expiação pelo pecado estava terminada (Rm 5.11). Era chegado o momento em que essas palavras anteriormente proferidas por Jesus se concretizam: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;” (Jo 17.4). Também nos ensina a grande verdade, de que a nossa vida tem o sentido maior de glorificar a Deus através da nossa vida, da obra e missão que ele tem designado para cada um de nós (1Co 15.58; Fp 1.6; Cl 1.10; 2Ts 1.11).

Vale destacar algumas das declarações que Jesus mesmo deu a respeito da razão da sua vinda:

– Não veio para revogar a Lei ou os Profetas, mas para cumprir (Mt 5.17);
– Não veio para chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento (Mt 9.13; Mc 2.17; Lc 5.32);
– Não veio trazer paz à terra, mas espada (Mt 10.34 ), ou divisão (Lc 12.51);
– Veio causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra (Mt 10.35);
– Veio salvar o que estava perdido (Mt 18.11);
– Não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mt 20.28; Mc 10.45);
– Veio para pregar a pessoas de vários lugares e povoações (Mc 1.38);
– Não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las (Lc 9.56);
– Veio para lançar fogo sobre a terra (Lc 12.49);
– Veio buscar e salvar o perdido (Lc 19.10);
– Veio em nome do Pai (Jo 5.43);
– Não veio por sua própria vontade (Jo 7.28);
– Ele sabe de onde veio (Jo 8.14);
– Veio de Deus (Jo 8.42);
– Veio a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos (Jo 9.39);
– Veio para que tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10.10);
– Veio para esta hora (sofrimento e morte)(Jo 12.27);
– Veio como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que nele crê não permaneça nas trevas (Jo 12.46);
– Não veio para julgar o mundo, e sim para salvá-lo (Jo 12.47);
– Veio da parte de Deus (Jo 16.27);
– Veio do Pai (Jo 16.28);
– Veio ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade (Jo 18.37).

E, o apóstolo João acrescentou:

– Veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele (Jo 1.7-8);
– Veio para o que era seu, e os seus não o receberam (Jo 1.11).

Finalmente, vale lembrar o resultado desse “Está consumado!” nessas palavras do apóstolo Paulo: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.” (Cl 2.13-15)

7ª) Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!
(Sacrifício)(Brado de Confiança e Entrega)

“Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.” (Lc 23.46)
“Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.” (Mc 15.37)
“E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.” (Mt 27.50)

A primeira “palavra” iniciou com “Pai” e a última também. Além de Lucas, os evangelistas Mateus e Marcos também mencionaram que Jesus clamou ou bradou em alta voz, porém não registraram o que ele disse, antes do seu último suspiro de vida no seu corpo mortal. Essas palavras também se encontram no Salmo 31.5, Salmo de Davi: “Nas tuas mãos, entrego o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade.” Sabedor do limite do seu estado físico Jesus se despediu do seu ministério terreno e do seu corpo mortal se entregando e voltando para o Pai, de onde veio.

Estas palavras transmitem algumas mensagens:

– Ele faz sua última oração testemunhando a todos que o Pai estava e sempre está presente, no governo e controle de todas as coisas.
– Ele tinha plena convicção de que o Deus-Pai o ouviria e o atenderia.
– Ele cria na imortalidade do espírito: “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Ec 12.7).
– Ele nos dá o exemplo, nos conforta, e desperta em nós a esperança de que, ao findar o labor desta vida, nós, os salvos, os remidos pelo seu sangue ali na cruz, podemos entregar o espírito ao Pai Celestial.

Vale lembrar que o primeiro mártir cristão – Estêvão – correspondeu a muitas coisas ensinadas pelo Mestre, inclusive a perdoar os seus algozes e a entregar seu espírito a Deus: “E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.” (At 7.59-60). Quão importante é viver tendo a certeza de que, ao deixarmos este mundo, seremos recebidos pelo Pai Celestial! É como diz o hino 153 (HNC):

Com tua mão segura bem a minha,
E meu caminho, alegre, seguirei!
Mesmo onde as sombras caem mais escuras,
Teu rosto vendo, nada temerei.

E no momento de transpor o rio
Que Tu, por mim, vieste atravessar,
Com tua mão segura bem a minha,
E sobre a morte eu hei de triunfar.

Conclusão

É inegável que o “verbo” que se fez carne e habitou entre nós, comunicou eficazmente a mensagem divina, no decorrer de todo o seu ministério terreno, inclusive no ápice do seu sofrimento na cruz. Vimos anteriormente que nessas manifestações finais ele continuou expressando seu cuidado e amor pelas pessoas; as que o rejeitaram e as que o receberam como Messias e Salvador. Também expôs publicamente seus sentimentos, carências físicas, convicção da missão cumprida e entrega.

Finalmente, em face de tudo isso, a pergunta que ainda ecoa é aquela feita por Pilatos: “…. Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? … “ (Mt 27.22). O que você responde? A minha resposta pode ser extraída de algumas estrofes do hino 184 (HNC):

Por meu Jesus eu vou viver
E minha luz farei brilhar.
De dia em dia hei de fazer
O que ao meu Salvador honrar.     

E seja o dia quando for
Que Deus me chame para lá,
Bem certo estou que o Salvador
Contente me receberá.  

A doce voz me soará
De Cristo, amável Redentor!
”Fiel, bom servo, bem está,
Entra no gozo do Senhor.”
E face a face vê-lo-ei,
Liberto e salvo cantarei!
E face a face vê-lo-ei,
Liberto e salvo cantarei.


[1] Trilogia é o conjunto de três trabalhos artísticos, geralmente em literatura ou cinema, que estão conectados, mas que podem ser vistos tanto como trabalho único quanto como obras individuais. (Wikipédia)

[2] Gnosticismo e docetismo. Basicamente o gnosticismo cristão era considerado, assim como o docetismo, seu antecessor, uma forma de heresia sobre a pessoa de Cristo. Enquanto o docetismo afirmava que o corpo humano de Cristo não passava de um fantasma e que o seu sofrimento e morte eram meras aparências (“ou sofria e então não podia ser Deus, ou era verdadeiramente Deus e então não poderia sofrer”), o gnosticismo tentava explicar Cristo em termos de filosofia pagã ou de teosofia. Sendo o mundo material mau, Cristo não poderia ter-se encarnado nele e tampouco o Deus do Velho Testamento poderia ser o mesmo Deus revelado por Cristo. A polêmica, porém, já estava presente nos tempos do Novo Testamento.”….“O gnosticismo exerceu sua maior influência sobre o cristianismo no período entre os anos 135 e 200 d.C. Constituindo a maior ameaça à fé historicamente fundada dos cristãos, sua existência se prolongou por muito mais tempo. Doutrinas gnósticas voltam várias vezes na história da teologia; hoje sobrevivem em teorias ocultistas e espíritas.” (Enciclopédia Mirador Internacional)

[3] Champlin, Ph. D., Russell Norman – O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo.


Veja, também:

Crônica do Calvário

As 4 Representações Bíblicas da Expiação