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Destruindo Fortalezas
“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.” (2Co 10.3-6)
Introdução
Você já parou para pensar nas causas que levam os tsunamis, como o de 26/12/2004 no Sul da Ásia, a matar tanta gente (mais de 280 mil pessoas naquela tragédia da natureza)?
1º) Estavam no raio de ação dele – quanto mais próximas do epicentro, maior o estrago;
2º) Estavam distraídas, não sabiam do perigo iminente, não foram alertadas;
3º) É um grande volume de água em forte movimento que arrasta tudo o que está em seu caminho, matando as pessoas por afogamento ou contusão, pois lança pessoas contra objetos flutuantes e estruturas fixas, e objetos contra as pessoas etc.
A humanidade tem sido vítima de muitos tsunamis literais: naturais (provocadas pela natureza), sociais/intelectuais (provocadas pelo homem) e espirituais (planejadas por Satanás e executado por homens, sob sua influência e poder). E isso sempre deixa um rastro de destruição no ambiente e nos sobreviventes mais próximos.
Vivemos, neste mundo, uma grande batalha espiritual e mental. Quem acha que não, ou já foi levado pela enxurrada ou ainda não se deu conta disso e precisa ficar mais alerta. Vejam, por exemplo, o enorme poder da mídia que praticamente acabou com o fumo; entretanto promove a bebida, o sexo fora do casamento, a causa homossexual etc.
Mais recentemente, isto é, de cem anos para cá, podemos perceber claramente o ataque sem tréguas desferido contra a Trindade Santa:
1ª onda: contra Deus:
A Teoria da Evolução destitui Deus de toda a obra da criação e coloca o acaso em seu lugar. Se não há um Criador, não há um princípio moral absoluto; a sociedade está por sua própria conta, se torna amoral e relativiza os absolutos de Deus.
2ª onda: contra Jesus:
A Doutrina da Reencarnação transforma Jesus apenas num espírito evoluído, tal qual muitos outros que também foram aperfeiçoados após muitas passagens por este mundo. A grande mídia, impressa e televisiva, está sempre querendo destruir a imagem histórica de Jesus; tentando provar que ele não existiu ou que tinha fraquezas e paixões carnais escondidas.
3ª onda: contra o Espírito Santo:
A crença de que o homem tem potencialidades mentais e intelectuais inimagináveis, de que o homem é deus, tenta anular a presença e poder do Espírito Santo, que veio habitar no meio da igreja.
A ideia geral tem sido de acabar com a Trindade Santa e colocar a ciência como verdadeira deusa.
Alderi Souza de Matos, em “Carta a um universitário cristão”, em artigo publicado pela Revista Ultimato (set-out 2004), diz:
“O universitário cristão, pode ouvir em sala de aula questionamentos de diversas modalidades:
– acerca da religião em geral (uma construção humana para responder aos anseios e temores humanos);
– de Deus (não existe ou então existe, mas é impessoal e não se relaciona com o mundo);
– da Bíblia (um livro meramente humano, repleto de mitos e contradições);
– de Jesus Cristo (nunca existiu ou foi apenas um líder carismático);
– da criação (é impossível, visto que a evolução explica tudo o que existe);
– dos milagres (invenções supersticiosas, uma vez que conflitam com os postulados da ciência), e assim por diante.”
Ele continua:
“A ideia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários que são controlados por professores materialistas de diversos naipes – agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações. Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou preconceitos anti-religiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica.”
Parece tão difícil, para muitos, aceitar a mensagem bíblica. Entretanto, aceitam tantas coisas sem qualquer sentido. Noutro dia, duas jovens conversavam, no restaurante, sobre a importância do mapa astral para datas importantes: nascimento, casamento, abertura de uma empresa etc. Dizia, ainda, para a outra, que determinada data era boa para o casamento devido à confluência de Saturno[=compromisso] com a Lua[=família]). Quanto bobagem!
Segundo a Bíblia, os 3 inimigos do homem são: O Mundo (mundanismo), Satanás e a Carne: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.” (Ef 2.1-3)
Vejamos as quatro estratégias de Satanás sobre a humanidade – os “4 C”:
1. CONFUNDIR (Operação Eva)
Fundir juntamente, misturar a verdade de Deus com as suas mentiras.
– Ele é o pai da mentira!
“Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (Jo 8.44)
– Eva foi enganada por Satanás (Gn 3.1,4-5):
1º) Questiona e distorce a palavra de Deus
É assim que Deus disse? (v.1)
2º) Encobre o juízo de Deus
É certo que não morrereis. (v.4)
3º) Oferece ilusões
Como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal (v.5)
– Nem Jesus escapou das suas investidas na sua tentação no deserto (Mt 4).
– Hoje (1993) há no Brasil cerca de 4800 seitas para confundir as mentes das pessoas. “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,” (1Tm 4.1-2)
2. CONQUISTAR (Operação Ló)
Atrair, Seduzir, com o propósito de desviar do caminho da dignidade.
– Ló foi atraído e seduzido pelo que viu (Gn 13.10, 12-13)
– Balaão: este falso profeta seduziu o povo de Israel a prevaricar contra Deus (Nm 31.16; 25.1-9)
– Demas: em 61 d.C. era cooperador de Paulo (Fm 24; Cl 4.14); já em 66 d.C. há o triste registro de que ele apostatou da fé, foi atraído e seduzido, “tendo amado o presente século” (2Tm 4.10).
3. CONTROLAR (Operação Gerasa)
Exercer o controle, dirigir.
– Controle por possessão: o homem geraseno, por exemplo (Mc 5.2-4)
– Controle da mente: Meditação transcendental – Nova Era.
4. COMBATER (Operação Jó)
Pelejar, lutar contra.
Quando lhe resistimos nas demais estratégias ou investidas só lhe resta o combate direto ou indireto.
– Operação Jó (Jó 1.3, 8-12): a insinuação de Satanás era de que se fosse retirado de Jó tudo o que ele tinha, este blasfemaria contra Deus.
– Não tem sido pouca a perseguição sofrida pelos cristãos desde o início da igreja.
Conclusão
Felizmente, “as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas,”:
– A excelência da Obra de Cristo é a garantia da vitória!
“Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.” (Hb 10.14)
– A fé é o requisito para a vitória.
“porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1Jo 5.4-5)
– A “armadura de Deus” é o recurso para a vitória! (Ef 6.13-18)
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Ef 6.10-12)
– O “trono” de Deus é o prêmio pela vitória! (Ap 3.21)
“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.”
Catedral Presbiteriana do Rio
30/01/2005 – Culto Vespertino (19h)
Esboço da Mensagem pregada pelo Presbítero Paulo Raposo Correia
A santificação ilustrada
Gostaria de desafiá-los a refletir um pouco sobre alguns personagens bíblicos e verificar como eles ilustram quatro aspectos da santificação:
1. O chamado para a santidade:
Abraão, o patriarca judeu e pai na fé dos judeus e cristãos, passou pela experiência de ser chamado por Deus do meio de um povo pagão e idólatra, para formar um novo povo, o povo de Deus (Gn 12). De certa forma foi um chamado físico e geográfico; sair do meio de um povo (Caldeus) e de uma terra (Ur) para formar outro povo (Israel) em outra terra (Canaã). Como igreja e como cristãos, somos “chamados para fora”[1] do mundanismo, das práticas pecaminosas e de lugares onde acontecem eventos e programações que desagradam a Deus, para fazer parte do povo de Deus, tributando-lhe adoração e servindo-o.
2. O desafio da santidade:
José e Daniel são personagens bíblicos que viveram experiências contrárias, em certo sentido, às de Abraão. Ambos foram retirados à força do meio do povo de Deus para viverem no meio de povos pagãos e idólatras, em outras terras (Egito e Babilônia). Também foi um movimento físico e geográfico, envolvendo uma missão tremendamente desafiadora. Eles foram obrigados a viver em condições completamente desfavoráveis à uma vida de santidade, cumprindo uma missão divina e maior de preservação da vida dos povos e testemunhando a verdade de que só há um Deus vivo e verdadeiro. Como igreja e como cristãos, na maioria das vezes somos desafiados a trabalhar e viver no meio de uma geração perversa, desempenhando o papel preservador de sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-14).
3. A restauração da santidade:
Jacó, Gideão e tantos outros personagens bíblicos servem de exemplo de que mesmo o chamado povo de Deus se contamina com o pecado e precisa confessá-lo e deixá-lo para ser perdoado e poder contar outra vez com a presença, proteção e poder de Deus. Com Jacó percebemos a importância dos pais nesse processo de restauração da santidade na família (Gn 35.1-5). Com Gideão, aprendemos que, a restauração espiritual de uma família e de um povo pode começar por um filho (Jz 6.15-16, 25-27).
4. O desprezo a santidade:
Noé, Ló e tantos outros personagens bíblicos retratam épocas e contextos de povos que viviam à margem da santidade. Pela misericórdia de Deus apenas o remanescente fiel foi preservado, enquanto o juízo divino trouxe a condenação e a destruição de todos os impenitentes. A exemplo do que ocorreu pontualmente, no passado, a maior parte da humanidade caminha a passos largos para o abismo. Apenas o remanescente fiel que se guardar puro será poupado do terrível e derradeiro juízo de Deus que em breve há de se manifestar neste mundo. “Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo. Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.” (Ap 22.10-12)
[1] Igreja é ECCLESIA (lat.) ou EKKLESIA (gr.). “EK”, significa “movimento para fora” e “KLESIA”, do verbo KALEO (gr.), “chamar”. A Septuaginta (100 aC) emprega o termo quando traduz a palavra hebraica “kahal”, que designava a congregação dos israelitas como uma coletividade nacional. Logo, “ekklesia “ é a assembleia dos “chamados para fora” do sistema mundano que aí está, para viverem como filhos de Deus, na casa do Pai Celeste.